FINALMENTE, O NATAL

 

FINALMENTE, O NATAL

 

Mesmo num ano muito ruim, graças a Deus está chegando o Natal.

Colocando num compartimento estanque de nossos corações, deixamos de lado, transitoriamente, os dissabores que passamos, tanto privados como os relativos à situação do país, respirando apenas ares de alegria que como num passe de mágica, sobrepujam a fumaça e a poluição de nossas cidades.

Considero o Natal, uma das comemorações mais bonitas e significativas do calendário cristão, uma festa de toda a família, que se reúne numa comemoração simbólica do Advento, onde os laços são estreitados, numa corrente de elos inquebráveis.

As lembranças dessas datas felizes que passamos são inúmeras. As que nos marcaram mais profundamente foram aquelas que desfrutamos aos lados de nossos filhos, principalmente quando pequenos, ainda acreditando em Papai Noel, numa alegria incontida, ao lado de parentes próximos e eventualmente alguns agregados.

As saudades são muitas, das comemorações plenas, com os avós, pais, tios; das voltas que dávamos com o carro lotado, cantando músicas natalinas, enquanto a mesa da ceia era preparada e o presentes distribuídos e separados pelos nomes, que seriam entregues por um vistoso Velhinho, a meia luz, para evitar reconhecimento dos maiorzinhos, que já suspeitavam que o bom homem era alguém da família.

Cenas que valem ser rememoradas, pois fazem parte de uma época muito feliz que passou, que apesar nos encher de jubilo, ao mesmo tempo, trazem também um pouco de melancolia e saudade, notadamente da falta dos queridos que já se foram.

Todavia, prevalece o clima de alegria com os eventos continuando a acontecer, com outros personagens e em outros locais, pois os núcleos familiares se renovaram e multiplicaram; nós no papel de patriarcas, com nossos filhos que já geraram outros filhos; netos queridos que felizes, repartem conosco as alegrias do momento.

Deus, ao nos criar, contemplou-nos com um coração mágico, onde as emoções se acumulam, sem jamais preenchê-lo, com a eterna capacidade de receber e armazenar em seus inúmeros compartimentos, recordações e alegrias que desfrutamos ao lado todas as pessoas que amamos, pois mesmo as ausentes, por razões diversas, compartilham perto ou longe, dessa união espiritual inquebrantável.

O especial dessa magica transbordante, é que com tamanha intensidade, somente acontece no Natal, sempre com um alento, dando um sopro de esperança em nossas almas, fortalecendo-nos para continuarmos firmes em nossa jornada.

Um Feliz Natal para todos.

 

José Roberto- 22/12/23