quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

DIREITO AO ESQUECIMENTO

DIREITO AO ESQUECIMENTO

 

Hoje, sob a relatoria do ex-office boy Toffoli, o STF julga uma causa estranha e surreal, ou seja, o “direito ao esquecimento” de algum fato desabonador, constrangedor e desagradável, que uma pessoa ou a família, tenha o direito de eliminar dos anais da nossa história, após decorrido um tempo indeterminado, e as partes envolvidas estejam eventualmente de acordo com o “apagamento” do fato.

O assunto veio a baila devido uma reportagem da TV Globo, rememorando o trágico assassinato de Aida Curi, em 14/07/1958, garota de 18 anos, agredida, estuprada e jogada do alto de um prédio em Copacabana.

O bárbaro crime cometido por Ronaldo Castro, Cássio Murilo e pelo porteiro do edifício Antonio Souza, causou comoção nacional, pois envolvia pessoas de famílias tradicionais e na época, episódios tão brutais eram raros, diferente dos dias atuais.

A imprensa explorou bastante o trágico crime, que eu acompanhei de longe, em Piracicaba, pelos números atrasados da revista Cruzeiro aos quais tinha acesso. Com meus 13 anos, o acontecido despertou minha atenção e recordo, de ter ficado puto com a cara nojenta e irônica do tal Ronaldo e seu óculos escuros.

Cássio Murilo, era menor de idade, um bandidinho em formação, acusado de roubar uma lambreta, enquanto Ronaldo, de tradicional família capixaba já era mau elemento graduado com distinção, tendo se envolvido em brigas,  agressões e roubo de carros.

O julgamento dos criminosos foi uma pantomina, com falsos testemunhos, alteração de provas, peritos comprados e outras barbaridades.

A penas aos envolvidos foram leves, pois se livraram da acusação de assassinato, sendo condenados apenas por “agressão sexual”.

O porteiro fugiu e nunca foi encontrado.

Esse é o fato trágico, que a família de Aida Curi quer apagar, pleiteando ainda uma indenização por danos morais da Globo.

Não gosto de defender a Globo, mas nesse caso sou forçado a ficar do lado desses ex-mamadores, pois caso o STF cometa o absurdo de aprovar o “Direito ao Esquecimento”, alem de ferir o direito a liberdade de expressão e conhecimento dos fatos, o passado de nossa história será alterado e reescrito a gosto das autoridades em exercício.

Talvez até o próprio Toffoli requeira o direito, de que seu passado como serviçal do PT seja apagado, e eu, para não me meter em confusões desnecessárias, seja proibido de citá-lo pelo carinhoso apelido.

Parte significativa da nossa história, já foi reescrita e “estuprada” pelo PT e partidos de esquerda, que apoderando-se da direção das escolas e universidades moldou a cabeça da nossa juventude com uma visão transviada e equivocada dos fatos.

Cansam de mencionar a Revolução de 1964 como Golpe, quando na realidade, quem viveu e acompanhou serenamente os acontecimentos, sabe, que o movimento começou com os governadores de Minas, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e do finado estado da Guanabara; movimento encampado totalmente pelos jornais da época, e endossado pela sociedade civil, culminando com a inesquecível passeata de 31 de março, “Marcha da Família, Com Deus e Pela Liberdade.

Os militares somente entraram no mutirão pela liberdade, afastando a intentona comunista, após esses fatos, para manter a ordem e a normalidade no país.

É fato que gostaram e ficaram no poder um pouco mais que o necessário, mas esse é outro capítulo de nossa história.

O Brasil é um país de contradições esquisitas e impossíveis de serem compreendidas por um estrangeiro, pois para ser um funcionário público concursado mixuruca, o candidato tem que ter ao menos segundo grau completo, enquanto para ser Presidente da Republica, pode ser até um semianalfabeto.

Será que vai dar esquecimento?

 

José Roberto- 04/02/21

 

Um comentário:

  1. A Revista "O Cruzeiro" era a Globo de hoje. Também acompanhei bastante este riste episódio e "todos" eram contra o Ronaldo e sua turma. Será por onde anda esses camaradas envolvidos no crime? Gostaria de saber.

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