quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

CORTANDO A ÁGUA DO LAVA JATO

CORTANDO A ÁGUA DO LAVA-JATO

 

O enredo era previsível.

Tal como a Operação Mãos Limpas, na Itália, que deu um enorme sufoco na Máfia e nos políticos corruptos ligados a essa organização criminosa; de início, o povo aderiu e aplaudiu o esforço dos juízes idealistas, que tentavam resgatar o país das mãos dos bandidos.

Com a sujeira grossa emergindo, e pessoas influentes sendo arrastadas no processo de despoluição, dentre os quais, muitos poderosos da mídia, as notícias foram se tornando tendenciosas, embromando a população, a ponto da Operação ser encerrada, acusada de abusos e outros excessos.

A história se repete em nossa terra, pois a maior caça aos corruptos levada a cabo por um juiz, procuradores e Policia Federal baseados em Curitiba, com ramificações no Rio e Brasília, denominada Lava-Jato, entra em fase de inanição.

Após dar aos brasileiros a sensação que a impunidade dos graúdos finalmente chegou ao fim, intimando e prendendo políticos, autoridades e empresários, que roubaram por décadas se julgando intocáveis; no final, apesar das grandes batalhas vencidas, dos bilhões recuperados, a insidiosa turma do mal, infiltrada entre os poderes, está conseguindo virar o jogo.

O enxugamento do Lava-Jato começou com a saída do juiz Sérgio Moro, aceitando burramente o convite para ser o Ministro da Justiça do novo governo, entrando em terreno pantanoso da política, com o qual não estava familiarizado. Não durou muito, saindo pela porta dos fundos, brigado com o Presidente.

Aos poucos, nossa leniente justiça, especialmente alguns ministros do nosso Superior Tribunal, foram liberando todos os condenados, concedendo centenas de habeas corpus e regimes de prisão domiciliar.

Um dos poucos que não conseguiu o gentil alvará, foi o ex-Governador Sérgio Cabral(boi de piranha), um campeão de assaltos ao dinheiro público, porem menos perigoso que o chefão da quadrilha, Mula e seu conselheiro, o canalha José Dirceu.

Empresários, políticos, dirigente de estatais, a nata dos corruptos em liberdade provisória, aliados a maioria dos congressistas que tem contas a prestar a justiça, bem como a juízes e ministros subservientes a seus patronos, com a grande colaboração da mídia raivosa e desmamada, se juntam numa verdadeira Organização Criminosa, com a finalidade exclusiva de desacreditar e anular os processos conduzidos pelas equipes do Lava-Jato, a maioria absoluta dos quais, confirmadas e endurecidas em Segunda Instância.

Estranhamente, um novo Procurador Geral tirado do fundo do baú pelo Presidente Bolsonaro, assumiu a tarefa de desmantelar as equipes dessa frutuosa força-tarefa, dispersando os juízes e procuradores envolvidos, bem como distribuindo os processos a outras competências.

Ficamos cismados pelas razões do Procurador Geral, Augusto Aras, ter peitado uma operação de sucesso.

Será que foi escolhido justamente para esse desmanche?

Quem é, ou quem são seus patronos, já que não estava entre o trio dos mais votados pelos representantes do órgão?

De qualquer forma, mesmo com freios e bridões apertados, o gostinho de justiça igualitária que sentimos não será “abdusido”, pois juízes, procuradores e a Polícia Federal, equipes de primeira linha, não se deixarão sufocar pelos podres poderes.

 

José Roberto- 11/02/21

 

 

2 comentários:

  1. Como você bem disse no texto, já era de se esperar que a Lava Jato na primeira oportunidade que tivesse começaria a ser detonada. Não deu outra, com Aras e o Kassio a coisa degringolou de vez. Somado a isto temos no Brasil uma “ditadura” imposta pelo STF “petista”, que interpreta a Constituição a sua maneira e não em acordo com o que está escrito nela. Como o STF é a palavra final, não há a quem recorrer. Este “ativismo judicial” distorce a atuação do STF, fazendo com que seus integrantes, os ministros, legislem e interpretem as normas as suas maneiras próprias de cada um. Ou seja, é um afronto a Constituição. Esta afronta está claramente demostrada com a intenção de finalizar a Lava Jato.

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