terça-feira, 2 de julho de 2019

REFORMAS E PRIVILÉGIOS


REFORMAS E PRIVILÉGIOS

Já passamos da metade do ano e salvo algumas medidas tomadas diretamente pelo governo visando redução de gastos supérfluos e injustificados, tais como a reestruturação dos Ministérios, cortes de cargos comissionados e vários outros que me fogem da memória, tudo que depende do Congresso está sendo cozido em banho-maria.
Cozido em excesso, mal temperado e já passando do ponto; caso da Reforma da Previdência e do Projeto Anti-Crime do Ministério da Justiça.
As interferências, adendos e modificações, estão desfigurando os textos originais, pois interesses mesquinhos e corporativos estão mantendo privilégios que em principio seriam eliminados, objetivando tornar equalitários direitos, obrigações e responsabilidades.
Mesmo com imperfeições, as propostas do novo governo reduziriam significativamente o sistema disfarçado de castas que vigora em nosso país, onde membros de determinados segmentos ou corporações, são mais iguais que os demais.
Alem da vergonhosa aposentadoria especial já garantida aos membros do Congresso, na surdina, outras arranjos espúrios vão sendo tramados e inseridos nessa desfigurada reforma que pretendem nos impingir.
Para beneficiar o Poder Judiciário, numa manobra canhestra e vergonhosa, o TCU- Tribunal de Contas da União, decidiu, que os anos pagos de anuidade da OAB, mesmo sem ter contribuído com um tostão a Previdência, será considerado tempo útil para aposentadoria, caso o advogado se torne juiz ou promotor.
Assim, se um sujeito levou 20 anos pagando apenas a OAB, e passou num concurso para juiz, precisa trabalhar apenas mais 15 anos para ter direito a aposentadoria integral, obviamente respeitando o limite de idade, que pelo exemplo, já deve estar  próximo ou mesmo alcançado.
Com tantos remendos desfigurando o conteúdo da proposta original, fica difícil a população aceitar essa Reforma, pois continuará privilegiando determinadas classes, enquanto o sacrifício fica a cargo do povão.
No mesmo tortuoso caminho, encontra-se o destino do Projeto Anti-Crime,  pois transfigurado pelos membros do Congresso, grande parte respondendo a processos na justiça, é um arremedo do original, favorecendo mais aos corruptos que os legítimos interesses da lei e da ordem.
Fica cada vez mais indigesto acompanhar o desenrolar dos fatos, que patinam na defesa dos interesses próprios.

José Roberto- 02/07/19



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