quinta-feira, 1 de novembro de 2018

CARLOS ZÉFIRO, O GURU DO SEXO


 CARLOS ZÉFIRO, O GURU DO SEXO

Finalmente o reconhecimento de um genial desenhista e escritor de revista em quadrinhos, que serviu de “catecismo” para os coroas como eu, com mais de sessenta anos.
Nos anos cinquenta e sessenta, as revistinhas “instrutivas” de Carlos Zéfiro era o sonho de consumo da molecada.
Quando um exemplar desse folhetim, vendido apenas aos adultos,  disfarçadamente nas bancas de jornais, caia em nossas mãos era uma festa.
Muitos rapagotes ficavam até com os braços entumecidos de cãibras, de tanto exercitá-los no frenético vai e vem, ou seja, de tanto “depenar o sabiá”, gastando as folhas surradas da revista que passava de mãos em mãos, com juras que seria devolvida inteira, sem manchas, sujeiras e outras coisas do gênero.
Em plena puberdade, com os hormônios explodindo e exalando por todos os poros, a revista com figuras exageradas de alta sacanagem, levavam os meninos a loucura.
Recordo de duas em especial. Uma delas, a mocinha no confessionário toda envergonhada dizia ao padre, “foi o Juquinha. Estávamos passeando pela fazenda quando vimos um cavalo “cobrindo” uma égua com aquele membro enorme. Aproveitando a ocasião Juquinha foi detalhando o ato, desabotoando minha blusa, baixando minhas calças e me bolinando até minar minha resistência, fazendo que participasse daquele jogo de amor e sexo”
O padre, levantando a batina, alisando seu imenso membro(desenho exagerado) ereto e duro, dizia a mocinha confidente: “É minha filha, a penitência vai ser dura”.
O outro livreto, era sobre uma mulher chamada Luiza, que era riquíssima e insaciável, correndo o país em busca de um parceiro que a satisfizesse.
Ficou sabendo, que numa cidadezinha do interior existia um caboclo que “dava 30 (trinta) sem tirar de dentro”, sem que o “bichão afrouxasse”.
Tudo acertado para o evento ser realizado num estádio de futebol, lotado.
A dupla, nua em pelo foi saudada pela torcida, e logo começou a função.
O caboclo deu 10 sem piscar, respirou fundo, reiniciou e deu mais 10. Fungando, deu uma alisada no “mastro” que ainda se mantinha firme e deu mais 5. Luiza, toda arreganhada queria mais.
Tomou novo fôlego, já meio cambaleante conseguindo dar mais 3. Faltavam apenas duas para cumprir sua obrigação.
A torcida aplaudia o desempenho do tarado tentando animá-lo, pois sentia que já estava exaurido.
Empurrado pelos aplausos, fraco, com a vista turva e o coração a mil, tentou terminar sua tarefa, todavia, ao completar a 29(vigésima nona), desfaleceu, caindo prostrado e permanecendo inerte.
“Com a pica murcha e escorrendo sangue, estava morto” e como brasileiro é de lascar, a torcida irritada gritava em altos brados: “bicha, bicha, bicha”.
Todos os livretos, alem de sacanagem explicita, tinham também uma certa graça e ironia, sendo muito procurados numa época em que não havia revistas pornográficas a venda.
De vez em quando apareciam algumas suecas, com fotos em preto e branco que eram uma loucura.
Carlos Zéfiro, que era um pseudônimo, supriu essa deficiência por quase duas décadas, demonstrando sua percepção e genialidade que tardiamente está sendo reconhecida, pois seus livretos foram a cartilha sexual dos sessentões e setentões.
Merece ser membro “post mortem” da Academia Brasileira de Letras, pois os dinossauros que a compõe, com certeza, se encantaram com seus folhetins afrodisíacos.

José Roberto- 01/11/18





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