quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A ARQUIVADORA GERAL DA REPÚBLICA


A ARQUIVADORA GERAL DA REPÚBLICA

Enquanto nos engalfinhamos num cansativo corpo a corpo para enterrar os projetos sórdidos do PT, em Brasília, na maciota, os políticos corruptos e associados soltam foguetes, não pela eleição de Bolsonaro que os faz tremer nas bases, mas pelo arquivamento de processos que vão ocorrendo as pencas.
A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge-Dart, provando ser um modelo já fora de uso, seguindo os passos de um antecessor famoso, Geraldo Brindeiro, gastou uma caixa de canetas BIC assinando pedidos ao Supremo, de cancelamento de dezenas de processos por corrupção e improbidade, que estavam sendo conduzidos pela Policia Federal, alegando como sempre, falta de provas consistentes.
Geraldo Brindeiro, mais conhecido como “Engavetador Geral da República”, foi nomeado por Fernando Henrique em 1989, agradando de tal forma o Presidente e seus cupinchas, que foi reconduzido ao cargo três vezes, durante todos seus oito anos de  governo.
Nesse longo período, todos os casos remetidos a Procuradoria Geral, ficava por lá mesmo, enterrado nos imensos arquivos do órgão, um verdadeiro cemitério de processos.
Mesmo antes desse reboliço pré-eleitoral, Dodge-Dart  já vinha arquivando processos contra políticos notórios,  aproveitando o momento para engatar uma reduzida e mandar bala,  cancelando 25 processos, conforme listado a seguir:
Antônio Anastasia (PSDB-MG) – delação de Alberto Youssef – 2016
Edison Lobão (MDB-MA) – delação de Paulo Roberto Costa – 2016
Roseana Sarney (MDB-MA) – delação de Paulo Roberto Costa – 2016
Simão Sessim (PP-RJ) – delação de Alberto Youssef – 2016
Renan Calheiros (MDB-AL) – delação de Paulo Roberto Costa – 2016
Humberto Costa (PT-PE) – delação de Paulo Roberto Costa – 2016
Lindbergh Faria (PT-RJ) – delação de Paulo Roberto Costa – 2016
Júlio Delgado (PSB-MG) – delação de Ricardo Pessoa (UTC)- 2016
Aécio Neves (PSDB-MG) – delação de Carlos Alexandre Rocha – 2016
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – delação de Carlos Alexandre Rocha – 2016
Álvaro Dias (Podemos-PR) – delação de Pedro Augusto Ribeiro Novis – 2017
Benedito de Lira (PP-AL) – delação de Ricardo Pessoa – 2017
Arthur Lira (PP-AL) – delação de Ricardo Pessoa – 2017
Flávio Dino (PCdoB-MA) – delação de José de Carvalho Filho – 2017
Renan Calheiros (MDB-AL) – delação de Sérgio Machado – 2017
Romero Jucá (MDB-RR) – delação de Sérgio Machado – 2017
José Sarney (MDB-AP) – delação de Sérgio Machado – 2017
José Serra (PSDB-SP) – delação de Joesley Batista – 2018 (prescrição)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) – delação de Ricardo Pessoa – 2018
Eduardo Braga (MDB-AM) – delação da Odebrecht – 2018
Omar Aziz (PSD-AM)– delação da Odebrecht – 2018
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) – delação da Odebrecht – 2018
Aloizio Mercadante (PT) – delação de Ricardo Pessoa – 2018 (MP-SP)
Gleisi Hoffmann (PT-PR) – delação Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef – 2018
Paulo Bernardo (PT) – delação Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef –
2018
Tendo certeza que vai ser defenestrada assim que terminar seu mandato, pois não terá chance alguma com Bolsonaro, Raquel tem exercitado com muita elasticidade sua generosidade para com os políticos enrolados, pois o mundo da muitas voltas, e quem sabe, amanhã...
Vale também lembrar, que de uma forma geral, esses trambiqueiros já contam com a boa vontade do Supremo, principalmente da Segunda Turma, explicando porque o “foro privilegiado” é o sonho de todo corrupto, pois essa somatória de esforços daninhos, resulta na cobiçada impunidade.
Nossa justiça é realmente uma beleza e a Dodge-Dart segue firme e queimando óleo.

José Roberto- 31/10/18






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