sexta-feira, 23 de junho de 2017

O BECO DO COCÔ

O BECO DO COCÔ

Havia mudado a pouco para a Avenida Oswaldo Cruz, 149, Flamengo(meados de 1980).
Ligando a Oswaldo Cruz a rua paralela, Senador Vergueiro, onde havia diversos estabelecimentos comerciais, padaria, supermercado, lojas diversas, existe uma ruazinha de apenas um quarteirão, que na época era popularmente chamada de “Beco do Cocô”.
Novato na área, perguntei a razão desse apelido estranho, cuja resposta foi simples e direta: “ao caminhar por ela, olhe bem para o chão”.
Constatei a propriedade do apelido, ao transitar pelo beco na minha primeira ida a padaria, pois para desviar das minas terrestres(merda por todo lado) tinha que executar uma verdadeira dança, até alguns passos de balé, senão “queimaria” o pé.
Cocô de cachorro tem uma característica, fede pouco se não for tocado, mas basta pisar no dito cujo para romper alguma molécula que desprende um fedor do caralho, transformando numa tarefa extremamente penosa a limpeza do sapato ou chinelo.
Acredito, que pelo volume da merda, todos os moradores do bairro levavam seus cães para fazer suas necessidades fisiológicas no citado Beco, pois na época, não predominava a consciência ecológica de recolher o dejeto dos animais.
Tinha pena dos moradores locais, pois a ruazinha era estritamente residencial e sair e chegar em casa devia ser uma arriscada aventura.
Acredito que atualmente a situação tenha mudado, pois o povo ficou um pouquinho mais educado, principalmente os donos de cães, e a Prefeitura instituiu na gestão passada, multa para o porcalhões que sujam nossas ruas e avenidas.
Estranhamente, na administração atual desse pastor de araque, a Conlurb, responsável pela limpeza da cidade, retirou da Avenida Epitácio Pessoa onde moro há quase trinta anos, boa parte dos pequenos coletores de lixo que ficavam afixados nos postes, em intervalos aproximados de 50 metros.
No trajeto que faço diariamente com meu fiel escudeiro, de nosso prédio até a Praça da Macumba, existe apenas uma dessas lixeiras. Caso Vick  se alivie após passar por esse posto de recolhimento de fezes, sou forçado a caminhar  com um suspeito pacote em minhas mãos, para depositá-lo nas lixeiras do nosso condomínio.
Se querem manter a cidade limpa, porque retiraram as lixeiras ao invés de ampliá-las?
Essa retirada é coisa recente e já da para notar o aumento de saquinhos de merda espalhados pelos cantos dos jardins, defronte os prédios.
Muitos donos de cães, mal educados, regrediram e já não recolhem a merda, exigindo maior atenção dos transeuntes.
Não sei se esse absurdo é um fato isolado, restrito ao nosso bairro, ou se é uma das medidas de contenção de despesas adotadas por esse prefeito-bispo fajuto, que está acabando com a cidade.
E o cretino só pensa numa coisa: “Aumentar o IPTU”.
Fora Crivella!!!

José Roberto- 23/06/17


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