quarta-feira, 23 de novembro de 2016

OS BEM AVENTURADOS

OS BEM AVENTURADOS

A Veja dessa semana traz um excelente artigo de J.R.Guzzo, abordando a imensa aberração no tratamento dos juizes e procuradores, por seus confrades encarregados de julgá-los.
Mesmo pegos em flagrante, juizes e desembargadores que vendem sentenças e cometem outros crimes, quando muito, ao final da apuração e constatado os delitos, são aposentados com direito integral aos proventos.
No texto, Guzzo menciona dois fatos reais, o primeiro de uma juíza da Bahia, que vendeu sentenças a um traficante colombiano, ficando seu crime provado com cópias de depósitos bancários e outras evidências.
Depois de quase dez anos, o Conselho Nacional de Justiça-CNJ, órgão encarregado de zelar pela lisura e eficácia do judiciário, finalmente “condenou” a juiza baiana.
A criminosa foi aposentada contra sua vontade, sendo obrigada a ‘receber até sua passagem para o inferno, salários integrais inclusive os penduricalhos’.
O outro caso citado, refere-se a juíza do Pará, que manteve encarcerada numa cela repleta de criminosos, uma adolescente de 15 anos, que durante sua curta estada nesse antro, foi agredida e abusada de todas as formas e maneiras.
Essa juíza negou a transferência da adolescente para outra prisão, sendo afastada do caso quando o assunto veio a público.
Punida “severamente com a aposentadoria compulsória”, não se conformou em ficar recebendo sem fazer nada, nem mesmo outra de suas cagadas, recorrendo ao CNJ, que resolveu a questão “suspendendo-a por dois anos, obviamente com a garantia dos proventos integrais e vantagens”.
Depois desses descanso sabático, a juiza poderá vestir novamente sua toga.
Essas aberrações são típicas de um país de merda como o nosso, impensáveis de ocorrer em qualquer outro civilizado, onde todos são iguais perante a lei e a justiça.
Justamente quem deveria dar o exemplo, punindo severamente juizes, desembargadores e ministros que apresentassem desvios de conduta, premia esses canalhas com aposentadoria precoce e todas suas regalias.
O corporativismo do judiciário é espantoso, a ponto de seus membros se julgarem “especiais”, os bem aventurados, que podem tudo e fazem tudo, pois mesmo errando feio, quando muito são condenados a gozar férias perpétuas.
Com esses atos nefastos que ofendem a população lúcida de nosso sofrido país, o CNJ não justifica sua razão de ser, tornando-se inócuo e faccioso.
Diante desses fatos e de todos os outros semelhantes a esse acinte, sou forçado a concordar com o Cachaço corrupto Renan Calheiros, que pretende votar com urgência, um projeto de lei impondo limites ao judiciário.
Mesmo que por razões tortas, Renan está metendo o dedo na ferida desses intocáveis.
Esses senhores têm que entender, que são iguaizinhos a todos os demais brasileiros, devendo receber o mesmo tratamento quando pisarem na bola.
A partir dessa impreterível correção de rumo, é que o pais poderá começar a pensar num futuro melhor para seus cidadãos.

José Roberto- 23/11/16


Um comentário:

  1. As "castas superiores, do Executivo, Legislativo e Judiciário" disfarçam e pensam que a falência do estado brasileiro não tem relação com suas próprias vantagens pessoais.
    E alguns ainda nos ameaçam com o fim da Lava Jato, por dentro e por fora. O povão está começando a observar tudo isso, no entanto, precisa se mobilizar, sair às ruas e protestar sobre os gastos com todos essas imensas mordomias.

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