quarta-feira, 16 de novembro de 2016

CHUPINS DO DINHEIRO PÚBLICO

CHUPINS DO DINHEIRO PÚBLICO

O chupim é um pássaro preto-azulado pouco maior que um pardal, preguiçoso e malandro bota seus ovos no ninho do tico-tico, que apesar de maiores são bem semelhantes, brancos salpicados de pintas marrons.
Os filhotes são maiores e mais esfomeados e o casal tico-tico “premiado”,  se desdobra para alimentar essa super família.
Por ser oportunista e preguiçoso, chupim é o apelido que a cultura popular estendeu para o tipo de pessoa que se enquadra nas malandragens “cupinianas”.
Inegavelmente o político é o chupim-mor de nosso corrupto país, mas existem outras classes, que na surdina, metem a mão no dinheiro público sem pudor, travestindo seus atos e procedimentos de um arcabouço legal fajuto, inventado e validado pelos próprios beneficiários dessa gatunagem sub-reptícia.
É o caso do pessoal do judiciário, juizes, desembargadores, procuradores, promotores, inclusive os encostados dos tribunais de contas, que legislam em causa própria, turbinando seus salários que ultrapassam com folga os tetos legais estabelecidos pela Constituição.
Esses espertalhões de toga, vêm mamando há muito tempo, sempre achando uma maneira de contornar o teto constitucional através de artifícios imorais, com trocas de liminares e acórdãos, se auto-favorecendo, criando e inventando penduricalhos, que segundo os próprios não são aditivos salariais, mas complementos indispensáveis ao exercício da função.
Dessa forma, esses senhores que deveriam dar exemplo, seguir e cumprir as leis com rigor, chafurdam nessas mamatas, pouco ligando se o país está numa crise danada.
Não satisfeitos em se lixar para o teto legal, de tempos em tempos, como a mamata é boa e segura, se auto concedem retroativos, que matariam de vergonha qualquer juiz de um país civilizado.
Resolvem de sopetão, cobrar retroativos referente a horas extras “trabalhadas”, chegando em alguns casos como São Paulo, a retroagir até 1994. Milhões, parcelados e distribuídos a quase todos para não haver chiadeira, encorpando o contra-cheque mensal sem o mínimo pudor.
Outra jogada esperta,  é cobrar retroativos do auxílio-moradia, regredindo em alguns casos até 2004 como Mato Grosso), ou Goiás 2008, ou ainda Paraná e Rio Grande do Sul a 2009.
O pessoal de Brasília, alem das horas extras e auxílio moradia, conseguiram um adicional por “Exercício Cumulativo de Jurísdição”, seja lá o que venha a ser isso, a não ser mais uma forma de sangrar os cofres da viúva.
É uma farra generalizada entre esses bem aventurados, enquanto o povo e os contribuintes arcam com as desventuras.
Muito dessas mordomias e penduricalhos se estendem aos funcionários dos tribunais, que em menor escala, sugam o que podem, contando com a cumplicidade de seus chefes e mentores.
Mesmo com o país e os estados em frangalhos, essa classe privilegiada de servidores públicos  segue nadando de braçadas a favor da correnteza.
Não querendo ser injusto, é importante frisar que esses disparates também ocorrem no seio da Policia Militar, com coronéis reformados faturando fortunas, nas Universidades públicas, com reitores e catedráticos se lixando para os limites legais de remuneração.
Passando um pente fino, difícil achar uma instituição pública onde não exista essa classe de privilegiados.
Com a necessidade do país adotar duras medidas para conter os gastos e sair do atoleiro, em paralelo ao sacrifício que será exigido de todos, seria imprescindível  e moralizador, cortar de forma definitiva essa sangria desatada, obrigando a todos indistintamente, a respeitar o teto constitucional de salários, eliminando de vez todo e qualquer penduricalho.
Esses chupins do dinheiro público têm que ser contidos, para que aprendam a chocar seus próprios ovos.

José Roberto- 16/11/16


Um comentário:

  1. Temos de aproveitar o momento que estamos vivendo, em todo o mundo, e novamente colocarmos "os blocos" nas ruas. Mas, não blocos de carnaval. Bloco de brasileiros que não aguentam mais tanta corrupção. Já passamos do limite do limite. Se o povo ficar calado , em casa, os políticos, aliás, os três poderes fazem o que querem.

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