segunda-feira, 14 de novembro de 2016

JUSTIÇA PARA TODOS, INDISCRIMINADAMENTE.

JUSTIÇA PARA TODOS, INDISCRIMINADAMENTE.

Como a delação premiada dos principais executivos da Odebrecht, inclusive de seu presidente que dizia desprezar dedos duros, políticos do país estão se borrando, sujando as calças, lamentando que a Anvisa tenha proibido a comercialização do IMOSEC, um tapa rabo de primeira.
Quando a relação de “mamadores” envolvidos vier a tona, vai sobrar pouco do Congresso,  o estrago vai ser grande.
Todavia o alcance da merda atirada no ventilador será imenso, vai espargir sobre ministros, ex-ministros, governadores, ex-governadores, prefeitos, ex-prefeitos e até alguns vereadores, todos que acreditavam estar acima da lei, certos da impunidade, contando com a morosidade da justiça, a leniência dos juizes e com a aberração do foro privilegiado.
Se o Mensalão foi um “forte ressaca”, o Lava-Jato foi um “tsumani” com ondas imensas, engolfando políticos e empresários poderosos, fato inusitado em nossa história.
Sentindo que a hora “H” está chegando, políticos tramam nos bastidores, procurando inventar leis e decretos que aliviem suas gatunagens, criar dispositivos que os impeçam de serem julgados por crimes cometidos no passado.
Simulam propor uma legislação dura, criminalizando caixa dois e assemelhados com penas mais elevadas, porem, impedindo-a de ter efeito retroativo, aplicando uma lógica maliciosa prevista para caso de tributos e outros dispositivos, totalmente diferente dos delitos cometidos por esses malandros.
Um time de corruptos de primeira linha, capitaneados pelo Cachaço Renan Calheiros, pelo líder do governo na Câmara, André Moura, por Romero Jucá e outros, que já respondem a dezenas de processos que dormitam no STF, buscam artifícios legais para blindar seus mandatos, mantendo os privilégios que manterão suas impunidades, pois o Supremo é um cemitério de processos que caducam por decurso de prazo.
Mesmo assim, no afã de se proteger , chegam a propor algumas providências oportunas, como a instalação da Comissão para averiguar super-salários nos três poderes, pois sabidamente, tanto no Legislativo como no Judiciário, a lista de marajás que recebem acima do teto legal e imensa e secreta, disfarçada com nomenclatura diversionista, tais como férias indenizadas, auxílios moradia em atraso, etecetera e tal.
Até mesmo a Comissão que elabora a reforma do código penal, acatando sugestão dos Procuradores e Juizes da Lava-Jato, explicitando e tornando mais duras a penas pelos delitos que induzem ou favorecem a corrupção, houve por bem incluir dentre esses dispositivos, um adendo. permitindo esse mesmo rigor aos membros do judiciário, evitando que juizes e procuradores se considerem super-homens, excedendo os limites de sua competência.
Houve uma gritaria geral do judiciário, porem é bom refrescar a memória, lembrando do caso recente de um grupo de jornalistas do Paraná, revelando em seus artigos salários de procuradores muito acima do teto, que em represália, entraram com processos em inúmeras cidades espalhadas pelo estado, infernizando a vida dos jornalistas, até serem barrados por decisão do STF.
É obvio que o procedimento desses procuradores do Paraná, denigrem a categoria, demonstrando um procedimento abusivo e desrespeito ao direito a liberdade de imprensa, tentando amordaçar jornalistas na base da intimidação e do desgaste físico e financeiro.
Portanto, com o devido cuidado, a revisão dos procedimentos anti-corrupção deve ser efetiva e forte, inibindo tentativas futuras, porem deve ser estendida a todos, sem exceção.


José Roberto- 14/11/16

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