terça-feira, 12 de junho de 2012

VALENTINE'S DAY


VALENTINE’S DAY



Começar um texto com uma expressão em inglês, vai fazer com que os minguados leitores concluam que o missivista é porreta, garoto esperto(ou melhor, velho esperto), cara letrado, poliglota, etecetera e tal.

Brasileiro adora esses modismos, a ponto de toparmos com anglicismos em todos nossas atividades, principalmente no campo do comércio e negócios, recheados de expressões que enchem a boca de quem as pronuncia,

O sujeito pode ser um imbecil, mas conseguiu decorar meia dúzia de termos técnicos importados e passa a arrotar sabedoria.

Mas o assunto de hoje é sobre o dia dos namorados, que apesar do forte apelo comercial não deixa de tirar o pó de velhas lembranças, que todos carregamos em nossas mentes e corações.

O namoro atual, nada tem a ver como o namoro dos velhos tempos, quando para se pegar na mão ensaiávamos pelo menos umas duas semanas, o primeiro beijo levava meses e um amasso mais forte, um roçar de leve nos peitinhos, só depois de séculos de confiança e intimidade.

Hoje é um tal de “ficar” que vale tudo.

Ficar não significa necessariamente namorar, mas pode ir muito alem do roça- roça que ansiávamos por conseguir.

O modernismo atual acabou como encanto do flerte, da conquista, das artimanhas que utilizávamos para criar coragem e aproximar da pessoa amada.

Atualmente, tudo é direto, objetivo, sem delongas e sem charme, num verdadeiro toma lá, da cá.

Mesmo assim, os apelos comerciais dando as dicas sobre os melhores presentes, nos levam a pensar em nossas namoradas, na primeira, que despertou em nossos corações um sentimento novo e esquisito, um misto de dor e paixão.

De outras que passaram, algumas deixando lembranças, outras, meros resquícios armazenados de forma desconexa em nossa memória.

As lembranças vão se perfilando até bater na principal, naquela que realmente mudou nossas vidas, naquela que sucumbimos a uma força maior, se sobrepondo a tudo aquilo que já havíamos sentido e vivido.

Cada um de nós recorda com precisão do momento exato em que foi tomado por aquela paixão irresistível, sentimento maior inexplicável e inebriante, que selaria para sempre um futuro a dois.

Para uns, começou aos poucos, para outros, no primeiro olhar, na cumplicidade de um pequeno gesto ou toque de mãos. Cada um teve seu jeito e sua história intima e particular.

O amor nasce, floresce e frutifica de muitas formas, dependendo da razão e sensibilidade de cada um, sem formulas pré-concebidas, sem receitas, sem script, apenas seguindo a voz do coração.

Jamais esquecerei a primeira vez que vi minha Rê, em Rio Claro, morena faceira queimada do sol de Itanhaém, com um vestido listrado de verde e um sorriso tímido no rosto.

Pouco tempo depois, minha transferência para Itanhaém selou nosso destino.

Embora já estivesse meio enrolado, a bela caiçara foi aos poucos me envolvendo, desbancou potenciais rivais, se instalando como uma posseira em meu coração.

Passam os anos, as dificuldades surgem e vão sendo superadas. A vida a dois, três, quatro e cinco tem seus momentos de alegria e dor, porem quando o amor é verdadeiro, sobrepuja os obstáculos e sai fortalecido dessas batalhas.

A vida segue seu ritmo, sendo imprescindível que não sejamos engolfados pela rotina, pois o namoro deve ser exercitado para que o amor jamais esmoreça.

Essas lembranças forçosamente evocadas no dia dos namorados, servem para assoprar a cinzas, atiçando das brasas do puro e belo sentimento que aquece nossos corações.

Viver e amar!



José Roberto- 12/06/12












2 comentários:

  1. Apesar do apelo comercial, sempre é bom lembrarmos de nossas namoradas,daquelas que deixaram suas marcas e principalmente daquela que escolhemos.

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  2. É sempre bom lembrar das namoradas, daquelas que deixaram algumas lembranças, mas o que realmente vale é ter a certeza de ter escolhido a melhor, a nossa fiel e amada companheira.

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