TRAMBICAGENS NA SAÚDE

TRAMBICAGENS NA SAÚDE

O governo e autoridades reagiram energicamente, diante dos
atos de corrupção explicita que se praticam na área da saúde, flagrados pela
Globo, em hospitais do Rio de Janeiro.
Dona Dilma ordena a punição dos responsáveis, o Ministério
Publico instaura inquéritos, governador e prefeito cancelam contratos com as
empresas trambiqueiras, políticos da oposição insistem em instaurar uma CPI, um
gigantesco jogo de cena para inglês ver.
São essas mesmas empresas que contribuem generosamente nas
campanhas eleitorais para todos os partidos, pois são ecléticas, cedendo
jatinhos, carros, iates, tanto para governistas como para a oposição.
Será que em nosso país existe ainda algum ingênuo que acredita
na lisura das licitações publicas, quer seja para compra de remédios,
ambulâncias, alimentação e outros serviços hospitalares, idem, idem, para o
fornecimento de merenda escolar e raio que os parta?
Ao invés de se apregoar aos sete ventos que “Deus é
brasileiro”, diante das barbaridades que por aqui se tornaram rotina,
deveríamos mudar o dito, para “O Capeta é Brasileiro”, pois em “terra brasilis”
de tudo se rouba um pouco, em alguns casos, muito.
O roubo do dinheiro público afeta a todos, mas o desvio das
minguadas verbas destinadas a Saúde causam danos irreparáveis, prejudicando o
atendimento dos que mais precisam, dos pobres, acelerando sua passagem para o
alem.
Os envolvidos nesse espúrio processo de corrupção deveriam
ser presos de imediato, sem direito a hábeas corpus, pois cometem crimes
hediondos responsáveis por um numero inquantificável de mortes.
Mas as leis de nosso país são pródigas para quem tem
dinheiro e esses ladrões de hospitais tem grana sobrando.
Recordo com asco, de um sujeito que morava num prédio ao
lado e que tempos atrás, costumava aparecer para assistir nossas partidas de
tênis.
Atuava firme na área da saúde e se vangloriava de suas
negociatas.
Costumava afirmar de peito estufado: “Essa semana mandei
três diretores de hospitais para Paris, de primeira classe”.
Em certas ocasiões chegou a levar para a quadra, canapés,
caviar e até algumas “Don Perignon”, certamente para comemorar alguma trapaça
bem sucedida.
Quando o Serra, então Ministro da Saúde, começou a apertar o
controle sobre as concorrências e cartas convites, centralizando compras e
instituindo o pregão via Internet, iniciou-se o declínio do nosso asqueroso
conhecido.
Acostumado a grandes gastos, pois a entrada de grana era
farta, custou a se adaptar a nova situação, vendendo bens, propriedades,
inclusive a imensa lancha que era seu orgulho(a menina dos olhos).
Há anos que não tenho o desprazer de vê-lo, pois tomou chá de
sumiço e pelos comentários que circulam, está fodido, sem grana até para pagar
o condomínio, correndo o risco de perder o último bem que lhe resta.
Ao menos esse infeliz, mesmo fora das grades, está pagando
por suas nojentas trambicagens.
Uma pena que essa situação não aconteça mais vezes, pois se
o castigo não vier de Deus, da nossa justiça, muito menos.

José Roberto- 21/03/12