quarta-feira, 14 de março de 2012

O ESTRANHO CASO DAS HEMORRÓIDAS

O ESTRANHO CASO DAS HEMORRÓIDAS

Com as recentes mudanças ortográficas que ao invés de
simplificar, complicou a vida daqueles que tinham um razoável conhecimento da
língua pátria, dentre os quais humildemente me incluo, fico na dúvida se
hemorróida tem ou não acento.
Com acento ou sem acento o problema e que hemorróida tem
ligação direta com o assento.
Você percebe que o cabra sofre desse terrível e doloroso
mal, que compromete sua região de escape, pelo seu jeito de sentar.
Dizem que o simples ato de defecar(preferia escrever cagar,
mas minha mulher acha horrível esse linguajar tosco), torna-se um martírio para
os que sofrem desse distúrbio.
Tipos irrequietos, que sentam inclinados para a frente,
trocam constantemente de posição, alternam seguidamente a posição das pernas,
aqueles que parecem estar peneirando o assento com o traseiro, evidenciam
sintomas dessa infernal moléstia.
No geral, os que padecem dessa indesejável doença são
tímidos e normalmente se envergonham de declarar a origem de seus males, preferindo
sofrer em silencio, padecendo com o ardume fumegante no traseiro.
Uns poucos atrevidos, não se intimidam com gozações ou bullying(palavra
da moda), desfilando com pequenas câmaras de ar a tiracolo, equipamento
essencial para dar um refrigério ao sofrido fiofó, deixando-o em suspensão,
evitando contato com qualquer tipo de superfície, pois mesmo um assento de
plumas equivale a uma lixa 40 para os “hemorróidicos”.
Em síntese, a hemorróida é o desabrochar da flor anal, com a
tripa mestra escapando pelo orifício em forma de buquê.
Embora já tenha circulado na Internet um extenso e
maravilhoso artigo, retratando as penúrias de quem padece desse mal nas partes
baixas, o assunto despertou minha atenção devido a uma noticia publicada no O
Globo, informando que um motorista de ônibus, conseguiu na justiça uma boa
indenização por danos morais, por ter sido submetido a contragosto, a um
rigoroso exame em sua traseira, exigência da empresa nos exames admissionais.
Provavelmente esse pobre sujeito, com o fiofó florido, deve
ser sido reprovado nos exames, pois o cargo em questão, exige ao menos oito
horas de permanência num assento sacolejante, com alto poder abrasivo, podendo
alem de fazer sangrar o buquê de tripas, comprometer seriamente a prega rainha,
essencial para o controle do esfincter.
Fico na dúvida se a justiça agiu corretamente, ao obrigar a
empresa de ônibus a indenizar o motorista de fiofó estragado, por danos morais,
pois com certeza, esse cabra seria uma daqueles irritadiços e mau humorados,
podendo inclusive criar problemas com os passageiros, devido ao excesso de
comichão no anus.
O médico da empresa, alega que o motorista não sofreu
qualquer constrangimento, pois os exames alem de não terem sido invasivos,
bastando olhar o cabra na posição “cata cavaco”, para constatar que sua
hemorróida estava em plena estação primaveril, deixou claro, que tudo foi feito
entre quatro paredes, sem a presença de testemunhas.
A empresa de ônibus recorrerá da sentença, cabendo a decisão
final as instancias superiores, que poderá ou não, criar uma nova e
interessante jurisprudência.
A Associação do Portadores de Hemorróidas e Doenças
Periféricas já se mobiliza, colhendo assinaturas para pressionar o STF.

José Roberto- 14/03/12

3 comentários:


  1. Você ta brincando com um assunto sério.
    Ter hemorroida é como cagar para dentro, um constante martirio.
    Operar nem sempre resolve, pois a maldita sempre volta,
    É mesmo um jardim de mérda.

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  2. A homorróida, com "assento", pois é no "assento" que a flor desabrocha, verdadeiramente é um assunto tão sério, que deve ser motivo para a criação de uma ONG para tratar e cuidar dessa flor escondida, nas cuecas e calcinhas, em grande parte da população brasileira. Com certeza a ONG da homorróida arrecadará grandes fundos governamentais, considerando que nos governos municipais, estaduais e no federal esta flor , sempre oculta, certamente prolifera entre os políticos, autoridades e funcionalismo público.

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  3. Caro Zé


    Fartei-me de rir (embora para dentro, que estou num local sagrado - a biblioteca) ao ler a sua crónica.
    Muito obrigado por tão bom momento de boa disposição.
    Um abraço

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