segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

CARAVELAS 2020- PARTE 1



CARAVELAS 2020- PARTE 1

Ricardo Yellow(sobrinho e chefe da expedição) me apanhou por volta das 22,00 horas da quinta feira, 16/01/20, no primeiro posto BR da Niteroi-Manilha.
Devido alguns desencontros, após abastecer o utilitário, metemos o pé na estrada, pois Caravelas nos aguardava.
Meu sobrinho parece ter uma tara em arrastar reboques, pois pela enésima vez rebocávamos uma nova lancha, fato que dificultaria o revezamento na direção, pois alem da vista ruim não tenho a menor prática em dirigir veículos enrabichados.
Minha cooperação durante a viagem limitou-se a falar o máximo possível, coisa que faço sem qualquer dificuldade, tentando espantar o sono e o cansaço de meu sobrinho, que até nosso encontro já havia dirigido por mais de 600 km, faltando ainda pouco mais de 1.000 até chegarmos a nosso almejado destino.
Apesar de pequenos sustos, pois apesar do rabo, Ricardo provou que está com a vista tinindo e continua dirigindo muito bem, apenas um pouco ligeirinho para meu gosto.
Fomos os primeiros a chegar, por volta das 10,00 horas na bela e confortável casa que meu sobrinho construiu tão longe de Itanhaém, mas local de nossas agradáveis lembranças nos quase últimos 40 anos.
Nesse meu relato, quase deixei passar um detalhe importante durante a ida. Planejávamos fazer apenas uma escala em Ibiraçu, a 70 km de Vitória, para encher o bucho, reabastecer e se seguir rapidamente até Caravelas.
O problema começou quando passamos por Campos, onde comecei a sentir calafrios e pontadas na barriga, dando alguns sinais que o “bagrão queria sair da toca”.
Comentei o fato com Ricardo e continuamos viagem até Vitória, onde quase paramos, pois o nó na tripa ficava cada vez mais apertado. Achei que aguentava.
Teimosamente resolvemos seguir até o local de nossa parada programada(Ibiraçu), onde cheguei com o fiofó apertado, nas últimas, mal estacionando e correndo para o cagatório.
Para minha desgraça o banheiro masculino estava sendo limpo, sendo orientado para procurar o pequeno banheiro no interior do restaurante,
Rezando, notei que havia apenas dois locais para necessidades fecais, ambos ocupados e um para cadeirante, livre, onde já com as calças na mão recusei fazer meu “deposito” sobre um monte mal cheiroso, equivalente a três ou quatro cagadas que já havia na privada, que provavelmente estava com a descarga quebrada.
Sofrendo, esperei alguns segundos até uma das privadas normais ser desocupada onde adentrei a carreiras, não tendo tempo de sentar no vaso, pois a prega rainha sobrecarregada com as cabeçadas do bagrão não resistiu, deixando escapar um  grande jato de merda que atingiu a tampa da bacia espalhando-se pela caixa de descarga e com estilhaços em minha cueca, que apesar da reclamação de um certo cheiro suspeito no carro, só constatei o desastre após trocar de roupa em Caravelas.
Tentei limpar e amenizar os danos no banheiro, sem bons resultados, pois um sujeito que aguardava, vendo minha lida apenas comentou, “situação brava”, desistindo de usar o local contaminado.
Fiquei pensando se não seria barrado na volta, pois faríamos outra escala no mesmo local.
Dessa vez a turma era grande, chegando em seguida outros sobrinhos, Marcelo e se seu filhotão Rodrigo, logos após Renato, seu filho Lucas, um amigo levado, Gabriel e Carlinhos Peba, membro honorário de nossa família.
Pouco depois chegaram Mario Moreno ex-campeão de mergulho de El Salvador, seu mano Renê e o filhote cujo nome não recordo nesse momento que escrevo, diretamente do Canadá(Montreal), alcunhado de “pentelhito” pelos outros dois galalaus.
Os dois retardatários, Lucas e Gabriel genros de Ricardo, chegaram algumas horas depois.
Fomos recebidos por Ditinho, o quebra galhos responsável pela manutenção e vigilância da casa e por Mari, sua simpática e prestativa ajudante, que nos aguardavam com despensa abastecida e geladeiras repletas de cervejas.
Fiquei espantado com a manguaceira dos primeiros dois dias, quando consumimos diversas caixas de cervas alem de 3 litros de uísque. Turma barra pesada, cachaceiros de primeira, inclusive Renê, que não mergulhou, mas parceiro de todas as horas para degustar as geladíssimas cervejas.
Após essa faina inicial, houve uma pequena moderação, mas o consumo etílico continuou altíssimo.
Talvez devido aos ventos desfavoráveis, a pescaria de rede de espera(200 metros), de arrastão (400 metros), das tentativas com caniços, o resultado foi próximo a zero. Apenas uma meia dúzia de infelizes e pequenas pescadas brancas.
Os mergulhos também foram bem fora da curva, com poucos peixes abatidos, salvos apenas com o bom desempenho de Renato, secundado por Digão e Marcelo.
Os incansáveis Lucas trator e Mario Moreno tentaram, tentaram, mas mataram o mínimo para não passar vergonha. Eu pelo contrário, veterano matei apenas 4 míseros e pequenos budiões, que depuseram negativamente em meu antigo e grandioso cartel.
Está mesmo na hora de requerer minha aposentadoria no tocante a mergulhos, restringindo-me ao papel de orientador, palpiteiro e devorador das maravilhosas moquecas preparadas a bordo.
Lucas, genro numero 2, demonstrou ser um verdadeiro pé de boi, sempre pronto para as mais chatas e duras tarefas, me auxiliando na lavagem dos pratos, caprichando nas batidas especiais e demonstrando um vigor considerável, compatível com a idade. De quebra, lavou e pulverizou as duas lanchas, o bugue e o pequeno carro. Foi um trator.
O genro numero 1, Gabriel mais comedido em relação a esforços extras, mas um ótimo copo e companheiro, demonstrou seus dotes de mestre cuca preparando o melhor churrasco que já comi em minha vida, apesar de não ser um exímio apreciador de carnes, mas esse foi de lamber os beiços.
Quanto aos dois galalaus tarados, Lucas e Gabriel, em especial o Gabriel, alcunhado de Zé Pinguelo, os endiabrados tinham o sádico prazer de infernizar a vida do pequeno “Pentelhito”, pois a diferença de idade, 6 para 12/13 anos era um obstáculo para que o trio engrenasse, embora o pequeno insistisse em brincar com os maiores levando sempre a pior,  principalmente por não falar e entender nossa língua.
Com a paciência de um velho tio, ensinei aos meninos assanhados a não pensar apenas nas nativas gostosinhas as quais endereçavam olhares compridos e maliciosos nas praias.
Ensinei aos meninos orações, rezas, acompanhados de vídeos ilustrativos, orientadores e vocacionais, que recebo normalmente de meus amigos do watts app, que deliciaram os olhinhos famintos dos galalaus.
Devem ter aprendido muito com as orientações e conselhos religiosos do velho tio, retornando quase santos para o convívio familiar.

CONTINUA ...

José Roberto- 27/01/20




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