segunda-feira, 23 de julho de 2018

A DEGRADAÇÃO DO RIO DE JANEIRO


A DEGRADAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Até uns dez anos atrás, parentes e amigos que moravam no interior de São Paulo e Mato Grosso me perguntavam como era viver no Rio, em meio a tiroteios, arrastões, crimes, que eram noticiados com destaque na Rede Globo, denegrindo a imagem da cidade e afastando turistas.
Minha resposta era sempre a mesma, alegando que a violência mostrada na televisão era o retrato do que ocorria nas favelas e alguma regiões dominadas por bandidos, mas no geral, principalmente a zona sul(Copacabana, Ipanema, Lagoa, Leblon), o ambiente era de relativa tranquilidade, com bom policiamento e poucos crimes, mas a TV insistia em mostrar o que de pior acontecia na cidade maravilhosa.
Todavia, a situação após os ruinosos governos Cabral e Pezão, somados a incapacidade total de um prefeito e bispo de araque, a cidade está fazendo jus a sua fama, vendida pela Globo.
O Rio é atualmente uma cidade sem lei, cidade onde o medo predomina e cidadãos honestos temem andar pelas ruas, inclusive na zona sul.
Ipanema e Leblon, reduto da alta boemia e de ótimos bares e restaurantes, após as dez da noite está deserta, em decadência, com locais tradicionais encerrando atividades ou indo a falência por falta de clientes.
Sair a noite tornou-se uma temeridade. A pé, nem pensar.
Atravessar o túnel Dois Irmãos(Zuzu Angel) com a Rocinha na entrada de São Conrado, ou a Niemayer  com o Vidigal no meio do caminho, comunidades(favelas) dominadas por facções rivais que vivem em conflito, é uma aventura de alto risco.
O Shoping São Conrado Fashion Mall, anteriormente um templo de boa comida e de lojas de grife, padece de clientes e visitantes, com todos os sintomas de uma grave crise.
O Rio agoniza, com ruas esburacadas, sujas e com camelôs tomando conta das calçadas, dificultando o trânsito de pedestres, vendendo mercadorias roubadas, frutos dos contínuos assaltos de cargas nas vias de acesso a cidade.
Os mendigos, a noite, dormem nas marquises dos prédios e das lojas, instalando-se nas entradas das agências bancárias, pedindo esmolas, vendo balas e intimidando eventuais clientes que ousam utilizar os caixas automáticos.
Em conversa com os amigos, companheiros da turma do tênis, chegamos a conclusão que somos reféns do medo e quase prisioneiros em nossos condomínios, cercados por grades e com seguranças armados.
Hoje, se me perguntarem, não terei duvidas em responder que viver no Rio não é para amadores, pois mesmo durante o dia, em pleno coração de Ipanema, temos que andar com os olhos bem abertos, para frente e para trás, pois os roubos de correntes, relógios e celulares são coisas corriqueiras e acontecendo a todo momento.
Eu, que sempre me gabei de morar no Rio há quarenta anos e nunca ter sido assaltado(batendo sempre na madeira), recentemente, escapei de duas tentativas de roubo da minha correntinha de ouro, presente de minha mulher, há muito, muito tempo atrás.
Aposentei o ornamento que carregava meu inseparável “Agnus Dei” e uma medalha de São Bento, transferidos para o bolso, junto a carteira de motorista.
Diante desse caos de insegurança, admiro a coragem ou a insensatez de turistas que ainda procuram o Rio para férias e lazer, que podem custar muito caro.
Parece até que a pseudo ocupação da cidade pelas forças armadas, deu mais fôlego aos bandidos, que ficaram mais ousados, mostrando quem é que manda na cidade.
Esse é outro assunto que merece ser abordado com mais profundidade e chacota, em outra ocasião.
Por enquanto, vamos curtindo nosso medo.

José Roberto- 23/07/18



2 comentários:

  1. A coisa está feia mesmo. Nunca pensei que um dia iria querer sair do Rio, mas hoje é um que penso todo dia.

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  2. O cartão postal do Brasil está sendo destruído e parece que continuará assim por mais alguns anos, pois não enxergamos nenhum candidato a governador que possa reverter essa situação. Logo mais a intervenção militar sairá do Rio sem dizer pra que foi instaurada. Ao que parece não resolveu e não resolverá nada. O fator turismo , que poderia ser uma alavanca para a redenção da cidade, parece cada vez mais deixado de lado pelas autoridades locais e nacionais. O Rio está largado a sua própria sorte. Alguns dias atrás uns amigos descendentes de japoneses receberão aqui em São Paulo os primos japoneses que moram no japão. Foram com eles ao Rio de janeiro para passar alguns dias. Voltaram antes e completamente decepcionados com a sujeira e com a insegurança. Como você bem colocou no texto: "Não sabemos como o Rio de janeiro ainda recebe turistas do exterior". Que tristeza!

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