segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O PESSIMISTA

ESCREVI ESSE TEXTO HÁ EXATAMENTE 8 ANOS.
ESTAVA PREVENDO A DESGRAÇA QUE ESTAVA POR NOS ASSOLAR, DEVIDO AO COMPADRIO E CORRUPÇÃO DE LULA, DO PT E DE SEUS ASSOCIADOS.
TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE, QUE INFELIZMENTE, REFLETE BEM OS DIAS ATUAIS E O MEU ÂNIMO, QUE CONTINUA O MESMO.

José Roberto- 01/08/16


O PESSIMISTA

Ao contrário do meu amigo Bastião que envelhece esperançosa na graciosa “Noiva da Colina, sou hoje um pessimista convicto.
Não que tenha nascido assim, era até muito bonzinho, mas fui piorando com o tempo, até chegar a situação atual.
Na minha infância e juventude, era como todos os jovens da época, essencialmente otimista, acreditando num Brasil melhor, com oportunidade para todos, enfim o gigante adormecido levantava de seu berço esplêndido.
Havia duas opções para quem morasse em Piracicaba naquela época e que não tivesse dinheiro para estudar fora(meu caso), cursar Agronomia, a primeira preferência, ou Odontologia.
Concluindo o científico e com a abertura da Faculdade de Economia, após longas conversas com meu grande e saudoso amigo Norberto, optei por fazer esse  curso, pois meu pai não era fazendeiro e de dentista sempre quis distância, alem do mais, o país entrava firme na era do desenvolvimento e os temas em voga eram, planejamento,  programas plurianuais, metas, objetivos etc.
Durante os quatro anos do curso, apesar da repressão a liberdade de imprensa e problemas estudantis, continuava otimista, pois ansiava pela formatura, um bom emprego e o sonhado tutuzinho.
O país atravessava uma ótima fase, havia emprego para todos, com grande necessidade de mão de obra especializada.
Comecei a trabalhar na CESP logo após a formatura, ganhando quatro vezes mais que o meu salariozinho de bancário, que me custeou durante esses anos.
Acostumado a contar centavos, passei a receber uma nota preta(na visão de um duro)
Durante os cinco primeiros anos como profissional, trabalhava muito e continuava otimista, até que, com a mudança do governo, o honrado e ilustre presidente Professor Lucas Nogueira Garcez foi substituido por Luiz Marcelo. Aí a coisa começou a mudar.
Luiz Marcelo  era um católico carola e fajuto que adorava mordomias,
Sua primeira providência foi reformar a pousada em Campos de Jordão, que servia de alojamento para os funcionários em trânsito.
Transformou a pousada em seu castelo particular, provendo a dispensa da casa com tudo do bom e do melhor, com uma adega de fazer inveja a qualquer milionário.
Foi lá que provei pela primeira vez, uma dose do “Royal Salut”, pois o homem era muito chegado a um bom uísque. Bota bom nisso!
Tinha uns doze filhos e uma mulher que adorava usar os helicópteros da empresa em sua viagens. Esses aparelhos eram utilizados para supervisionar as redes de alta tensão e essa senhora chegou ao absurdo de comprometer esse trabalho.
Embora na gestão anterior houvessem problemas, puxa-saquismo, promoções suspeitas, a situação era tolerável.
Na era Luiz Marcelo a situação deteriorou e comecei e enxergar mais claramente, percebendo que nem tudo era preto ou branco, mas que haviam muitas áreas cinzentas e nebulosas.
Começou o meu desencanto, ou melhor comecei a entrar “na real”.
Não agüentei muito tempo a mudança radical de costumes e valores, pois abominava ficar coçando o saco, fingindo trabalhar.
Aceitei um convite e vim para o Rio, para organizar na Eletrobrás, a área de comercialização de energia elétrica.
Por aqui a situação não era diferente. Existiam algumas diretorias em que o pessoal trabalhava para valer e outras que eram pura embromação, com gente que ficava cruzando o país atrás de diárias e ajudas de custo, atrapalhando ao invés de ajudar as concessionárias estaduais de energia.
Fui ficando mais cético, mais amargo, vendo incapazes ocuparem cargos importantes sem um mínimo de competência e qualificação, graças a padrinhos e políticos que lhes davam a necessária cobertura.
Com a democratização do país, ao invés de melhorar as coisas pioraram.
O governo Sarney foi uma desgraça. Collor quase nos afundou de vez.
Com o topetudo e temperamental Itamar a situação apresentou melhoras. FHC teve um bom primeiro governo, arruinando sua gestão quando negociou descaradamente o segundo mandato, desprezando tudo que havia escrito e pregado anteriormente,
As negociatas, roubalheira e corrupção que sempre existiram, começaram a ganhar fôlego, a ponto do antigo líder sindicalista afirmar que no Congresso havia mais de trezentos picaretas.
Quando após muita persistência, o sindicalista conseguiu se eleger presidente do Brasil, embasbacado pelo gosto do poder e assessorado por uma corja de espertalhões, transformou o país num cabide de empregos, ajeitando a vida de milhares de cupinchas, políticos desempregados e facilitando as tramóias de seus compadres.
Para esses sortudos, bons empregos eram uma barbada.
Os pobres coitados que se formam e tentam entrar para o mercado de trabalho estão ferrados, concorrendo com milhares e sujeitando-se a cargos não condizentes com sua formação e a salários aviltantes.
Se bem que a maioria desses pretensos profissionais, sejam oriundos de universidades caça níqueis, verdadeiras fábricas de diplomas que inundam o mercado de técnicos semi-analfabetos, sem a formação requerida e desejada.
Essas faculdades, quase sempre de políticos, contribuem para conspurcar o ensino no país, que do básico ao médio, são também sofríveis, devido a baixa remuneração e qualificação insuficiente dos professores.
Convivemos a duras penas com problemas seríssimos na educação, na saúde que agoniza e na segurança.
Hoje, nas capitais e cidades maiores, é uma temeridade dar um passeio noturno sem nos sujeitarmos a riscos imensos.
As ruas, avenidas, bairros e favelas tornaram-se patrimônio dos bandidos e traficantes, que sobrepujam o poder público, impondo suas bárbaras leis.
Apesar das promessas, do imenso volume de dinheiro arrecadado com nossos impostos, não vemos sinais patentes de melhoria.
Viver torna-se uma aventura, com um script que contraria tudo aquilo que almejamos.
Graças a Deus, meus filhos já estão adultos e encaminhados, contando com a retaguarda que pude lhes propiciar e com resultados fruto de seus próprios méritos.
Quando penso no futuro fico ainda mais amargo, pois não sei o que estará reservado à meus netos e seus sucessores.
Para desfazer as burradas dos governos e especialmente do atual, para colocar novamente o país nos trilhos, só mesmo a vinda de um novo Messias!
Será que sou mesmo um pessimista?

José Roberto- 31/07/08

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2 comentários:

  1. Texto atual. Infelizmente!

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  2. VOCÊ JÁ PODE SE CANDIDATAR A PITONIZA, POIS ESTÁ ADVINHANDO TUDO

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