quarta-feira, 10 de agosto de 2016

DISSABORES DE UM BRASILEIRO COMUM

DISSABORES DE UM BRASILEIRO COMUM

Meus minguados leitores já conhecem a velha cantilena e choramingos, pois sempre dou um jeitinho de mencionar em meus textos, a rixa que mantenho com a Receita Federal, há longos anos.
Não que seja do meu gosto, mas a implicante Receita não tira os olhos de minha declaração, portanto a rixa é deles contra mim, não me restando alternativa a não ser lutar com todos os recursos disponíveis.
Segunda-feira passada, as 08,30 horas, chego com boa antecedência ao Posto de Ipanema(estava agendado para as 09,11 h), estranhando topar com uma extensa fila na calçada, pois o Posto sempre começava a funcionou das 07,00 as 18,00 h.
Não sei se devido a Olimpíada ou qualquer outra razão interna, a abertura do expediente ao público havia sido retardada para as 09,00 h.
Com o tempo nublado e sob ameaça de chuva, dei uma olhada no pessoal, que com cara de sofredor aguardava a abertura da cancela.
Absoluta maioria velhos, alguns capengas auxiliados por acompanhantes, outros melhorzinhos como eu, apenas putos da vida.
Os poucos mais jovens eram contadores de empresas ou procuradores de velhotes, impossibilitados de atender pessoalmente a convocação do fisco.
Durante a espera, a mesma troca de lamúrias.
A devolução antiga, até agora não efetuada pela Receita.
Solicitação dos mesmos documentos, todos os anos, exatamente como no meu caso, expediente tipicamente protelatório para infernizar o contribuinte e retardar eventuais devoluções.
Já no interior da “Câmara de Torturas”, fui atendido poucos minutos após a hora agendada.
Saquei do grande envelope que segurava, os originais e cópias dos documentos solicitados, a grande maioria recibos de médicos e laboratórios.
O rapazinho examinava as cópias com olhos de lince, como se estivesse examinando dinheiro que poderia ser falsificado.
Não gostou da cópia da certidão de nascimento de minha filha, alegando que uma das assinaturas estava parcialmente ilegível.
Questionei, que como seria autenticada pelo próprio funcionário da Receita, o documento deveria ser validado.
Não satisfeito, providenciou ele mesmo, outra cópia, escolhida dentre várias que tirou, pois o registro de minha filha já está bastante desgastado.
Teve semelhante implicância com um recibo médico, onde não constava que a consulta tinha sido feita “a própria”.
Tentei incluir esse adendo no recibo, não sendo autorizado pelo fiscal, todavia insisti para que mesmo assim, o recibo fosse incluído junto com os demais. Caso não fosse aceito, quando novamente intimado como sempre acontece, substituiria por outro(uma segunda via), com todos os dizeres exigidos pela Receita.
Em minhas idas e vindas a Receita Federal nesses últimos anos, tenho topado com os mais diversos tipos de atendentes, alguns mais atenciosos e menos chatos, que não ficam buscando minúcias e outros, verdadeiros burrrrrocratas, que com lupa,  buscam imperfeições, parecendo ter o prazer de espezinhar ainda mais o infeliz contribuinte.
Perdem um tempão examinando, conferindo, exigindo explicações de um contribuinte que apresentou deduções com médicos, de aproximadamente 15 mil, uma migalha diante dos milhões desviados e não declarados, mencionados a todo momento nos jornais e TVs.
Se agissem assim com todos, principalmente com políticos, autoridades, empresas de propaganda, marqueteiros e com os próprios funcionários da Receita, aí sim teríamos um tratamento equalitário e eu não poderia abrir o bico.
Mas....como diria não sei quem: “Somos todos iguais perante a Lei”, todavia a “Lei não é igual para todos”.

José Roberto- 10/08/16



Um comentário:

  1. É bom desabafar mesmo, pois a Receita Federal enche o saco mesmo e sempre dos mesmos. Todo ano também fico na malha fina e tenho de apresentar os mesmos recibos, que são do plano de saúde, dos dentistas e dos mesmos médicos particulares que sempre vou. Com a gente o controle é total, com os políticos o descontrole é total. Pintam e bordam e sempre não dá em nada.Até quando?

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