terça-feira, 23 de agosto de 2016

BOTANDO A CONVERSA EM DIA

BOTANDO A CONVERSA EM DIA

Na última semana olímpica, fugindo do burburinho que toma conta da cidade maravilhosa, aproveitei para dar uma escapada para Itanhaém, que fora da temporada é uma cidade extremamente agradável.
Alem de rever alguns parentes e amigos queridos, aproveitei(com a inestimável ajuda do meu querido sobrinho Ricardo) para renovar minha carteira de motorista e atualizar minha identidade que não era mais aceita, pois foi tirada em Itanhaém em 12/09/68, quando eu era bem novinho, por sinal um belo rapagote, conforme posso comprovar olhando a saudosa foto(eh, eh, ehhhh).
Conforme já vínhamos ensaiando há algum tempo, após emails, whatsapps e telefonemas, confirmamos um reencontro que já havia passado do tempo, protelado por razões estranhas, daquelas que a própria razão desconhece.
Confirmamos o evento para sexta-feira, 19 de agosto e apesar da semana chuvosa e fria, São Pedro nos deu um refresco, suspendo provisoriamente o lacrimejar do céu, brindando-nos ainda de quebra com um solzinho tímido, reconhecendo a importância de tão memoráveis encontros.
Cerveja bem gelada no cooler e o fogo na churrasqueira pronto para receber as carnes e lingüiças, eis que pontualmente, segundos antes das doze, adentram pela minha casa as figuras tão queridas de Visentin e Vandeco, velhos e fraternos amigos.
Foi justamente em Itanhaém, nos idos de 1968, há quase meio século, que jovens recém formados cheios de planos e esperanças, por força do destino e do trabalho, nos encontramos pela primeira vez.
Afinidades e atividades comuns sedimentaram nossas amizades, nos bons tempos em que acreditávamos que o Brasil era o país do presente caminhando para um grande futuro, onde juntos a outros também queridos, partilhamos experiências inesquecíveis, guardadas com carinho nos escaninhos secretos de nossos corações.
Dizem que velhos adoram falar do passado, dos bons tempos, de como o mundo era diferente.
Não posso negar, que ao abraçar queridos e velhos amigos, o que surge em minha lembrança são imagens dos bons tempos, não apenas da nossa socialização, mas do aguerrimento no trabalho, da vontade de vencer, das inúmeras dificuldades de uma CESP que buscava regularizar o fornecimento de energia na região.
Éramos jovens e realmente acreditávamos num grande futuro para o nosso país.
Abraçando Vandeco fico estarrecido, pois o danado parece conservado em formol.
Esguio, sem rugas, com pouquíssimos cabelos brancos, fico cismado se o danado não anda lançando mão de artifícios químicos e cirúrgicos para manter essa ótima postura(????).
Com Visentin, um abraço meio lateral, pois a somatória de nossas barrigas encurtam os braços e nossos cabelos brancos coroam nossas faces enrugadas e sorridentes.
Beliscando uma carninha, mantendo a garganta continuamente azeitada pela cerveja, nossa conversa fluiu fácil e generosa, pois tivemos a oportunidade de reviver passagens inesquecíveis, algumas impublicáveis, outras ternas e comoventes, vivências guardadas a sete chaves em nossos corações.
Por mais que mantenhamos contatos pelo computador, por telefonemas, nada supera a intensidade e a emoção de um “tète a tète”, de uma conversa franca, onde os olhos nos olhos sacramenta o anseio de turbinarmos essa amizade partilhada com desprendimento, sem cobranças, mas com muito carinho e afeto.
Sempre batemos na mesma tecla, procurando as razões para justificar os  intervalos entre  nossos encontros, pois o tempo não é nosso aliado.
As desculpas ficam por conta dos filhos, netos, ainda um pouco de trabalho, distância, etecetera e tal.
É bom lembrar que nossa turma está incompleta.
Sentimos a falta do Sérgio, do Laércio(Saponga), do saudosos Norberto e Dalton, e quem sabe de outros, que por falha de memória deixo de mencionar.
A tarde passou rápida demais, como era de se esperar.
Tanto a falar, tanto a escutar, tanto a comungar, tanto a sorrir e até mesmo a chorar.
Nas despedidas sempre as mesmas promessas.
“Nos veremos em breve”
Que assim seja!!!

José Roberto- 23/08/16



2 comentários:

  1. Mais uma vez passamos uma agradável tarde relembrado os bons tempos, que não voltam mais, e os amigos, alguns saudosos amigos, que juntos podemos dizer "que construímos a CESP". Graças, mais uma vez, ao empenho e a gentileza do anfitrião de sempre, conversamos, bebemos e comemos muito bem um gostoso churrasco em Itanhaém.Com certeza esse encontro não foi o último; mas, esperamos que na próxima vez, apareçam mais amigos de ontem e de sempre, para aumentarmos o grupo de "SEXALESCENTES OU SEXYGENÁRIOS" e as as lembranças de um passado que não está tão longe. Obrigado caros amigos Gimael e Visentin.

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