quarta-feira, 29 de junho de 2016

LADRÕES DE CASACA

LADRÕES DE CASACA

Finalmente promotores e a policia federal meteram o dedo no nicho dos espertalhões ofendidos, que berraram contra a extinção do Ministério da Cultura.
Está ficando obvio o motivo da chiadeira, pois em vaca leiteira que amamenta bezerros esganados sem reclamar, não se mexe.
Essa famigerada Lei Rouanet, é a torneira por onde verte livremente a grana fácil, sem controle, sem contra-partida.
Os espertalhões que se locupletam com dinheiro público, tem apenas que conhecer as pessoas certas e os atalhos que conduzem aos financiamentos a fundo perdido.
“Perdido” para os contribuintes, que bancam essas orgias,  mas muito bem “achado” por aqueles que manipulam a Lei Rouanet.
Produtores, artistas e empresas patrocinadoras são coniventes e parceiros nessa grande mutreta.
Superfaturando estimativas de custos de espetáculos, que muitas vezes nem chegam a acontecer, todos os envolvidos na trama, de alguma forma, dividem o bolo.
Impossível desfrutar dessa moleza sem conivência de funcionários graduados do Ministério.
Se de cara, já descobriram financiamentos queimados em festas, casamentos, convenções internas de empresas, imaginem o que não está por vir?
Recordo de dois casos notórios, o primeiro com relação ao filme “Chatô, o rei do Brasil”, produzido por Guilherme Fontes que solicitou diversos aportes de verba e levou 20 anos para terminar o filme.
Outro caso e da atriz Norma Benguel, que captou grana para filmar “O Guarani”, mas acabou comprando um apartamento em Ipanema.
Com o aprofundamento das investigações, talvez surja o nome de algum desses chorões, que berraram feito bezerros desmamados junto a mídia, exigindo a volta do Ministério da Cultura e as facilidades da Lei Rouanet, considerada “imexível” pela classe artística.
Percebe-se, que o rigor e o espírito cívico dos juizes e promotores do Lava-Jato, trouxeram um novo alento as nossas instituições, que estão fuçando em todas atividades onde o governo participa, e em todas sem exceção, fica evidente que a corrupção é modus operandi.
Essa droga de Lei Rouanet tem que ser revista com urgência, destinando seus recursos apenas para manutenção de museus, prédios históricos, orquestras sinfônicas e outras atividades que realmente relacionadas a nossa memória cultural.
Produções teatrais, filmes, cantores, que cuidem e banquem seus próprios shows e eventos, assumindo riscos inerentes a qualquer atividade empresarial.
Se o produto for bom, evidentemente trará lucros, se porcaria, que se foda!

José Roberto- 29/06/17




Um comentário:

  1. Gimael, sensacional sua análise dessa "Lei" Rouanet. Dá para entender a chiadeira da classe beneficiada com a possível mudança no Ministério da Cultura.

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