segunda-feira, 27 de junho de 2016

DESVENTURAS NA TERRA DO TIO SAM

DESVENTURAS NA TERRA DO TIO SAM

Há uns quatro anos atrás, escrevi sobre os aborrecimentos que tivemos em nossas viagens aos Estados Unidos, pois no momento do exame dos passaportes, quando chegava a vez Maria Silvia, o sujeito olhava torto para nossa filha, chamava um policial e nos encaminhava para uma sala repleta de pessoas que estavam sendo investigadas se eram ou não imigrantes ilegais.
Era um constrangimento imenso, pois não admitiam explicações. Enquanto fuçavam nos computadores, aguardávamos sentados de costas para os policiais da aduana, a maioria absoluta latinos, muito mal educados, grossos ao extremo.
Maria Silvia devia ter uma homônima famosa.
Nem mesmo o fato de ser cadeirante amenizava a situação constrangedora.
Esse fato se repetiu mais duas vezes, até conversarmos com uma vizinha americana que trabalhava no consulado, que nos orientou a contatar o órgão de controle dos USA pela Internet, que finalmente nos enviou uma carta concedendo um “salvo conduto” para minha “perigosa” filhota.
Dessa vez o abacaxi foi por minha causa.
Desembarcamos semana retrasada em Miami, para a consulta anual de nossa filha, passando normalmente pelo controle de passaportes e enquanto esperávamos a bagagem, fui ao banheiro.
Na saída fui interpelado por dois policiais parrudos, um deles latino, que pediu meu passaporte, ficando também com o de Maria Silvia e Regina.
Depois de examiná-los perguntou se eu havia mexido com algo radioativo.
Obviamente neguei, solicitando a devolução dos passaportes.
Alem de não devolvê-los, perguntou por minha mulher. Esclareci que estava junto as esteiras, aguardando a chegada das malas.
O policial latino disse que iria procurá-la, nos encaminhando(eu e M.Silvia)
para uma sala, onde fui isolado, pois alegaram que seus aparelhos dectetaram que eu estava emitindo sinais de radioatividade.
Lembrei e expliquei, que há três dias havia feito cintilografia das coronárias e que haviam injetado contraste em minhas veias. Talvez fossem ainda resíduos desse contraste circulando em meu sangue, que ativaram os censores.
Num canto distante da sala, um técnico que colocou um aparelho ao meu lado, que ficou buzinando e apitando por mais de dois minutos. O aparelho foi depois conectado a um computador para ser analisado.
Após  algum tempo, percebi que o técnico comentou que a dose de radioatividade era compatível com alguns exames clínicos e que eu poderia ser liberado.
O sacana do policial latino insistia para que revistassem nossa bagagem, talvez por ter falado com Regina, que estranhando a abordagem não foi muito solícita.
O técnico fechou a questão e fui liberado com Maria Silvia, indo encontrar Regina que já estava preocupada com nossa demora, pois não sabia exatamente os motivos que originaram toda a complicação.
Um grande aborrecimento, pois você já começa a viagem com pé atrás, com mau humor, depois de ser forçado a contatar com policiais com pouquíssima civilidade.
Fiquei cismado durante toda a estada em Miami, torcendo para que o contraste fosse eliminado definitivamente do meu organismo, evitando-se um repetéco desagradável.
No retorno, graças a Deus não houve problemas, a não ser uma demora exagerada para liberarem um par de baterias reserva, que estávamos trazendo como back-up para a cadeira de rodas de Maria Silvia.
Gostamos muito dos Estados Unidos, mas esse pessoal do controle de imigração precisa urgente de uma reciclagem, com enfoque em educação e civilidade, pois até mesmo os ilegais merecem tratamento decente.
O piores policiais são os latinos, que parecem ter raiva dos conterrâneos que buscam as mesmas chances que eles tiveram.

José Roberto- 27/06/16




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