terça-feira, 7 de junho de 2016

ARMADILHA PORTUGUESA

ARMADILHA PORTUGUESA

As calçadas do Rio de Janeiro são uma armadilha sinistra para a maioria da população, principalmente para os mais velhos e pessoas com qualquer tipo de limitação física.
Copiando modelos europeus desde os primórdios, nossos alcaides primaram por estabelecer padrões de calçadas com pedras portuguesas. Só esqueceram que não  estamos na Europa e que não primamos por conservar nossos passeios públicos.
Essas pedras mal colocadas e conservadas são um perigo para os transeuntes, causa de incontáveis acidentes.
A Câmara Municipal, numa de suas raras atitudes lúcidas, aprovou uma lei restringindo o uso dessas malditas pedras. Porem, já existe um movimento de imbecis inconformados questionando a decisão, pressionando nosso “prefeito maluquinho” para que vete iluminada iniciativa.
Com o perdão da palavra, essas pedras portuguesas só poderiam ser mesmo invenção dos nobres patrícios. Que me perdoem nossos parentes e ancestrais, mas é mesmo criação de obtusos.
Quem anda pelas ruas centrais, pela orla marítima, Lagoa e por quase toda a cidade, já deve ter presenciado algum tipo de acidente causado pelas desditosas pedras.
Sua colocação exige mão de obra especializada e manutenção constante, o que sabemos não ocorrer.
Contribuindo para o caos, a Light, Cedae e Ceg, enchem as ruas de buracos, os quais são remendados “a meia boca”.
Caminhar por alguns locais exige perícia de equilibrista, dotes pouco comuns nas pessoas de idade mais avançada.
Quantos tombos, torções, fraturas e saltos quebrados serão necessários para que medidas preventivas sejam tomadas pelos responsáveis?
Os únicos beneficiados pela situação atual são os pronto-socorros traumatológicos e ortopedistas, que tem nas pedras portuguesas seus maiores aliados, assegurando e garantindo a clientela.
No país dos absurdos, vamos tentar pelo menos nesse caso ser racional, preocupando-se com nossos velhos, deficientes e com todos os demais cidadãos que tenham alguma limitação, por menor que seja. Inclusive com os distraídos e aqueles que não tiram o olho do celular.
As calçadas foram criadas para oferecer segurança aos pedestres e não para se tornar nosso calvário.

José Roberto- 10/10/07

NOTA- TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE, ESCRITO HÁ QUASE 10 ANOS, TRAZIDO A BAILA, PORQUE ONTEM, EM IPANEMA, PRESENCIEI A QUEDA DE UMA SENHORA QUE CAIU NUMA DESSAS ARMADILHAS, BATENDO O ROSTO NO CHÃO. PAREI O CARRO E TENTEI AJUDÁ-LA RAPIDAMENTE, POIS INTERROMPI O TRÂNSITO. DEIXEI-A SENTADA COM UM “GALO” NA FACE.

José Roberto- 07/06/16



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