quarta-feira, 6 de abril de 2016

CU DE BOI ENTRE OS PODERES

CU DE BOI ENTRE OS PODERES

Inicialmente quero esclarecer aos meus minguados leitores, que “cu de boi” é uma palavra dicionarizada, que passou a fazer parte do nosso vocabulário formal em meados dos anos 60.
Recordo, que durante um jogo do “poderoso esquadrão”, o XV de Piracicaba contra o São Paulo, na Noiva da Colina, o inflamado locutor da PRD-6 Radio Difusora de Piracicaba, Benê Marques, durante um bate e rebate na área do Nho Quim, não se conteve e soltou no microfone: “cu de boi na área do XV”.
Foi demitido logo após o “clássico”, retornando todavia a emissora, alguns anos depois, quando a expressão apesar de pouco usual, foi incorporada ao nosso dicionário.
Nos tempos convulsivos que vivemos, presenciamos esse mesmo cu de boi entre nossos poderes, que não se entendem, por incapacidade intelectual, má fé ou mesmo por desconhecer “ipsis literis” os ditames da nossa Constituição.
Para começar, temos um poder executivo, encabeçado pela Presidanta Dilma que é uma desgraça, um verdadeiro castigo, o supra-sumo da burrice e incompetência.
No legislativo, o Congresso, um antro de corruptos que legislam em interesse próprio, com raríssimas exceções, que buscam se locupletar ao máximo, pouco se lixando se  população vive a mingua.
O judiciário que sempre foi uma pedra no sapato dos pobres, da sinais de recuperação, porem em nossa mais alta instância, no STF, a situação é muito estranha.
Aquele que deveria ser um time de juristas de alto gabarito e de reconhecida capacidade técnica, deixa a desejar, por indicações políticas, por ocupantes com currículos mixurucas, mas que demonstraram fiel servidão ao partido que ocupa o poder.
Essa discrepância cria problemas e entraves na relação entre os poderes, pois com um Congresso inoperante que não legisla, o Supremo invade a área do adversário, criando normas e procedimentos alheios a sua competência.
Um extremo absurdo o STF ditar as normas de como o Congresso deve conduzir um processo de impeachment ou mesmo, de como deve funcionar suas comissões, a exemplo do que determinou a Comissão de Ética.
Ontem, outra aberração de um ministro questionável, determinando que a Câmara Federal, acolha o pedido de impeachment contra o vice-Presidente.
Um abuso, típica e explicita interferência de um poder sobre o outro.
Como nosso Congresso é uma merda, composto de uma maioria corrupta com o rabo preso em inúmeros processos, se acovardam em firmar posição e defender seus direitos contra os juizes que irão julgá-los.
E assim se estabelece o verdadeiro cu de boi em Brasília, com os poderes passando a perna uns nos outros, mostrando ao mundo que apesar das aparências, continuamos os mesmos, uma republiqueta de bananas.
Duro é pensar que o culpado por toda essa desgraça somos nós mesmos, brasileiros, eleitores, que escolhemos pessimamente nossos governantes, um Congresso de safados e aproveitadores, comprometendo o funcionamento desses dois pilares da democracia, culminando, com a escolha de juizes sem a necessária isenção e competência para compor nossa mais alta corte.
Convem deixar claro, que a escolha desses juizes é de exclusiva competência de incompetentes.
O eterno círculo vicioso que não conseguirmos romper, mantendo essas engrenagens putrefatas que conduzem os destinos da nação.
Eis algumas das razões de chegarmos a esse poço sem fundo, onde as esperanças passam ao largo.

José Roberto- 06/04/16


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