quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

LIBIDO

LIBIDO

“Um pouco de pretensão e água benta não faz mal a ninguém”.
Portando, vou entrar numa área adorada pelos psicanalistas, psicólogos e afins, que só sabem embrulhar os pobres coitados que acreditam em conversa fiada, esquecendo, que para lamúrias, nada melhor que um ombro amigo.
Para mim, libido sempre foi uma palavra masculina, coisa de macho como tesão, embora seja imprescindível nas mulheres.
A palavra vem do latim e significa desejo, anseio e outras expressões estritamente relativas a sexo.
Isso mesmo, refere-se a fazer sexo, conjunção plena das carnes masculina e feminina, ou na linguagem chula mas altamente clara e explicativa, “foder”.
Todos os humanos possuem o libido, porém em graus de intensidade variável. Uns pequenininhos, outros(como eu) enormes e bem desenvolvidos.
Esse sentimento que ocupa grande parte de nosso cérebro(principalmente dos homens), deve ser estimulado desde criança, para que atinja sua plenitude na  puberdade, continuando firme e intenso no correr dos anos.
Aqueles que como eu tiveram a sorte de ser criados no interior, contaram com a colaboração da natureza, presenciando o “cruzamento” de cavalos, bodes, cachorros e galinhas, que com seus atos espontâneos serviram para aguçar nossa curiosidade e dar início aos nossos estímulos sexuais.
Como o passar dos anos e com o aguçamento da nossa safadeza intrínsica(no bom sentido), pudemos contar com ajuda inestimável das empregadas domésticas de nossas casas, que foram as verdadeiras mestras da nossa formação em sacanagens e coisas afins( que saudades), enriquecendo sobremaneira nosso libido.
Quase todos da minha geração, foram leitores ávidos das revistinhas famosas escritas por Carlos Zéfiro, com as quais, escondidos nos banheiros, dávamos vazão aos nossos hormônios que pululavam, louco para sem liberados.
E como eram liberados!
Naqueles bons tempos, um calcanhar e uma canela, já eram motivos mais que suficientes para nossos devaneios e pensamentos libidinosos.
Sem conhecer ou mesmo sem nunca ter ouvido essa palavra mágica, já éramos absorvidos por sua química inebriante.
Os primeiros “amassos” com nossas namoradinhas nos deixavam sem fôlego e com as pernas bambas , numa sensação indescritível.
A primeira visita a zona de meretrício, a famosa Ripolândia ou equivalente, onde mantivemos os primeiros contatos com as “mulheres da vida” e suas cafetinas, são imagens que ficaram gravadas para sempre em nossa memória.
Foram passos importantes para a formação e sedimentação do nosso libido, preparando-nos para as próximas etapas de nossa existência.
Na atual conjuntura essas coisas tão importantes perderam a graça.
As facilidades da vida moderna, a liberação total da mulheres e o afrouxamento da moral e dos costumes,  ao invés de aprimorar, reduziu a intensidade desses sentimentos.
A descoberta do sexo perdeu muito de seu encanto e mistério, pois moças e rapazes vão logo “ficando” no primeiro encontro.
A televisão contribuiu para tornar banal, relações e atos, que eram tão maravilhosos e secretos.
A relação homem-mulher perdeu muito de sua magia, tornando-se mais mecânica, ao invés de uma manifestação sublime, quase divina.
Embora entenda os movimentos que lutam pela diversidade sexual, que já encontraram seu espaço na sociedade atual, sou daqueles a moda antiga,”bom mesmo é mulher”.
Tenho pena de alguns velhos amigos, forçados a tomar remédios controladores de pressão, que alem de cumprir a finalidade para as quais foram prescritos, baixam ainda mais o velho e cansado libido. Não há viagra que de jeito.
Pretendo escrever para a comissão que estuda as modificações e simplificações de nossa língua, para que libido passe a ser definitivamente uma palavra masculina.
Libido é coisa séria.
Para que se mantenha sempre aceso, necessita de manutenção e uso constante, pois assim, nem o tempo conseguirá refreá-lo.

José Roberto-26/03/08

NOTA- TEXTO ESCRITO HÁ OITO ANOS, RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE.


José Roberto- 24/02/16

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