sexta-feira, 10 de julho de 2015

FLAGRANTES DA VIDA REAL

FLAGRANTES DA VIDA REAL(10 DE JULHO 2015)

Tenho habitualmente saído com Vick, meu fiel escudeiro, as 06,00 horas,   para sua volta matinal onde cumpre regularmente sua obrigações, regando as plantas do jardim do nosso prédio e dos vizinhos.
Mesmo estando ainda escuro, o céu sem nuvens dava indícios de que teremos hoje um belo dia, com o sol espantando o frio detestado pelos cariocas, que tem nos incomodado nesse principio de inverno.
Inverno aqui no Rio sempre foi uma beleza.
Qualquer camisa de manga comprida era o bastante para prover o abrigo necessário, porem nesse ano, São Pedro deu uma caprichada, mostrando aos moradores da cidade maravilhosa, com moderação, o que vem a ser realmente a estação do frio.
Para quem já morou no sul, ainda uma moleza, mas os cariocas natos desencavaram seus agasalhos do fundo dos armários, mesmo a custa de espirros e alergias, engraxaram suas botas emboloradas e enfrentaram os 18 graus com valentia.
Hoje pela manhã, com a temperatura batendo nos 20 graus, ainda escuro, topamos no prédio ao lado com um jovem casal, que abraçados, trocavam languidamente longos e acalorados beijos.
Sentados numa muretinha do jardim, nem perceberam nossa chegada, mesmo após Vick curioso, tentar dar uma cheirada nos pés dos apaixonados.
Percebi, que apenas  a mocinha que conheço de vista, com o “rabo do olho” sorriu rapidamente para o cão enxerido, “engatando” novamente em outro longo beijo.
Minha mente suja logo imaginou que deviam ter passado a noite numa festa e sem grana para acalmar os hormônios num aconchegante quarto de motel, acalmavam os libidos com beijos efervescentes e caricias impudicas.
Confesso que senti um pouco de inveja, lembrando meus velhos tempos, inclusive dos saudosos amassos nas praias de Itanhaém.
Continuamos nosso trajeto, mais curto pela manha, com Vick cheirando e molhando as plantas e postes, velhos conhecidos.
A cada olhada que dava para traz, via o casal grudado, persistindo na seqüência de beijos apaixonados, sem se importar com os eventuais transeuntes, alheios a tudo, como se fossem invisíveis.
Completando o giro que dura quinze a vinte minutos, passamos novamente ao lado do casal, que dessa vez nos ignorou totalmente, permanecendo com os lábios selados em outro beijo interminável.
Jovens de muito fôlego, muito fogo e muito amor.
Mesmo as 6,00 horas da manhã, numa mureta incomoda e fria, o amor é lindo!

José Roberto- 10/07/15



2 comentários:

  1. Na juventude não há tempo ruim e o amor é bom demais.

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  2. Mas isso tudo [e só para adolescentes depois dessa idades é só para tarados..!

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