quinta-feira, 2 de julho de 2015

CASTIGANDO O APOSENTADO

CASTIGANDO O APOSENTADO

O sujeito trabalha trinta, quarenta, cinqüenta anos, se aposenta pensando que vai usufruir os louros de sua longa e árdua labuta, mas está redondamente enganado.
O aposentado comum, aquele que trabalha na iniciativa privada ou em empresas de economia mista, ao se aposentar, passa a ser tratado como um paria indesejável, um peso morto.
Ninguém dá a mínima pelo suor que derramou pela empresa nos longos turnos de trabalho, na dedicação exclusiva, no desgaste sofrido com as pressões e as metas a serem alcançadas.
Nem mesmo os que contribuíram penosamente para suas Fundações, escapam dessa situação de quase indigência a que foram relegados.
Os planos de saúde dessas Fundações castigam os aposentados, principalmente num período em que mais precisam de amparo e assistência.
Como aposentado da Eletrobras, sou um caso que deveria ser estudado por esses cretinos que nos consideram um estorvo.
Neste ano de 2015, meus proventos sofreram uma redução acentuada, pois a mensalidade do Eletros Saúde subiu quase 40% , e o Plasas, seguro complementar para livre escolha de hospital, subiu mais de 50%.
Em contrapartida, minha aposentadoria foi acrescida de um aumento mínimo, inferior a inflação, não conseguindo nem ao menos empatar com a coluna de descontos.
Se dependesse exclusivamente da aposentadoria, estaria hoje pedindo emprestado aos amigos, porque recorrer aos bancos é suicídio.
Essa penúria não ocorre com os felizardos que trabalharam, ou fingiram trabalhar, no Senado, na Câmara Federal, nas Assembléias Estaduais e até em algumas Prefeituras, sem mencionar os próprios políticos que conseguem aposentar com apenas dois mandatos.
Em diversos estados, governadores se aposentam com apenas um mandato, arrastando privilégios para o resto de seus dias.
O Poder Judiciário é outro que perdeu totalmente a vergonha, conseguindo benefícios imorais, alem de pleitear nesse ano de vacas magras, reajustes de até 78%.
Vale ressaltar, que esses sortudos, no geral, ainda contam com planos de saúde gratuitos ou com valores simbólicos, sem limites de despesas, cobrindo todos os tipos de atendimentos e intervenções cirúrgicas, até mesmo as estéticas.
Essa moleza e para poucos, digo muitos, que vivem em outro mundo, no país das maravilhas.
Quando finalmente, os aposentados comuns, conseguem depois de muita luta, que seus aumentos, sejam os mesmos concedidos ao salário mínimo, todos os canalhas se unem, tanto na Câmara como no Congresso, para derrubar essa reparação, há muito devida aos aposentados normais.
Alegam aumento de despesas, de alguns bilhões por ano, esquecendo, que só em corrupção, o país perde cem vezes mais, como nos casos recentes do Mensalão, dos Zelotes, do Sistema Elétrico(Eletrobras e subsidiárias) e de todas estatais ainda por investigar.
Jogam nos pobres aposentados  a culpa pelo déficit, que na realidade é oriundo da roubalheira desbragada, da falta de controles do poder público, da péssima administração do governo atual e de sua mega estrutura, com quarenta ministérios repletos de incompetentes e corruptos.
É óbvio que essa vitória de Pirro obtida pelos aposentados, será capada por Dona Dilma, seguindo os sábios conselhos de sua área econômica.
Caso os aposentados sejam beneficiados, poderá diminuir o volume de grana disponível para roubos, desvios e corrupção, ferindo os interesses da quadrilha encastelada em Brasília e nos órgão do governo.
Dona Dilma deve estar pensando(se é que ela pensa): Esses aposentados são uns chorões, choram de barriga “vazia”.
Deveriam seguir minha recomendação, comendo mais aipim, mandioca e macaxeira!

José Roberto- 02/07/15





Um comentário:

  1. Concordo plenamente com o texto. No Brasil nós temos uma "CASTA" de políticos que direciona todas as benesses imagináveis para os seus próprios bolsos, usos e compra de bens. Esta casta devora os cofres públicos. Para a população sobram as migalhas e aumento de impostos. Logo mais, nem os Planos de Saúde a população e principalmente os aposentados poderão pagar. O governo não reduz os custos da máquina pública em hipótese alguma. A péssima administração é para o povo, mas para os políticos a administração pública é impecável. Estamos fudidos e mal pagos!

    ResponderExcluir