DEFESA DO CONSUMIDOR

DEFESA DO CONSUMIDOR

Li alguns dias atrás, texto de um velho amigo de Campinas, reclamando das dificuldades e aborrecimentos que teve, tentando trocar um litro de leite, desses de caixinha, que embora dentro da validade, estava estragado.

Obviamente esse amigo gastou seu tempo e paciência, apenas para tentar fazer valer seus direitos de consumidor, sentindo na pele a dificuldade criada pelos nossos comerciantes, quanto se trata de trocar ou devolver a grana de um produto imperfeito.

Diferentemente dos países civilizados, aqui em nossa terra, “o cliente nunca tem razão”, sendo submetido a uma “via sacra” para obter algum eventual êxito em suas pretensões.

Temos o Código de Defesa do Consumidor e os Procons, que auxiliam em nossas disputas, ouvindo e encaminhando nossas queixas, levando o assunto para a mídia e para os juizados especiais, ajudando a enquadrar os maus fornecedores.

Todavia, se quisermos resolver nossas pendengas com rapidez, temos que botar a boca no trombone.

Ir a loja, ao supermercado, a butique, falar alto e grosso exigindo nossos direitos de imediato. Uma pequena baixaria sempre surte os efeitos desejados.

Recordo de um caso ocorrido há uns três anos.

Havia comprado na Casas Bahia, uma lavadora de roupas marca Eletrolux, adquirindo também no ato, a garantia estendida, oferecida pela loja.

Retornando de uma viagem de aproximadamente duas semanas, qual minha surpresa ao ser informado que a lavadora estava avariada, sem funcionar a uns dez dias, e que o técnico da autorizada chamado para corrigir o defeito, alegou que a peça demoraria 30 dias para ser enviada pela fábrica.

De imediato liguei para o SAC da Eletrolux em Curitiba, solicitando o envio imediato da peça, pois a lavadora havia sido adquirida há pouco mais de um mês.

Como a atendente alegou que aquele era o prazo médio normal para esse tipo de reparo, pedi para falar com um supervisor.

Depois de alguma demora fui atendido por outra pessoa, que confirmou não ser possível abreviar o tempo de entrega da peça.

Reclamei, ponderei e esbravejei, informando que procuraria de imediato a Casas Bahia e caso não conseguisse trocar a lavador de imediato, “jogaria a maquina na frente da loja”.

Pouco tempo depois, compareci a Loja onde comprei a droga de lavadora. Expliquei o problema ao gerente, informando que havia adquirido a garantia  e que necessitava urgente da lavadora. Caso não fosse possível a troca, solicitei  uma emprestada, até que fossem efetuados os reparos.

O gerente não deu a mínima para meus apelos, fazendo inclusive “cara de pouco caso”.

Puto da vida, em voz alta chamei a atenção de todos os eventuais compradores que estavam na loja naquele momento, fazendo um pequeno discurso sobre falta de educação do gerente, do desrespeito para com os clientes, alertando-os para não comprar nada na loja, principalmente aparelhos marca Eletrolux.

Informei a todos, que no dia seguinte, a essa mesma hora, traria a máquina avariada e a  jogaria na calçada defronte a loja e que meu filho filmaria todo do evento, para postá-lo no You Tube.

Fui muito aplaudido pelos clientes da loja e acredito, até por alguns vendedores.

Chegando em casa, fui logo informado que o pessoal da Eletrolux havia ligado e que retornariam a ligação.

Pouco depois, atendi a ligação de algum assessor da fabrica, tentando explicar as dificuldades e pedindo um pouco mais de paciência.

Quanto lhe informei minhas intenções, ficou apavorado, pedindo que não tomasse nenhuma atitude precipitada e que retornaria a ligação em minutos.

Em menos de um quarto de hora o mesmo assessor, com voz macia, afirmou que a peça estava sendo enviada por via área e que no máximo em dois dias, o problema seria contornado, se desculpando pelos inconvenientes causados.

Dito e feito!

Em dois dias a peça foi trocada e o problema solucionado.

Imaginem se tivesse ficado quietinho aguardando os 30 dias?

Temos que lutar pelos nossos direitos, apelando algumas vezes, pois uma baixaria, no momento e ocasião oportuna, normalmente surte efeito. 

Uma casa sem lavadora de roupas é um caos.

“O bom cabrito, berra!!!”

José Roberto- 20/03/15