A VOZ DO POVO

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Com a consciência pesada por não atender a convocação da minha amiga Ana, da varanda, olhei para o Parque da Lagoa que estava praticamente deserto, ao contrário do que acontece, principalmente aos domingos.

Os cariocas abdicaram do lazer, marchando para Copacabana em missão patriótica de civismo.

Tentei dobrar minha mulher, mas conhecendo seu velho e temendo por seu bem estar, fechou a questão. Acompanharíamos os eventos pela TV.

Com a chegada de minha netinha ficou mesmo impossível uma escapada estratégica.

A turma de “cachorreiros” marcou presença na esquina da Bolívar com Atlântica, fazendo coro a insatisfação de milhões de brasileiros, que entoaram seus brados e alertas por centenas de praças e ruas do nosso Brasil.

Foi emocionante assistir os flashes na TV focalizando as capitais, flagrando milhares de pessoas que de longe, pareciam formiguinhas em seu ritual disciplinado, rumando para as concentrações e pontos de encontro.

Um mar verde e amarelo, ponteado de ondas azuis e brancas, rugindo contra os desmandos de um governo corroído pela corrupção e clientelismo, incapaz de buscar saídas para a crise moral e econômica que nos assola.

O povo cansado exige mudanças.

Chega de mentiras e falsas promessas, pois as máscaras já caíram, mostrando a verdadeira face daqueles que detêm e usurpam o poder, corrompendo homens e instituições.

O povo não agüenta mais carregar nas costas um governo inepto e gastador, que nesse momento tão grave, ao invés de cortar gastos, reduzindo a imensa e inoperante maquina estatal, nos brinda com aumentos abusivos dos preços da gasolina, energia elétrica, que repercutem em toda cadeia produtiva acelerando a inflação.

Bandeiras e faixas pediam o impeachment e combate a corrupção.

Talvez não seja caso para impeachment, mas Dona Dilma se realmente quisesse ser uma “Presidenta” e não apenas uma fantoche mal humorada, que segue a risca as orientações de seu mestre e criador, deveria romper esses grilhões que a mantém atada ao Batráquio, expondo ao público suas fraquezas e incapacidade, pedindo socorro aos homens honestos e de boa vontade.

Somente uma faxina em alta escala e em todos escalões do serviço público, poderá trazer de volta o país aos trilhos do progresso.

Pressionada pelo Congresso, onde estão instaladas duas raposas fichas sujas de alta periculosidade, que farão de tudo para melar a investigações do Petrolão, criando embaraços para o governo, numa tentativa de desviar as atenções, não vejo saída para a desajeitada Dona Dilma.

A renúncia talvez seja a única forma decente dessa Senhora sair de cenário, abrindo uma janela para mudanças efetivas e diminuição da mastodôntica maquina estatal.

Que venham novos ministros mais ecléticos, experientes e com grande censo de civismo, pois aumentar impostos é escolha de obtusos, é fazer o jogo dos que não querem qualquer mudança.

Vamos acompanhar as reações de Dona Dilma, que acuada no Palácio do Planalto, espreitava por trás da cortinas, o rugido forte da insatisfação popular.

José Roberto- 16/03/15