quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O JUIZ QUE QUERIA SER DEUS

O JUIZ QUE QUERIA SER DEUS

Na boca da povo, a justiça do nosso país é feita de encomenda para proteger os ricos e castigar os ladrões de galinha.
Exageros a parte, cidadãos de luxo e do lixo, desde que tenham grana e contratem bons advogados, conseguem postergar decisões judiciais com recursos infindáveis, levando o desfecho do processo as “calendas”.
Quando o próprio juiz manipula a justiça a seu favor, sobrepondo-se ao direito, as leis e a sociedade, aí sim, a situação transforma-se num acinte.
Em fevereiro de 2011, o juiz João Carlos de Souza Correa foi parado numa “blitz” da Lei Seca no Leblon(Rio de Janeiro).
O senhor juiz dirigia um Land Rover(carrinho hem!!!!) sem placa, sem licenciamento e sem a carteira de motorista.
A agente de trânsito que fazia a autuação, Luciana Tamburini, antes mesmo do teste do bafômetro, informou ao juiz que seu carro teria que ser rebocado, diante do volume de infrações cometidas.
O juiz esperneou, reclamou, tentou dar uma carteirada, ameaçou a agente que retrucou, que um juiz deveria conhecer a lei, e que apesar de “juiz, não era Deus”.
Endiabrado e aos gritos, o juiz deu ordem de prisão a agente, solicitando a guarnição da PM que dava cobertura a “Blitz”, o encarceramento dessa vã mortal, que ousou desafiar os poderes divinos da magistratura.
Sabiamente, o Tenente da PM que comandava a operação, não cumpriu a ordem do colérico magistrado, conduzindo os querelantes para a delegacia mais próxima, onde foi lavrada a ocorrência.
Inconformado, o juiz nervosinho entrou com um processo contra a agente, alegando abuso de autoridade e solicitando reparação por danos morais.
O processo deve ter transitado rapidamente em primeira instancia, dando ganho de causo ao juiz.
Todavia, o assunto ganhou os holofotes, quando em segunda instância, o relator do processo, desembargador José Carlos Paes, confirmou a condenação de Luciana por abuso de autoridade, ao afirmar que “juiz não é Deus”, mesmo que o juiz estivesse infringindo na ocasião pelo menos três importantes artigos do código de trânsito.
Numa clara e inequívoca demonstração de corporativismo explicito, o desembargador condenou a ré, a pagar ao senhor juiz, 5 mil reais por danos morais.
O caso esdrúxulo e surreal explodiu na mídia, surgindo uma vaquinha virtual, que em dois dias arrecadou mais de 10 mil reais, para cobrir as custas do processo, cuja apelação está sendo encaminhada para apreciação final no STJ.
Sem analisar com maior profundidade os méritos do desembargador e sua estrábica visão da justiça, tudo leva a crer, que esse juizinho que queria ser Deus vai se dar muito mal.
No ano passado, foi novamente parado numa Blitz, recusando-se a fazer o teste do bafômetro, tendo a carteira apreendida e suspenso o direito de dirigir por um ano.
Já havia sido flagrado anteriormente, usando giroscópio e sirene em seu carro particular, para driblar o congestionamento em horário de rush.
Esse mesmo juiz, já havia se metido em trapalhadas mais sérias e nebulosas, na Comarca de Búzios, em processo fundiários, com decisões questionáveis que foram alvo de investigações do CNJ.
Todavia, esse mesmo CNJ que arquivou seus processos anteriores, está levando o caso atual, em tese abordando assunto de menor importância, de forma mais rígida, pois esse “evidente abuso de autoridade e corporativismo exacerbado”, denigre a classe como um todo.
Juiz não é super-homem, nem Deus.
É um cidadão comum, investido de poderes especiais para interpretar e aplicar as leis, devendo por ofício, ter conduta ilibada, tanto nos atos formais, como na vida privada.
Esperamos que esse juizinho metido a besta se ferre, se bem que, mesmo ferrado, sairá numa boa.
Uma eventual aposentaria compulsória, com salário garantido.
Punição exemplar, eh, eh, eh,.......

José Roberto- 06/11/14



2 comentários:

  1. Dentre a classes corporativistas, a dos juizes é uma das mais forte, onde prevale realmente o "L'Esprit de Corps".
    Juiz cassado tem que perder todos os direitos, inclusive os salarios,
    Aposentadoria compulsória remunerada é o sonho de todo brasileiro.

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  2. O judiciário brasileiro afronta a sociedade brasileira. Não sei onde vai parar tudo isso. Agora mesmo estão pleiteando e estão conseguindo um aumento salarial. O juiz do STF, maioria colocados pelo PT, passarão para R$35000,00 os seus salários, fora outras coisas mais que desconhecemos. Lógico que haverá efeito cascata e todo o judiciário será "premiado" com aumentos significativos. Como diz o Boris Casoy: " Isto é uma vergonha!".

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