sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"E LA NAVE VA"

“E LA NAVE VA”

Não consigo entender essa implicância da Receita Federal com minha pessoa.
Cheguei ontem de madrugada, de uma viagem urgente a Itanhaém, onde fui renovar minha carteira de motorista, vencida há dois meses, alem de me sujeitar a broca terrorista do meu querido sobrinho Ricardo, complementada com os leves futucões da doce e meiga Marina, reconhecidamente os melhores dentistas do Estado de S.Paulo.
Confesso que não andava de ônibus há muito tempo.
A viagem Rio/Santos/Rio em ônibus leito é extremamente confortável. Dá para dormir tranqüilamente.
Duro é aguentar o pequeno trecho de Santos a Itanhaém, 55 intermináveis quilômetros, feitos em aproximadamente duas horas.
O “cata-corno” da Breda, para mais que “Circular”. Basta ver alguém à beira da estrada que já vai encostando. Um martírio.
Finalmente em casa, as seis da matina, ao entrar no banheiro para despir-me dos últimos resquícios da viagem, eliminados com água e sabão, topo com a conhecida e indesejável correspondência.
“Comunicamos, que sua declaração enviada em 08/08/13 não foi processada, por inconsistências no preenchimento”.
Caralho!!!
Fiquei puto, pois já havia feito três declarações. A primeira na época normal, em meados de abril. Outra retificadora em junho e mais outra em agosto.
Isso já é picuinha e marcação. Esses caras da Receita me detestam, ou me amam.
Deveriam ter um carinho especial pela “opiniaodoze”, pois num país onde todos os serviços públicos são uma merda, não canso de exaltar as qualidades da nossa Receita Federal. Um exemplo de perfeição, servindo de modelo para países do primeiro mundo.
Mas na prática, não é o que acontece.
Esses sacanas gostam de me espicaçar e tirar meu sossego.
Tanto assim, que ontem, não tive cabeça para escrever, preocupado em descobrir as “porras das inconsistências” e resolver de uma vez por todas essa pinimba, que está a beira de causar o estouro do meu opulento saco.
Pente fino em tudo que já havia feito, descubro, que o entrave talvez se deva a mudança no plano de previdência privada, que pago há muitos anos, para minha filhota Lalá.
Não comuniquei a mudança da razão social do banco que administra esse fundo.
Com o máximo do capricho, enviei ontem minha terceira declaração retificadora.
Espero que tenha sido a ultima, exercício 2013, ano base 2012.
Como sempre, ao imprimir o recibo, sou brindado com boas notícias:
“Sua declaração de 2012 encontra-se na malha fina”.
Conforme já frisei, esses caras me adoram.
Sou freguês de caderneta.
Só espero que me dêem sossego por um tempo, para que possa continuar esculhambando essa sacanagem toda que nos rodeia.
Corrupção em todos os níveis e poderes. Assunto para milhões de textos.


José Roberto- 23/08/13


2 comentários:

  1. Nada como penar com as agruras do dia a dia.
    Acredito que a Receita realmente tenha algum apreço por você, dada a insistência que solicita seus contatos.
    Ou você anda escondendo a grana, ou está pagando menos que deve.
    Não se esqueça que nossos políticos e administradores precisam sempre de mais, mais, muito mais.
    Portanto, não se aflija e solte a grana.

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  2. Não fique triste, eu também pelo segundo ano consecutivo estou na malha fina. Já fiquei outras vezes. Quem tem despesas médicas acima de um parâmetro, que não sabemos qual é, vai diretamente para a malha fina, tendo em vista que a receita quer que você mostre os devidos recibos. Com certeza ficarei todos os anos na malha fina. Afinal, o desgoverno precisa de bastante dinheiro, principalmente para os planos de saúde dos políticos, que são atendidos no Sírio-Libanês, bem como para os senadores comprarem mansões em Brasília.

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