RETORNANDO "DE LEVE" AO BATENTE

 

VOLTANDO “DE LEVE” AO BATENTE

Depois de dez dias de repouso completo, abatido por uma sinistra pneumonia, eis me aqui ainda fungando, tentando escrever um texto para explicar e justificar minha forçada ausência.

Não tinha idéia que pneumonia era uma doença tão avassaladora.

Sempre brinquei que velho morre de queda ou caganeira, mas subjugado pela doença, li que essa malvada mata um bocado de idosos.

Fui levado ao hospital certo que estava tendo um infarto, com dor no peito, febre, forte tremor, enjôo e vômitos.

Após um serie de exames, RX e tomografia, foi constatado para alívio de todos(eu, mulher e filhos), que era uma crise braba de sinusite e pneumonia.

Medicado, recebi alta no mesmo dia, pensando que dentro de no máximo uma semana, estaria novamente em forma.

Ledo engano.

A dor no peito piorou, me obrigando a respirar curtinho e evitar a tosse de qualquer forma, pois a cada acesso a resposta eram facadas no peito e no cu.

Até para ficar deitado era um problema, não encontrando posição confortável para aliviar a pressão no peito.

Nunca imaginei que uma porra de uma doença para a qual nunca dei muita importância pudesse me derrubar dessa forma.

Pela primeira vez senti acabrunhado o peso da idade, incapaz de driblar o  encargo dos muitos anos.

Dificuldade para levantar da cama, para caminhar, perda total de apetite, de peso(emagreci 4 quilos) e uma merda de uma voz fraquinha e esquisita que nem mesmo eu reconhecia.

Nesse meio tempo, uma piorada, uma nova internação de emergência, mais exames, aumento da dose de antibióticos e adição de novos medicamentos e finalmente no sábado comecei a melhorar.

A dor no peito ainda persiste, principalmente se tossir ou tentar “puxar o catarro”, porem com mais disposição, embora ainda falando esquisito e caminhando devagarzinho com um velhote encarquilhado.

Portanto, esperando já ter passado pelo pior, após retornar de mais um exame de sangue, cá estou eu escrevendo essas mal traçadas linhas, relatando a quem tiver “saco” para ler, um resumo de minhas recentes agruras.

Ao invés de preparar as tralhas para a tradicional e esperada viagem anual a Caravelas, que deveria ocorrer na próxima quarta(01/02/17), com o coração e o peito apertado, me contentarei em acompanhar em pensamento, a prazerosa viagem, os mergulhos, e as deliciosas moquecas preparadas por meu sobrinho Ricardo que infelizmente não comerei.

21 dias de remédios e repouso, sob severa marcação da família, que me trata como um neném, ou melhor, como um velhote alquebrado.

Quando somos acometidos por uma “caganeira” como essa, ou outra ainda pior, tomamos ciência de nossa insignificância e fragilidade.

Devo realmente estar melhor, pois embora a “meia bomba” estou retornando ao batente, conseguindo matar um pouco de tempo no escritório do prédio, redigindo este texto, antes de voltar para nosso apartamento, se não quiser passar vexame e ser escoltado na marra, por Dona Regina.

Um bom dia e boa saúde a todos.

José Roberto- 30/01/17