terça-feira, 31 de maio de 2016

O JURUNA DO LAVA-JATO

O JURUNA DO LAVA-JATO

Tenho certeza que a maioria dos meus minguados leitores recordam do inesquecível Cacique Juruna, que não arredava pé de Brasília, com um gravador pendurado no pescoço, gravando conversa com políticos e autoridades.
Transformou-se numa figura folclórica, zanzando pelos corredores do Congresso, gravando principalmente promessas, que obviamente não eram cumpridas.
Apadrinhado por Brizola ingressou no PDT, conseguindo eleger-se para um mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, de 1983 a 1987.
Apesar de ter gostado das mordomias, os fluminenses não lhe deram uma segunda chance, pois piada só é interessante apenas uma vez.
De repente, como se já não bastasse essa merdalhada toda que respinga em nossos políticos, eis que surge um Juruna dedo-duro, um corrupto de boa safra do PMDB, que com um gravador escondido talvez na cueca, está fazendo um resbosteio geral entre os caciques do partido.
Sérgio Machado, cearense língua de trapo, adepto do gumex, depois de mamar feito um bezerro esfomeado por longos 12 anos nas tetas da Transpetro, onde pintou e bordou, distribuindo leitinho público a dezenas de figurões do PMDB, principalmente a sacatrapos do senado, obviamente em conluio com o PT e pleno conhecimento do Batráquio Nove Dedos, foi pego no contra-pé.
Para tentar livrar seu nauseabundo fiofó do ferro duro do Juiz Moro ou do STF, começou na surdina, a gravar conversas comprometedoras com a velha guarda dos corruptos, dentre eles o cachaço alagoano Renan Calheiros, o bode velho marimbondo de fogo Sarney, o trambiqueiro Romero Jucá e outros expoentes da escória, que unidos, espoliavam o país.
Dentre os inúmeros delatores do Lava-Jato, que revelaram as tramóias e as personagens que participaram da ladroeira, Machado é um alcagüete da pior espécie, pois não se limitou a confessar os roubos e desmandos nos quais se envolveu, mas fez pior, premeditou encontros e começou a gravar conversas comprometedoras.
É óbvio que não existe honra entre bandidos, mas esse Sérgio Machado é um marginal da pior espécie e pelo jeito não tem medo de represálias, pois está entregando de bandeja todos seus velhos amigos e protetores, sócios na corrupção, que se julgavam protegidos por um pacto de silêncio e com a certeza da impunidade.
Mas as vezes o impossível acontece. O quadro mudou.
Grandes empresários e diretores de estatais estão sendo presos, situação surreal até pouco tempo atrás.
Está chegando a vez dos políticos.
Pilantras sem caráter como esse Sérgio Machado, mesmo no tranco, ajudam a justiça, dando um empurrãozinho “muito amigo” nos corruptos, em direção ao xilindró.

José Roberto- 31/05/16


2 comentários:

  1. O jornalista Ricardo Noblat, no seu blog, revela como Sergio Machado gravou suas conversas. Parece roteiro de Francis Ford Coppola: o ex-presidente da Transpetro, sabedor que uma delação premiada tem que ser rica em informações, que só repetir o que outros já disseram, ou criar fantasias que logo os investigadores desmontariam, não ia resolver seu caso, ofereceu-se para gravar conversas que ia ter com seus amigos, em Brasília.
    Mas nada de telefones. Isso seria muito arriscado, pois ele não ia lidar com ingênuos. O negócio foi bem mais sofisticado.
    Copio do artigo do Noblat: “Mas não o fez armado com um celular ou gravador de bolso. Topou ser monitorado em tempo real por agentes federais. Eles o equiparam com aparelhos de escuta. E o seguiram para as tais conversas com uma Van que estacionava a certa distância dos endereços daqueles a serem visitados por Machado. De dentro da Van, escutavam tudo o que Machado falava e ouvia. Como nos filmes”.
    Palmas para a PF!
    ET: Enquanto as investigações e punições aos corruptos, nas mãos do Eficiente Juiz Sérgio Moro, andam numa velocidade de "Trem Bala", não o trem bala da Dilma que não saiu nem do papel, graças a Deus, pois seria mais um grande foca de corrupção, todos os investigados, começando pelo ex-melhor presidente Lula, querem e lutam para que sejam julgados pelo STF, pois sambem que a velocidade do STF, nos julgamentos, é igual à dos trem do século passado, ou seja os trens à vapor, as famosa Maria fumaça.

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