quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

AQUI OS FORTES GEMEM

AQUI, OS FORTES GEMEM

Li essa brilhante frase no banheiro de um bar, nos meus tempos de adolescente.
Estava acompanhada de outras, também interessantes, das quais jamais me esqueci.
Aproveito o ensejo para transcrever duas bastante pitorescas:
“Não limpe o cu com a Gazeta, senão Pelé entra com bola e tudo”(para aqueles que ainda lembram da saudosa Gazeta Esportiva);
“Pedro Álvares Cabral que vá pra puta que pariu, pois foi ele quem trouxe a gonorréia pro Brasil”(velhos tempos em que essa doença venérea era das mais perigosas).
As portas dos banheiros sempre foram um mural, onde poetas bissextos e recalcados deixavam seus recados e mensagens.
Durante minhas idas e vindas a São Paulo, tive oportunidade de ler coisas interessantíssimas nos banheiros de Congonhas, mencionando tendências sexuais de funcionários, fornecendo aptidões e telefones de vendedoras das lojas, um legítimo “Quem é Quem”dos freqüentadores locais.
Não me entendam mal.
Como sou um homem prevenido, antes de partir para os compromissos, sempre visito essas “casinhas” para me garantir.
Participar de uma reunião com dor nas tripas é dose.
Prevenir e sempre melhor que remediar!
Bem, mas a questão é outra.
Ontem foi o dia fatídico, adiado há mais de dois anos.
Finalmente tomei coragem e fui visitar o urologista.
Porque será que todos urologistas/proctologistas são parecidos, sempre com um sorriso estampado no rosto e uma frase gaiata na ponta da língua?
Tentam parecer descontraídos e simpáticos, ao contrário das pobres vitimas, que cabisbaixas e envergonhadas entregam-se ao estupro dedal.
Cheguei amofinado, levando o PSA que estava bem baixinho e a Ultra-Sonografia da próstata, que embora um pouco aumentada, normal para a idade, aparentava estar em perfeita ordem.   
Sempre sorridente, o turco, deitou-me na mesa de suplícios, na posição conhecida pelas mulheres, mais habituadas a esses terríveis exames de rotina.
Convém lembrar que sou fiel e recatado, entregando meu fiofó aos cuidados de uma única família. O turco atual, é filho e herdeiro(ou será merdeiro?) do médico responsável pela primeira e inesquecível invasão de minhas partes baixas.
Fechei os olhos e aguardei.
Tinha esquecido que doía tanto!
Ou meu fiofó encolheu, ou o maldito dedo do turco cresceu.
Não tirem conclusões precipitadas, pois mesmo sofrendo horrores, olhava de canto, para ter certeza de que era mesmo o dedo.
O turco futucava, comentando que a elasticidade estava boa, não havia nódulos, etecetera e tal.
Foram segundos que mais parecerem séculos.
Vesti a calça, paguei e saí claudicando, sem olhar para trás.
Remoendo minha dor e humilhação, pensei na velha frase, pois naquela mesa realmente “os fortes gemem”.

José Roberto- 02/03/11

NOTA: TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE.

José Roberto- 09/12/15




3 comentários:

  1. Lembrei-me de uma trova oportuna ao assunto:
    "Neste momento solene,
    Onde a vaidade se acaba,
    Todo covarde faz força,
    Todo valente se caga!"
    Luizinho.

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  2. Era tao sujo o banheiro que mereceu um poema
    "Obrigado seu servente
    por esse banheiro indecente
    em vez da gente cagar nele
    ele caga na genta"

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  3. Puxe a descarga com força. Há um longo caminho daqui até o congresso!”

    “Não faça na vida o que você faz aqui dentro!”

    “Porque mijas fora se no entanto cagas dentro? Ou tu tens o pau torto ou o c… fora do centro”

    “Não adianta cagar cantando, porque a m.. não sai dançando”

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