segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

ADITIVOS

ADITIVOS

Tomando café as 6,00 horas da manhã, com Vick, o fiel escudeiro a meu lado, sonolento, mas esperando alguns pedacinhos de pão com queijo, que aceita como se fizesse um favor, pois prefere presunto e salaminho, aguardávamos a chegada da minha teimosa secretária e assistente executiva.
No momento em que Maria Silvia chega na copa, escuto o som do jornal sendo depositado em nossa porta de serviço.
Apanho O Globo e deparo imediatamente com a principal manchete ocupando a maior parte da primeira página: “Novo centro de pesquisa teve propina de R$ 36 milhões”.
Aditivos generosos inflaram o custo do Cenpes, orçado em 1 bilhão, mas com jeitinho, com jeitinho... chegou aos 2,5 bilhões.
Nada de mais em se tratando de outra obra da Petrobras, pois corto meu saco se alguém conseguir provar que uma única obra da petroleira foi executada sem que “mãos fossem molhadas e cuecas recheadas”.
Dona Dilma tenta iludir o povão, argumentando desvairadamente, que a roubalheira na empresa começou na época FHC.
É obvio, que nos tempos do Sociólogo se roubava na Petrobras, porem com mais pudor. Os diretores, superintendentes e funcionários que pilhavam a empresa eram ladrões “sérios”, se contentando com a “comissão” após a empreiteira ter ganho a concorrência.
Contudo, na era petista, os pseudos moralistas vermelhos vieram ao pote com muita sede. Não se contentavam com apenas uma parcela “por fora”, exigindo sociedade no lucrativo empreendimento, com percentuais para si próprios e outra tanto para o partido.
As digitais do canalha mor José Dirceu, estão finalmente aparecendo nesses aditivos miraculosos.
De tanto mencionarem o termo “aditivo”, por acaso, veio a lembrança a propaganda do Bardhal, veiculada sistematicamente há uns 30 anos atrás.
Adicionando uma latinha no tanque de combustível, propiciava vida longa ao motor do veículo.
No caso, o aditivo beneficiava e melhorava o rendimento do motor, aumentando sua vida útil, exatamente o contrário do que fazem esses “aditivos” da Petrobras.
Corroem as engrenagens internas da empresa, fazendo a felicidade de empreiteiras e corruptos, permitindo o surgimento de uma constelação de novos milionários, proprietários de haras chiquérrimos, de iates imensos, castelos, edifícios e contas trilionárias em paraísos fiscais.
Já que vivemos numa época de reforma ortográfica, seria oportuno que nossos doutores em lingüística, sugerissem a eliminação desse malsinado  verbete(aditivo), dos dicionários de língua portuguesa.
Os assaltos aos cofres da petroleira continuariam acontecendo, mas seria um pequeno alento.

José Roberto- 23/02/15


2 comentários:

  1. De nada adianta retirar o verbete "aditivos", no plural mesmo, pois eles estão presentes deste à época de Cabral, sendo que com o redescobrimento do Brasil pelo Lula, em 2003, eles cresceram exponencialmente, e põe crescimento nisto! Tanto é verdade que o verbete corrupção foi trocado por "mal feitos". E os mal feitos estão aí por toda a parte.

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  2. Pois é Zé, é muita roubalheira numa empresa só. Além da prospecção de petróleo e outras atividades correlatas, partiram para a construção civil e outras "cossitas mas", e olha que só se investigou a Petrobrás. Imagine quando e se forem partir para outras estatais. Lendo o jornal de hoje, 4a feira dia 25, deparei-me com a revelação do corrupto-mor, moribundo que está cada vez mais vivo, insuflando a galera que se a oposição e o grito das ruas crescerem, ele vai colocar o exército do Stadille nas ruas. Será que o Brasil vai ser a Venezuela no futuro?

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