segunda-feira, 9 de junho de 2014

A DECADÊNCIA DOS PLANOS DE SAÚDE

A DECADÊNCIA DOS PLANOS DE SAÚDE

A saúde pública no Brasil é caso de polícia, porta de entrada para o alem.
Quem recorre a um hospital público, se o caso for grave, sabe que não escapa. Recebe um bilhete expresso para o céu, ou para o inferno.
Até pouco tempo, aqueles que tinham condições de pagar um plano complementar de saúde, principalmente os que trabalhavam ou trabalharam em empresas ligadas ao governo, desfrutavam de um atendimento satisfatório, escapando das filas degradantes dos “beneficiários” do INSS, sendo atendidos pela rede privada.
Alguns planos de saúde, facilitando o ingresso de novos sócios, cresceram de forma exagerada, passando de usuários a donos dos principais hospitais do país, que trabalhando em ritmo acelerado, sacrificaram a qualidade do atendimento pelo volume de produção(pacientes).
O Rio, que não chega aos pés de São Paulo em quantidade e qualidade de hospitais, entrou numa espiral descendente, pois aqui os planos foram ágeis, comprando ou se associando a todos os hospitais de renome,
Nem mesmo o Samaritano, indubitavelmente o melhor, escapou dessa sanha.
Em plano levemente inferior, situava-se a Clinica São Vicente, o São Jose, e a rede D’Or, que também foram engolidos pela Unimed, Amil ou Bradesco.
Membros de minha família já haviam passado duas ou três vezes pelo Copa D’Or em Botafogo, a questão de dois ou três anos, com um bom atendimento.
Lamentavelmente, tivemos o prazer de constatar que a situação já não é a mesma, depois que o hospital foi comprado ou associado a um desses planos de saúde.
Sexta passada, dia 06/06, minha filha Maria Silvia se internou no “nosocômio”(do fundo do baú) para retirar um pinta suspeita, procedimento rápido, com entrada e saída no mesmo dia.
Já existe uma grave falha na recepção, que fica num plano superior, separado por dois degraus, sem existência de rampa, dificultando o acesso de cadeirantes.
Informações prestadas, documentos apresentados, assinaturas, fomos brindados com dois livrinhos, “Guia dos Pacientes” e “Cuidado Seguro”, e entregues aos cuidados de um recepcionista que nos conduziria ao nosso quarto.
Vencido o primeiro obstáculo, deparamos com outro muito pior, os elevadores.
Dos dois existentes apenas um funcionando, tendo que aguardar um fila interminável, igual a saguão de aeroporto.
Depois de uns quinze minutos, chegamos ao quarto, recém reformado, confortável e com boas instalações.
Em seguida apareceram três ou quatro enfermeiras, que alternadamente, fizeram exatamente a mesma coisa, tirando a temperatura, perguntando idade, altura e peso.
Extremamente minuciosa foi a auxiliar que veio perguntar sobre as preferências alimentares de minha filha, dispondo de uma extensa lista de check-list, fazendo uma inquirição completa sobre as múltiplas opções e desejos da internada.
Pouco depois apareceu a médica, Mirta, amiga da família, informando que devido a uma emergência, a pequena cirurgia, marcada inicialmente para as 13,00 horas, sofreria atraso de meia hora.
Uma longa meia hora, pois Maria Silvia só foi encaminhada ao centro cirúrgico, por volta das 15,30 horas.
Depois de uns quinze minutos, resolvi ir até a cantina comprar uns sanduíches, pois estávamos com fome, sobrevivendo apenas com o café da manhã.
Ao me dirigir para o elevador, topo com minha filha esperando pacientemente na maca, com seus acompanhantes, aguardando espaço para ser encaminhada ao centro cirúrgico.
Reclamei com os acompanhantes exigindo preferência e obviamente desci pelas escadas.
As 17,00 horas apareceu o anestesista para dizer que tudo havia corrido nos conformes, estranhando que minha filha ainda não tivesse chegado.
Pouco depois chegou a médica, com a qual conversamos por mais uns dez minutos e nada de minha filha chegar.
Chegou por volta das 17,30 horas, informando que esperou mais de vinte minutos para pegar o elevador, realmente um absurdo, considerando tratar-se de uma paciente recém operada.
A médica informou que estava liberada para jantar as 18,00 horas, com alta já assinada, para s 19,00 horas.
Minha filha, um pouco sonolenta, ainda estava recebendo soro via endovenosa, cuja bolsa já estava terminando.
Após algum tempo, quando notei que o soro havia acabado, apertei o botão de emergência sem muita preocupação, pois sabia que mesmo que a veia obstruísse, o cateter seria retirado, inclusive a tempo de jantar, pois Maria Silvia estava em jejum desde as 20,00 da noite anterior. E estava com muita fome.
Esperei uns quinze minutos com a luz vermelha da emergência acesa e nada de aparecer alguma enfermeira.
Em seguida fui até a enfermaria do andar, solicitando a uma enfermeira que parecia mais preocupada em atender o celular, para que fosse retirar o soro do braço de minha filha.
A criatura foi até o quarto, retirando apenas a bolsa de soro que foi arremessada no lixo, dizendo que voltaria em instantes para retirar o cateter.
Como não retornou, apertei novamente o botão de emergência, aguardando a chegada de alguém, para completar o serviço.
Esperei mais uns vinte minutos e puto da vida, fui novamente até a enfermaria do andar, onde topei com quatro enfermeiras conversando animadamente, sem dar a mínima para a luz vermelha de emergência, que pulsava num painel.
Dei uma bronca no quarteto em altos brados, sendo acompanhado por um rapaz que tentando se justificar, alegou que estavam em troca de turno.
Argumentei que independente de qualquer situação, uma vez acionada, a emergência deve ser atendida rapidamente, ou senão, para que a existência dessa droga de botão?
O cara ainda tentou se justificar, enrolando que eram poucos para muitos leitos, etecetera e tal.
Sugeri ao distinto, que o hospital faça uma norma, “impedindo os doentes de passar mal no horário de troca de turnos”, resolvendo assim essa séria falha, pois se o caso de minha filha fosse realmente grave, poderia haver complicações com essa demora.
Completando a obra, esqueceram de trazer o jantar de minha filha.
Como já eram 19,00 horas, fui novamente a enfermaria do andar, solicitando a liberação imediata de minha filha.
Pouco depois apareceu o mesmo sujeito que nos acompanhou pela manhã, e após uma espera de exatamente quinze minutos, conseguimos tomar o elevador,
Felizmente a assinatura da baixa foi rápida e tiramos logo nosso time de campo.
Esse hospital, que já foi bom,  necessita urgentemente de supervisão e talvez de uma inspeção da ANS, se pudermos confiar na atuação dessa agencia mambembe.
Os planos de saúde estão se degradando, oferecendo um atendimento que deixa muito a desejar.
Estão se nivelando ao INSS.
É a socialização petista da desgraça.

José Roberto- 09/06/14


Um comentário:

  1. Os planos de saúde estão colocando dificuldades para adesões nos planos individuais. Assim, sobra para a população, que pode dispor de algum dinheirinho, participar dos planos coletivos, onde os reajustes são mais favoráveis para os planos de saúde. Li que o Imposto de Renda está estudando uma forma de diminuir a participação do plano de saúde no ajuste anual que fazemos do IR. Se isso acontecer estaremos ferrados.

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