quinta-feira, 10 de abril de 2014

MEDO DE AVIÃO

MEDO DE AVIÃO

“Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez a tua mão”, já dizia  o velho e esquisito Belchior.
Li dias atrás, uma pequena nota de uma leitora de O Globo, defendendo a tese, que “o país seria bem melhor caso os políticos tivessem medo de avião”.
Não deixa de ser um ponto de vista interessante, comprovado pela evidência e repetição dos fatos.
A medida que nossos políticos vão galgando posições mais importantes, ficam seduzidos pelos pelo desejo de voar.
Um jatinho, principalmente se for da FAB ou de algum sócio/patrocinador de trambiques, torna-se objeto de luxúria.
Voar, voar, voar, as custas do erário ou com grana de comissões e adendos contratuais é coisa nossa(dos políticos).
De sobra, na “garupa”, os danados levam sogras, filhos, amantes, puxa-sacos e até cãezinhos de estimação.
O grande mau exemplo foi dado pelo nosso ex-melhor Presidente desde Cabral, o Molusco, que cruzou o mundo ao lado da famosa teúda(Rose), que chefiava o escritório da Presidência em São Paulo e indicava pilantras para cargos importantes, obviamente, recebendo “agrados” em contra partida.
Outro que se orgulha de seus aprontos, é o cabra macho Cid Gomes, governador do Ceara, que não se acanha em fretar jatos para passear pelo Caribe e pela Disney, com a sogra, mulher, cunhadas, filhos, logicamente em missão oficial, de relevante interesse ao estado.
Aqui no Rio, nosso ex-governador Cabral, agora em retiro espiritual, pois estamos em plena quaresma, também carrega tristes lembranças da derradeira viagem com amigos, para curtir uma festinha em Trancoso, a bordo de um helicóptero do presidente da Construtora Delta, quando escapou por pouco, pois estava na segunda leva. O voador caiu, matando a namorada do filho dentre outros, num triste e infeliz acidente.
Mas nosso ex-governador não tomou vergonha, pois continuou voando semanalmente do Rio para Mangaratiba, levando a família, serviçais e até o fiel cãozinho. Quanto ao cão não tenho restrições, mas o vai e vem com helicóptero oficial era uma tremenda safadeza.
Caso pitoresco do presidente do Senado, o cachaço Renam Calheiros, um dos campeões de escândalos do nosso Congresso.
Preocupado com o “telhado”, não se furtou em requisitar um jatinho da FAB para um vôo até Recife, em missão sigilosa de alto interesse nacional, para “semear” alguns pelos, provavelmente retirados do saco, ou daqueles que ficam na região anal, evitando a aridez desértica em sua prodigiosa careca.
Provando que o castigo vem a cavalo, o petista suíno, o execrável ex-vice-presidente da Câmara Federal, André Vargas, teve que se licenciar com sintomas de renúncia a ser brevemente anunciada, por voar com a família para Fortaleza, gozando “merecidas” férias, a bordo de um jatinho de seu amigo, sócio e comparsa, um doleiro atualmente curtindo o sol nascer quadrado.
Essa boca livre vai lhe custar o mandato e mais um bocado de dor de cabeça.
Enumerar os casos de políticos, ministros, governadores, que usam jatinhos e helicópteros oficiais em viagens tipicamente particulares, é chover no molhado.
Gastaria folhas e folhas relatando essas safadezas e seus autores.
Ao menos em parte, a tese pode ser defendida e aceita com relativo sucesso.
O medo de avião reduziria um pouquinho a roubalheira em nossa terra.
Mas estejam acertos, a criatividade maligna de nossos políticos  sempre encontraria um jeitinho de aprontar por via terrestre, seja de trem, metrô, ou ônibus, a exemplo do que ocorreu no poderoso Estado de São Paulo.

José Roberto- 10/04/14


3 comentários:


  1. Para acabar com a roubalheira em nosso país, só proibindo toda essa geração de políticos safados de se candidatar novamente, inclusive seus filhos e netos.
    Só banindo definitivamente esses crápulas, poderemos ter alguma esperança de controlar a corrupção.

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  2. O nome completo de "nobre" deputado do aviãozinho é (de verdade): ANDRÉ VARGAS ILÁRIO (assim mesmo, sem o "H"), que prefere esconder, para não ficar ainda mais ridículo...
    Luizinho.

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  3. Políticos se misturam com o povão nas eleições. Depois quer distância. Voar em avião comercial só no início dos primeiros mandatos, depois aprende passa usar os jatinhos da FAB e jatos executivos pagos por empreiteiras e lobistas de plantão, principalmente em Brasília. O custo para administrar é astronômico!

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