segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

CARAVELAS 2013


CARAVELAS 2013

 

Depois de um ano difícil, com problemas familiares e perdas irreparáveis, esperava com ansiedade a viagem anual para Caravelas, para poder começar o ano renovado, com um melhor astral.

Uma escapada mais rápida, com praticamente a mesma turma do ano passado, com exceção do Cássio Peludo, retido em Itanhaém para tratar de problemas relativos a queda de pelos, principalmente da extremidade superior(careca).

Via aérea até Porto Seguro, Renato Dada, Denis Pênis, Gil Bertogil, Iberê Beruel, Flexa(esqueci o nome do branco magrelo, pau de virar tripa) e finalmente, o campeão de apnéia salvadorenho, Don Mario Urutu Cruceiro, o Django das profundesas(2 metros).

De carro, meu dileto sobrinho Ricardo Amarelo, Carlinhos Peba e o velho redator deste blog.

Após pernoitarem em casa(Ricardo e Peba), saímos na terça bem cedo para a primeira etapa de nossa aventura, pois sempre considerei a viagem um refrigério, parte importante apesar de um pouco longo e cansativa, um antegozo das saídas para o mar.

Na viagem de mil quilômetros aproximados, muita conversa, casos, rememoração de velhas lembranças, degustação de charutos, entremeados com os “delicados” flatos de Ricardo Amarelo, detentor do recorde mundial de flatulência, que nos obrigava a arejar o carro após seus “suspiros anais”.

A potência dos flatos de Amarelo, atinge o grau 10 na escala Richter Peidonômetra.

O danado começou a meia bomba, porem, após municiar suas tripas com alguns salgadinhos suspeitos, em nossa rápida parada para abastecimento em Campos, reiniciou a “queima de fogos” em alto estilo, digno de sua fama e competência.

Após meia hora, num processo de alquimia que deveria ser profundamente estudado pelos nossos cientistas e esotéricos, Amarelo botou para quebrar, ou melhor, afrouxou a válvulas de escape e nos castigou o resto da viagem, com “tirombaços” de enxofre e mangue.

Após 12 longas horas, chamuscados e cheirando a merda, chegamos vivos a Caravelas.

Pela primeira vez em trinta anos, nos hospedamos num hotel decente, limpo, com um ótimo café da manha e jantar.

A pousada do Ditinho(filho do Guto, aquele que tem posto...) é coisa do passado. O filho da mãe, alem de burro é ingrato, pois éramos fiéis em sua pousada clandestina, que lhe rendia uma boa grana com nossa rápida passagem.

A turma aérea chegou mais tarde, com um largo estoque de vodka, uísque e energéticos(uma droga chamada Bivolt, comprada pelo pão duro Pênis mole).

Como já esperado pelos veteranos(eu, Ricardo,  Renato e Carlinhos), os peixes eram raros, caçados de forma predadora pelos nativos locais, que não respeitam espécies, tamanho ou temporada de defeso.

Mesmo assim, em nossas saídas diárias, conseguíamos ao menos garantir os peixes da moqueca, por sinal maravilhosa, preparada com capricho pelo barqueiro Val.

Era sem dúvida nossa melhor refeição do dia.

Dom Mario Urutu Cruceiro, o mais aplicado, demonstrou o porque de sua fama alem mar, abatendo a sangue frio, um grande número de Bocas de Velha, Salemas e Cocorócas.

Flexa, preocupado em filmar suas caçadas, rendeu pouco, mas mesmo assim conseguiu filmar o assassinato de um budião(o único que acertou).

Gil Gilbertogil, exaurido pelo excesso de manguaça, praticamente não mergulhou, preferindo ficar a bordo, lançando ao mar em golfadas continuas, resíduos gástricos de comida e vapor etílico.

Beruel praticamente não mergulhou, anestesiado pelo excesso de brejas.

Nós os veteranos, nos limitávamos a matar o suficiente para a moqueca, contentando-nos em apenas admirar as águas tépidas dos corais, atualmente carente das espécies cobiçadas e dignas de serem abatidas por caçadores submarinos de reconhecida categoria.

É incrível como os dias e as horas passam rápido, nessas ocasiões em que conseguimos livrar das nossas preocupações do dia a dia.

Em Caravelas falar ou discutir sobre trabalho é terminantemente proibido, regra cumprida rigorosamente por todos.

Conversas, apenas sobre besteiras, sacanagens e fofocas sobre a vida alheia.

Num piscar de olhos estávamos de volta.

Renato abdicou da passagem aérea, preferindo retornar de carro, para sofrer o bombardeio flatal de seu mano Amarelo.

Convem salientar, que no retorno, inexplicavelmente Amarelo perdeu parte de sua potência, sendo substituído a altura por Peba, que durante todo o trajeto expeliu gazes fortíssimos, estocados em sua volumosa barriga de baiacu de espinho.

Renato, ruim do estomago, se limitava a cheirar os flatos, complementando o trabalho do Peba com alguns de baixa graduação.

O retorno, tal como a ida,  noves fora a peidação geral, foi tranqüilo, apenas retardado por obras mal planejadas nas proximidades do Rio.

Cheguei por volta das 18,00 horas e os três peidorrentos seguiram direto para Itanhaém, onde aportaram logo após a meia noite.

Pelas conversas que tivemos ontem por telefone, dá para notar que continuamos os mesmos, cheios de planos, táticas e esperanças, aguardando com ansiedade o ainda distante janeiro de 2014.

É a maneira peculiar de nos sentirmos jovens, mantendo vivas as coisas simples que nos revigoram.

 

José Roberto- 21/01/13

 

 

2 comentários:


  1. Você é um herói, um sobrevivente, pois resistir 12 horas sob intenso bombardeio de flatos do seu sobrinho Amarelo, não é mole não!!!
    Porque será que o apelido dele é Amarelo?
    Sem dúvida tem a ver com seus sérios problemas na válvula de escape.
    Esse Amarelo é um poluidor da natureza.
    Você tem que usar mascara contra gazes, em sua proxima viagem com o sobrinho peidão.

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  2. Acho que o único mergulhador dessa turma é o estrangeiro, Mario Broz.
    O resto só vai mesmo atraz de uma boa cana.
    Um bando de cachaceiros.

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