terça-feira, 3 de janeiro de 2012

LA AMARGA VITA

LA AMARGA VITA

A velhice é mesmo uma merda!
Li entristecido, uma minúscula nota na revista Época dessa semana, que a ex-maravilhosa Anita Ekberg, atriz sueca que se tornou mundialmente famosa, ao estrelar o filme “La Dolce Vita”(1960) do diretor italiano Frederico Fellini, encontra-se na maior “pindaíba”.
A situação da octogenária diva está tão ruim, a ponto de seu representante Massimo Morais(algum velho fã tarado, que deve trabalhar de graça), pedir encarecidamente a Fundação Fellini, um ajutório, para que a velha dama não precise ser recolhida a um asilo.
Anita Ekberg foi minha primeira e inesquecível musa.
Foram os primeiros peitos que vi numa tela de cinema.
Não me esqueço jamais daquela cena, quando a deslumbrante e generosa loira, baixa o vestido, deixando vislumbrar aqueles dois melões maravilhosos, que por muitos e muitos anos povoaram meus sonhos eróticos.
Essa apresentação aos “frutos do prazer” ocorreu em Piracicaba, nos meados de 1956, entre dez para onze anos, quando os hormônios iniciavam a reação nuclear em meu libido.
O maravilhoso filme cujo titulo também jamais esquecerei, “Seduzida pelo Vício”, proibido para menores de 18 anos, “passava” no Cine São José, o velho e bom pulgueiro da cidade.
Para entrar no cinema, eu com alguns amigos, escalamos a noite uma casa vizinha, conseguindo entrar pelo telhado do banheiro da geral, que ficava no mesanino e não era vigiado pelos inoportunos “lanterninhas”, que provavelmente deveriam temer os freqüentadores do infecto recinto.
A geral do São José era barra pesada.
Os habitues estavam tão viciados, que antes mesmo dos peitos surgirem na tela, já antecipavam o momento de supremo gozo, balbuciando: é agora, é agora!
É obvio que aos dez anos e pouco, convivendo com marmanjos, já havia visto peitos em revistas pornográficas, mas tremulando, praticamente ao vivo, foi a primeira e inesquecível vez.
Anita Ekberg tinha um peitões invejáveis, rijos e rosados, com seus bicos diretamente apontados para o céu.
Pareciam ter vida própria, tremulantes, o maior espetáculo da terra!
Para mim, esse foi o grande filme da atriz, e não La Dolce Vita, que assisti alguns anos mais tarde, já mais empenado e achei um saco.
Por sinal, nunca gostei dos filmes de Fellini, mas como era modismo e os metidos que se julgavam intelectuais consideravam as porcarias do italiano o máximo, o negócio era não contestar.
Muitos anos depois, quando ouvi pela primeira vez Gal Costa cantando, se não me engano, musica de Caetano, “Vaca de Sagradas Tetas”, na mesma hora fiz a viagem no tempo, ligando a musica, a divina tetuda de minha infância.
Fiquei triste ao saber que a ex-tetuda não foi previdente, não “guardando do riso pra chora”, pois deve ter sido “sugada” em seu inevitável ocaso por algum jovem sabichão, seduzido quem sabe, pelas já cadentes tetas ou mais provável, pela sedutora grana.
Caso o representante da atriz, divulgue na Internet uma conta bancária para doações, de bom alvitre, contribuirei com uns 10 dólares, “in memoriam” das maravilhosas imagens e lembranças dos velhos tempos, que permanecem tão vivas em minha chamuscada memória.

José Roberto- 03/01/12

4 comentários:


  1. Apesar de não ter visto esse filme, que na época dever ter sido mesmo maravilhoso, também não me esqueço da primeira vez.
    Nos bons tempos um joelho já nos deixava malucos, imagine então dois belos tetões.
    Ótimas lembranças.

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  2. Tem toda razão, Anita Ekberg foi maravilhosa. Na mesma época despontavam as francesas Mylène Demongeot (do filme "A Mais Bem Despida") e Brigitte Bardot (do filme "E Desu Criou a Mulher"). Arrasaram...
    Visentin.

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  3. Esse texto trás ótimas recordações, pois as opções na época eram raras, ver um filme desses deve ter causado arrepios.
    Me contentava com as revistinhas suecas e com uns livrinhos exagerados cujo autor não lembro o nome, mas eram o nosso consolo.

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  4. E que mulheres! Não essas mulheres que aparecem nas revistas produzidas e com tantas correções que nem mais uma pintinha conseguimos ver. Com artifícios da informática elas parecem que não existem, tamanha perfeição das fotos. Nosso tempo era bem melhor,não existia tantos truques, e até hoje não precisamos dessas mulheres "perfeitas". Um viva para as nossas divas de ontem e de hoje!

    Vanderlei

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