terça-feira, 3 de outubro de 2023

POLÍTICOS QUE MERECERM NOSSO (DES)RESPEITO

 

POLÍTICOS QUE MERECEM NOSSO (DES)RESPEITO

 

Depois de tudo que passamos e ainda vamos passar, duvido, que qualquer pessoa minimamente esclarecida, ainda acredita que “Deus é Brasileiro”.

Se era, cansou, pois não conseguiu melhorar a qualidade do povinho instalado num país tão belo e pródigo em recursos naturais. Um povo que escolhe o que há de pior para representá-lo, insistindo nesse erro voluntariamente, ou encabrestado por promessas e benesses que se vierem, serão em migalhas.

O ciclo se repete por décadas, perpetuando famílias de notórios corruptos no poder, que transferem para suas famílias riquezas que deveriam ser distribuídas entre todos, especialmente aos menos favorecidos.

Numa tentativa de elencar esses “espécimes raras”, deixarei provavelmente de mencionar figuras exponenciais, por esquecimento, falha de memória, ou outra razão qualquer.

Abro a lista com a figura formidável do Marimbondo de Fogo José Sarney, o bigode tingido, aquele que escreve livros que ninguém lê. Coronel as antigas, transformou o Maranhão numa Capitania Hereditária, dividindo o comando do estado com filhos, parentes e agregados. O clã tornou-se milionário, enquanto o Estado foi deixado na rabeira, o mais atrasado, o pior nos índices IDH. Embora envolvido em muitos processos, inclusive em delações do Lava-Jato, jamais foi condenado, graças aos afilhados que alocou em todas as instâncias da Justiça.  Fodeu com o Maranhão, tentou fazer o mesmo com o Amapá, porém, seu grande feito, foi como Presidente do Brasil, que com seus planos mirabolantes levou-nos a hiperinflação e ao retrocesso econômico e social.  Atualmente fazendo retiro espiritual.

Outro que merece destaque é Renana Calheiros, o Cachaço das Alagoas, o campeão em processos “cabeludos”, todos engavetados no STF, mofando até prescreverem, pois deve ter muito o que contar sobre suas excelências. O Cachaço é foda, tem até minha admiração, fez filho numa jornalista famosa, cuja manutenção ficou a cargo de uma empreiteira. Justificando a multiplicação geométrica de seu patrimônio, informou ao Fisco que suas vacas davam duas crias por ano, maravilha inexplicável, pois o ciclo normal do gado vacum é de 11 meses. Demonstrou por notas fiscais “legítimas”, que vendeu para um simples açougue de Maceió, num ano, alguns milhares de bois para abate e comercialização, missão impossível para um minúsculo empreendimento. No Processo do Lava-Jato, foi arrolado em diversos processos recebendo doações não declaradas de empreiteiras para suas campanhas, além de outras maracutais e propinas junto com o presidente da Transpetro. Renan teve mais de 20 processos importantes no STF, a maioria absoluta anulada ou cancelada por decurso de prazo. Hoje um homem limpo, probo, exemplo para seu filhote que segue suas pegadas.

Jader Barbalho também entra no meu rol de preferidos. Outro bamba em desviar dinheiro público. Várias vezes eleito governador do Pará, desviou recursos da Sudam, do estado, em conluio com empreiteiras, ficou tão manjado, que sou testemunha dentro de um taxi em Belém, de uma declaração de seu filho, Helder, entrevistado numa rádio de propriedade do pai, em meados dos anos 80, quando declarou, que se o pai fosse novamente eleito para o governo, não mais participaria de trambicagens (não lembro exatamente o termo que empregou, mas entregou o passado obscuro do pai). O cabra é tão safado, que teve que renunciar ao Presidência do Senado, peitado por ACM, que ameaçava expor seus podres.  Continua enganando os paraenses que insistem em mantê-lo no Senado, e o filhote seguindo seus passos, duas vezes no governo e atualmente como ministro de Mula, o maior ladrão de nossa história.

Romero Jucá, outro que surfou com todos os governos, parceiro fiel de Renan Calheiros, foi figura importante nas negociatas do Congresso até ser finalmente rejeitado pelos eleitores de Roraima em 2016. Também foi premiado com inúmeros processos e como seu parceiro, jamais foi condenado por qualquer um deles. Livrou-se até mesmo de um financiamento concedido por um banco regional, para ele e sua mulher construírem uma granja, que jamais saiu do papel, mas o dinheiro foi embolsado pelo feliz casal. Continua ativo no Congresso, dando assessoria a diversos parlamentares, provavelmente, sobre as muitas formas de meter a mão no bolso da viúva.

Para não me alongar demais, vou encerrar esta minúscula lista, onde faltam dezenas a serem citados, com a figura do inesquecível, ímpar e única, grande cara de pau, Paulo Maluf. Dentre todos nossos corruptos o mais sério, pois tudo o que prometia às empreiteiras em troca de grana, depois de eleito, cumpria rigorosamente, tanto que era considerado um “corrupto honesto”, homem de palavra. Apesar de ter roubado muito, também fez muito por São Paulo, tendo sido em todas suas passagens um bom prefeito, realizando obras viárias importes, desafogando o pesado tráfego local. Jurava de pés juntos não ter contas em paraísos fiscais, mas nunca autorizou ninguém a movimentá-las. Reserva para tempos difíceis. Se fosse crucificado, poderíamos chamá-lo de o bom ladrão.

Outros ficarão para uma próxima resenha.

Fora Mula!

 

José Roberto- 03/10/23

 

2 comentários:

  1. Ao ler este seu artigo, no meu escritório, em casa, peguei minha carteira de dinheiro e escondi. Depois fui ao esconderijo das minhas parcas poupanças para viagem ao exterior e verifiquei se dolares e Euro ainda estavam lá. Estavam e escondidos ainda. São tantos corruptos no seu texto que "Deus me livre" deles na minha casa e nos meus bolsos. “Pé de pato mangalô treis veis” é “vai de retro satanás, para bem longe”.

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    1. Um grande abraço ao velho amigo, paciente leitor de minhas crônicas e ótimo comentarista que sempre complementa meus escritos.
      gima

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