segunda-feira, 15 de maio de 2023

A COISA AQUI TÁ PRETA

 

A COISA AQUI TÁ PRETA

 

Aqui no Rio, a coisa tá pra lá de preta.

Dom Orani, nosso arcebispo boa gente, é testemunha ocular e viva dessa “escuridão de insegurança” que nos assola, pois foi ontem assaltado novamente.

Os bandidos perderam totalmente o respeito, levando do religioso, além do relógio, celular, o anel episcopal até e a própria batina, por sinal vistosa, talvez a ser utilizada como disfarce nos próximos assaltos, ou em algum terreiro de umbanda.

Já é o quarto ou quinto assalto sofrido pelo arcebispo, que mais uma vez, apenas com as roupas de baixo, suponho de ceroula e camiseta, saiu incólume, graças a Deus.

Parece marcação, pois Dom Orani vai para uma celebração num desses bairros da periferia, e na volta, já estão de tocaia, prontos para dar o bote, pois sabem que não haverá resistência.

Esses bandidos safados poderiam se dar muito bem, caso ficassem de “botuca” numa dessas reuniões da CNBB, onde a maioria dos bispos vermelhinhos, talvez não se recusassem a entregar passivamente seus objetos pessoais, caríssimos e de bom gosto, paras serem socializados com a ralé.

Eu que ando de saco cheio com o descarnado fingido, socialista de araque, Chico Buarque, me aproprio de frases dos velhos tempos quando compunha boas músicas, nominando, ou citando-as em meus textos, como hoje,, “Meu Caro Amigo”, pois se enquadram perfeitamente na penosa situação atual, da cidade e do país.

Exemplo típico é a cara de pau e a rotina dos roubos de carga na via Dutra, na região da baixada até o início da Avenida Brasil, uma piada. De péssimo gosto.

Todos os dias, as TVs mostram caminhões sendo desviados para favelas(comunidades), com suas cargas transferidas para veículos menores, com ajuda dos moradores, que alguns casos, dependendo da mercadoria, até participam do butim.

A polícia sempre chega quando a rapinagem já foi concluída, talvez alertada pelo noticiário matinal das TVs.

A média de roubos de carga nos últimos 12 meses, foi de aproximadamente 15 ao dia, sempre nos mesmos lugares, desviadas para os mesmos locais, rotina que se repete há anos, mas que vem aumentando nos últimos meses, graças a ineficiência da polícia, em parte, amarrada por decisões superiores, que impedem a ação antecipada nas favelas.

O fruto desses assaltos é distribuído aos pequenos supermercados da região e as centenas de camelôs espalhados por todos os bairros da cidade, que vendem de tudo, de eletrônicos a comestíveis. Só não vendem carne fresca, rapidamente consumida nas comunidades.

Pensando bem, roubo de carga e mixaria, café pequeno perto do perigo que corremos; ao ousar andar pelas ruas dos melhores bairros da cidade, teoricamente os mais policiados, após escurecer.

Os anjos da guarda não estão dando conta do recado.

Com certeza, “a coisa aqui tá preta”.

Fora Mula!

 

José Roberto- 15/05/23

 

 

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