segunda-feira, 25 de setembro de 2017

AINDA SOBRE TERREMOTOS

AINDA SOBRE TERREMOTOS

Ao começar a redigir o texto de sexta-feira, 22/09, tinha como objetivo relembrar a experiência de nossa família num desses raivosos eventos da natureza, mas por razões diversas que surgem quando começo a escrever, as palavras tomaram outro rumo, um rumo que com certeza seria ótimo para o país, se circunscrito às áreas e locais “onde mora o pecado”.
Antes de iniciar a narrativa temos a lamentar, que no sábado, 23/09, o México foi atingido por outro forte terremoto, o terceiro neste trágico e fatídico mês de setembro, castigando ainda mais uma população sofrida que não para de contar o número de feridos e mortos.
Em 1984 estávamos no México, participando de uma excursão com um grupo de paulistas, pois a operadora de turismo era de uma nossa conhecida de Itanhaém.
Ficamos uns poucos dias na capital, cidade do México, hospedados num velho e confortável hotel, o Continental Hilton.
Todavia, o local cobiçado era Acapulco, balneário da moda que estávamos loucos para conhecer e usufruir, inclusive para ver o celebre mergulho dos “ clavadistas”, malucos que mergulhavam de um alto penhasco, aproveitando o maior volume de água quando as ondas chegavam a turbulenta e pedregosa praia.
Por uma feliz coincidência, ficamos no hotel Copacabana, recém inaugurado.
A praia foi uma decepção, embora a água fosse quente e agradável, a areia era grossa, impossível de se andar descalço.
Em compensação, as piscinas do hotel compensavam, tendo dois bares dentro d’água, deixando a praia em segundo plano.
Recordo que pela hora do almoço, deixando júnior na piscina, eu e Maria Silvia pegamos o elevador para ir ao nosso quarto, onde Regina estava dando banho em Fernanda, que na época, tinha exatamente a idade de sua filha, nossa adorável Lelê.
Mal o elevador começou a subir, senti que balançou, as luzes apagaram e começou a cair algo sobre o teto, achei que eram cabos e que o elevador estava caindo, dando graças a Deus que ainda estávamos baixinho e que se houvesse queda, seria pequena.
Havia mais uma pessoa no elevador e estava fumando.
Puto da vida, gritei para que apagasse o cigarro, segurando firmemente minha filha que estava muito assustada. Eu também estava me borrando, mas tinha que aparentar firmeza.
Não demorou cinco minutos e equipes de socorro perfeitamente treinadas,  abriram as portas e nos tiraram do elevador.
Chegando ao quarto pelas escadas, topamos com Regina assustada, pois as cortinas haviam caído, e porta se abriu com o balanço do hotel, pois as camareiras assustadas, correram para avisar que havia acontecido um “tremblom”, um pequeno terremoto, muito comum no país.
Ainda bem que o hotel havia sido construído obedecendo normas de segurança para suportar esses desagradáveis e perigosos eventos.
Foi um abalo sísmico distante, de 4,9 na escala Richter, fraco para os parâmetros locais.
Júnior ficou decepcionado, pois não sentiu nada,  nem mesmo um pequeno balanço, pois estava dentro da piscina.
Terminamos nossa agradável estadia no país, apesar desse pequeno e assustador incidente, muito satisfeitos, pois os mexicanos são amigos e hospitaleiros e eu ainda fui confundido diversas vezes com “o futebolista Rivelino”, craque da Copa de 70, obviamente por causa do meu bigode, pretinho na época.
Cabe registrar, que o hotel em que ficamos na cidade do México,  o Continental Hilton, foi totalmente destruído no grande terremoto que aconteceu no ano seguinte, em setembro de 1985, causando milhares de vitimas.
Espero jamais ter de passar por outro, embora em Acapulco, tenha pensado que o problema era apenas com o elevador, quase não sentindo medo ,mas foi o suficiente.


José Roberto- 25/09/17

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