terça-feira, 10 de dezembro de 2013

LEMBRANÇAS DE ATIBAIA II

LEMBRANÇAS DE ATIBAIA II

Deixando de lado assuntos políticos que continuam sendo exatamente os mesmos, aquela nojeira de sempre, pincei da velha memória, gasta e carcomida, mais algumas lembranças pitorescas do período que trabalhei em Atibaia.
No começo de 1971, quando a sede da Regional se localizava provisoriamente no Centro, na Rua José Alvim, estávamos reforçando o quadro de funcionários, admitindo pessoal local e da vizinhança.
Para os quadros da DVE(Divisão de Vendas de Energia) cujos pretendentes, na etapa final de admissão eu mesmo entrevistava, optei por um mineirinho quieto, de rosto meio bexiguento e avermelhado, que aparentava ter os requisitos necessários para o cargo.
Não recordo seu nome, mas ele se adaptou rapidamente, demonstrando ligeireza no aprendizado e extrema boa vontade.
Nessa época, surgiu a Loteria Esportiva como uma grande novidade, e esse funcionário se tornou o encarregado dos “bolões”, arrecadando nossa grana e fazendo as apostas.
Era o porta-voz de nossos sonhos.
Nunca ganhamos nada, pois o mineirinho devia ser pé frio, suas previsões eram todas furadas.
Certo dia, pediu para eu ser avalista de um empréstimo que estava tomando no Banespa, de 1.500,00 (cruzeiros?), o dobro de seu salário mensal.
Como era meu subordinado direto, fiquei meio sem graça e assinei a mal fadada Nota Promissória, sem racionar como ele poderia quitá-la, pois sabia o quanto ganhava.
Passado algum tempo, recebi uma ligação do gerente do banco, me informando que caberia a mim, o avalista, honrar o empréstimo não saldado.
Fiquei puto e pressionei o mineirinho quieto, descobrindo, junto com outros que como eu, haviam entrado numa fria, que o danado havia tomado empréstimo em todos os 11 ou 12 bancos que existiam na cidade, e que esses empréstimos estavam vencidos e não pagos.
Fiquei admirado da lábia desse sujeito, pois eu que era procurador da CESP, assinando cheques e outros documentos da Regional, quando busquei um financiamento para meu primeiro “Opala”, tive que me explicar direitinho e arranjar bons avalistas para liberar a grana solicitada.( 10.000,00, a ser pago em 24 prestações de 539,30- meu primeiro grande empréstimo).
Investigando mais a fundo, descobri que esse mineirinho quieto, fora da empresa, era um gastador desbragado, freqüentando diariamente um boteco onde alem de gastar uma nota preta com cerveja, se deleitava com prostitutas.
Fora da Cesp, o mineirinho quieto era um capeta libidinoso.
Com ganas de lhe dar uns tapas, montei com a Divisão Administrativa um esquema para sua demissão, cujo acerto seria feito em dinheiro vivo, o qual ficaria em nosso poder, para amenizar o prejuízo de seus avalistas.
Naquela época, as demissões eram feitas na sede da própria Regional, sem necessidade da intervenção de sindicatos. Bons tempos.
Após darmos baixa em sua carteira e ele assinar confirmando o recebimento  da grana correspondente, requisitamos o dinheiro e fizemos o rateio entre os funcionários menos categorizados que haviam confiado naquele picareta.
Obviamente, por desempenhar cargo de chefia, não sobrou nada para mim, alem do prejuízo, renegociado e refinanciado com o Banco.
Tenho certeza que o Arlindo, o Prata, o Paternost e o Doratioto lembram desse pilantra, que com sua fala mansa nos passou uma bela rasteira.
Dizem que esses atos irresponsáveis servem para o nosso aprendizado, para formar e alicerçar nossa experiência de vida.
Pura besteira, pois duvido que outros como eu, não tenham caído novamente na mesma esparrela.
O difícil e admitir, que apesar de burros velhos, continuamos acreditando nas pessoas e tomando na “tarraqueta”.


José Roberto- 10/12/13

2 comentários:

  1. Outro de seus casos interessantes.
    Espero que continue nos brindando com essas boas histórias.
    Abraços
    Pedro Paulo

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  2. Zé, para lembrar do seu MINEIRINHO BOM DE BICO

    A Madame abre a porta do bordel e dá de cara com o mineirinho vestido com roupas modestas.
    - Diga? - pergunta ela.
    - Eu quero a Natasha ! - respondeu o Mineirinho.
    - Caro senhor, a Natasha é uma das nossas "meninas" mais caras. Eu posso te apresentar outra...
    - Não, eu quero a Natasha! - insiste o Mineirinho.
    Então a Natasha aparece. Um espetáculo, um monumento. Salto alto, corpete, meias. Se dirige ao mineirinho e diz que o valor é R$1.000,00 por hora.
    O Mineirinho nem pisca tirando logo o dinheiro escondido no sapato, diz :
    - Tudo bem.
    Então, ela o leva para o quarto onde ele passa uma hora inesquecível com direito a tudo, tudo mesmo!
    Na noite seguinte, o Mineirinho aparece novamente e pergunta pela Natasha. Ela estranha porque nenhum cliente dela veio duas noites seguidas e diz que não faz desconto. O Minerinho pega a grana novamente e entrega a Natasha, que o leva para
    o quarto onde eles passam novamente uma hora COMPLETA!!

    Na noite seguinte, ninguém acredita. Mineirinho entrega R$1.000,00 para a "menina" e vão para o quarto aonde mais uma vez acontece 1 hora de loucuras.
    Natasha não resiste e pergunta :
    - Ninguém nunca usou os meus serviços três noites seguidas, afinal sou a mais cara da casa. De onde é o senhor?
    - Sou de Bélzonte...
    - Sério?! Eu tenho uma tia que mora lá!
    - Eu sei, foi ela qui pediu pra lhe intregá os treis mil real...

    CÊS PENSA QUI NOIS É BÔBO? TÁ VENU? NÓIS NÉ MUITO NÃO, NÓIS É SÓ UM CADIN!

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