sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O VINHO PROIBIDO

Entorpecido com a decisão estapafúrdia de um ministro que frustrou nossas esperanças, condenando-nos a patinar na mesmice complacente de uma justiça inodora, onde “os fracos não tem vez”, resolvi encerrar o dia tomando umas e outras, para refrescar a cuca e esquecer essa merdalhada toda.
Arrisquei passar no Supermercado Mundial, “o melhor preço total”, onde estacionar é uma façanha, pois como os preços são realmente os melhores do Rio, vive lotado, mesmo não aceitando cartões de credito(só a vista).
Com muito custo, conseguiu uma vaga em busca da oferta especial, pois como é mês de aniversário da casa, o dono, um português xucro, mas que entende do riscado, quis brindar os clientes com o vinho proibido, o cobiçado “Monte dos Cabaços”.
O magnífico “licor dos anjos” estava sendo ofertado por módicos R$ 49,90, a metade do preço normal, bem acima de minhas posses, pois meu limite por garrafa é de 30 paus.
No presente caso, face as circunstâncias, dei-me ao luxo desse exagero perdulário.
Temendo qualquer dano, mantive o precioso liquido pressionado entre minhas coxas, até chegar em casa.
Degustar o “Monte dos Cabaços” foi um cerimonial digno de nota.
As papila gustativas enchiam minha boca de saliva e eu , espumando como um cachorro louco, babava, ansiando por degustar o liquido rubro num ritual bacante e libidinoso.
Escolhi uma taça de um cristal fino, especial, para que o Monte de Cabaços fluísse macio sobre meus lábios sequiosos, deslizando tépidamente pela garganta seca , subitamente umedecida pelo sangue virgem, das uvas sagradas da terra de nossos patrícios.
Só mesmo a alma portuguesa para engarrafar cabaços, não apenas um, mas um monte deles, fruta rara e em extinção nessa época turbulenta em que vivemos.
Após degustar avidamente os “Cabaços”, esse maravilhoso vinho proibido e pecaminoso, senti-me relaxado, liberto dos problemas do quotidiano, inclusive dos atos impuros de nossos podres poderes.
O torpor e a moleza bateram forte, pois saciado, regalado com o “Monte dos Cabaços, me preparei e desfrutei do sono dos justos, sem sonhos ou pesadelos.
Acordei numa boa, sem qualquer vestígio de ressaca.
O vinho provou ser realmente de primeira.
Quem é que em sã consciência, pode não gostar de um “Monte dos Cabaços”?
Postei a foto de minha orgia etílica, pois sou daqueles que “mata a cobra e mostra o pau”.

José Roberto- 20/09/13
 

6 comentários:


  1. Você me deixou com água na boca.
    Também quero provar esse "Monte dos Cabaços".
    Deve ser uma delícia.

    Pedro Paulo

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  2. Tivesse eu grana, iria agora mesmo comprar uma garrafa desse celestial licor.
    Ai, ai, assim você me mata, ai, ai, ai.
    que inveja.!!!

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  3. Como hoje mesmo irei a uma adega bem perto de casa, não posso deixar de procurar, como você bem disse: "esse maravilhoso vinho proibido e pecaminoso" . Eu acho que você está se preparando para ser um futuro enólogo, pois não é o primeiro vinho que indica no seu blog.

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  4. Sempre uma sacangem nas entrelinhas.....
    Toma jeito , velho.Vá cuidar da neta.

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  5. Meu limite também gira em torno de R$ 30,00 para a garrafa de vinho. Tenho bebido o "cabernet sauvignon", chileno, "Gato Negro", que é muito bom e custa no Supermercado Saito, em Itanhaém, R$ 21,90 e no Extra (careiro) custa R$ 29,80, que é bom para você ficar sabendo.
    Luizinho.

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  6. Acho que terei que ao Rio de Janeiro para tomar o "Monte de Cabaços". Não encontrei nos locais que fui em Sampa. Vanderlei

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