quinta-feira, 20 de abril de 2017

PROPINA

PROPINA

Se têm uma palavra que está na moda, bombando, arrebentando a boca do balão,  é justamente essa: PROPINA.
Como em nosso país somos especialistas em esculhambar com tudo, deturpando  entidades que funcionam exemplarmente em outros recantos do mundo, a exemplo das Ongs, por aqui, sinônimo de trambiques; fizemos o mesmo com algumas palavras e expressões.
Uma das mais célebres é a que nomeia o texto, talvez uma das palavras mais citadas pela mídia nos últimos tempos, obviamente com algumas variações, fruto da fértil imaginação do brasileiro na tentativa de escamotear atos impróprios.
No sentido original, propina referia-se a gorjeta, dada espontaneamente como agradecimento a um serviço bem prestado ou executado.
Atualmente, essa palavra  somente é utilizada no sentido pejorativo, significando pagamento para alguém realizar um ato ilícito.
Na próxima revisão do Aurélio, tenho certeza que novas palavras e sinônimos serão incluídos para enriquecimento formal de nossa língua, pois já são de domínio público, utilizadas em larga escala pela imprensa e pelo povo.
Um exemplo é Propinoduto, referindo-se particularmente a roubalheira na Petrobras, que rendeu variações peculiares aos corruptos que participavam do esquema, a exemplo do termo utilizado pelo ex-Tesoureiro do PT, João Vacari Neto, alcunhado de Moch, pois sempre andava  com uma mochila a tira colo.
Moch, ao combinar o local onde recolheria a grana para encher sua mochila vazia,  utilizava uma delicada expressão , dizendo que iria buscar os PIXULÉCOS.
Que meigo, que bonitinho!!!
No caso de Cabral, o maior governador ladrão da história do nosso país, por ser mais escolarizado e metido a besta, costumava exigir de seus parceiros no crime, percentagens nas obras superfaturadas,  as quais denominava OXIGÊNIO.
O safado respirava corrupção por todos os buracos do corpo.
Nas delações premiadas, vão surgindo outras variações interessantes, tais como CHOCOLATE, PEDÁGIO, AGRADO,  dentre outras.
Algumas palavras manjadas tais como, JABÁ, JABACULÊ, SUBORNO, jamais foram pronunciadas, nem pelos delatores, nem pelos corruptos que metiam a mão na grana, talvez por julgá-las muito pesadas ou mesmo vulgares, não compatíveis com o “nobre serviço que realizavam”.
Outro aspecto interessante que gira em torno dessa indecorosa palavra, é que todos os safados que a recebem, negam, jurando tratar-se de justa remuneração por palestras ou serviços (nunca)prestados, ou ainda, doações legais devidamente declaradas a justiça eleitoral,devidamente aprovadas.
Todo mundo fingia acreditar nessas justificativas capengas, inclusive nossa estrábica justiça, até que um juiz peitudo declarou em altos brados, “que o rei estava nu”.
Talvez, para moralizar definitivamente o país, a solução seja eliminar essa palavra maldita do dicionário.


José Roberto- 20/04/17

2 comentários:

  1. Seria bom mesmo se essa palavra deixasse de oxigenar as ações dos nossos governantes e políticos, que já são muito bem renumerados, pesando nos impostos que obrigatoriamente pagamos. Mas, com muita dor no coração, sabendo que serão mal geridos.

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  2. É MESMO UMA PENA, POIS ENQUANTO ESSA RAÇA DE CORRUPTOS NÃO FOR EXTERMINADA, TUDO CONTINUARÁ NA MESMA.
    MELHOROU UM POUQUINHO, MAS FALTA MUITO.
    NÃO VEJO SOLUÇÃO A CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO.
    ABCS
    GIMAEL

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