quinta-feira, 6 de abril de 2017

O TARADO ASSEDIADOR DA GLOBO

O TARADO ASSEDIADOR DA GLOBO

Tinha até alguma simpatia pelo decrépito galã da Globo, José Mayer, mas igualmente imprópria a sua grotesca atitude para com uma colega de trabalho, foi sua declaração pública de arrependimento.
Talvez, por viver e conviver num ambiente mais liberal, tenha se esquecido de alguns princípios básicos de educação, civilidade e respeito ao próximo, de ambos os sexos.
Pior ainda é não se enxergar, talvez devido  a maquiagem exagerada  que usa nas novelas, pensando que pode esconder o peso dos anos, máscara fugaz que não resiste a uma lavagem do rosto.
Pode ser que nos bons tempos esse caquético galã tenha conseguido belas parceiras, muitas em busca de notoriedade, acreditando que o tarado poderia abrir portas do meio artístico.
O “meã culpa” exposto em sua carta é um grande farsa, uma vã tentativa de justificar seu ato injustificável, pois eu e milhões que nasceram a mais de 60 anos, numa época relativamente machista, sabemos nitidamente a diferença entre a concordância e a rejeição.
Nasci, cresci e envelheci antes desse safado, sempre com minhas preferências pelo sexo oposto, mas respeitando os limites da educação e o sagrado direito da livre e consciente harmonização entre os pares.
Quando em nossa juventude aprendíamos o como e porque das coisas e burilávamos nosso caráter,  jamais nos ensinaram que os homens tinham mais direito que as mulheres, tanto que em minha casa, quem dava as rédeas era minha mãe.
Costumes arraigados da época concediam maiores privilégios aos homens,  principalmente nos assuntos relativos ao sexo, tudo dentro de um contexto passageiro, que aos poucos ia caindo por terra, até que as mulheres ocupassem o lugar a que tinham direito.
Portanto, a afirmação de que sua horrível atitude deve-se exclusivamente ao fato de ter nascido e crescido num período “machista”, carece de fundamentos, tratando-se de um embuste para justificar-se diante da sociedade que renega seu ato inconveniente e espúrio.
A conversa de que sai do triste episódio como um homem melhor é outra lorota, pois como diz o ditado “burro velho não perde a barda”. O sacana sai humilhado, com o rabo entre as pernas.
Nós, os velhotes nascidos nos anos quarenta não somos santos, mas sabemos perfeitamente quando somos aceitos ou refugados e mesmo com “dor nos cornos” seguimos em frente, até encontrar o outro pé do nosso desgastado chinelo.
Obviamente para toda regra existem as exceções, motivadas no caso, pela falta de educação e narcisismo.

José Roberto- 06/04/17

E.T.= Detestei a generalização do ator em sua carta de justificativas, pois colocou todos de nossa geração dentro do mesmo “saco”, por isso escrevi esse texto.


6 comentários:

  1. Zé, será que houve mesmo assédio da parte dele? É que tipo de assédio? Palavras chulas, gestos invasivos ou apenas elogios maliciosos? Não sei. Pra te dizer a verdade, ando meio de saco cheio desse tal "empoderamento" feminino. As mulheres da minha geração e da anterior lutaram tanto, rasgaram sutiã, pregaram amor livre e as mulheres atuais se transformaram numas chatas, histéricas, algumas sem definição de sexo, em suma "empodeiradas". Cito algumas, nem tão jovens, Maria do Rosario, Marilena Chuai, essas globais hipócritas, que ficam enaltecendo a liberdade de gênero e o escambau. Por isso tudo é que tenho minhas dúvidas sobre o Mayer. Como N U N C A assisto a Globo, ando com uma certa ogeriza à programação de TV aberta nem deveria opinar, mas estou achando tudo tão superficial e falso, que atualmente quero "ver para crer". Abs Ana

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  2. QUERIDA AMIGA
    SEI QUE HÁ MUITOS EXAGEROS COM RELAÇÃO A ESSE ASSUNTO, MAS A CARTA DO SEM VERGONHA NÃO DEIXA DÚVIDAS.
    MINHA FILHA LEU UM RESUMO DAS DECLARAÇÕES DA ASSEDIADA E FICOU PUTA COM A INSISTÊNCIA, INCLUSIVE COM AS OFENSAS E PALAVRÕES DITAS DIANTE DE VÁRIAS PESSOAS, NO SET DE FILMAGEM.
    O SACANA E SAFADO E SEM EDUCAÇÃO. MERECE O CASTIGO.
    ABCS

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  3. ZÉ, CONCORDO COM VOCÊ.
    O MALANDRO ACHOU QUE FORÇANDO A BARRA SE DARIA BEM, MAS ENTROU PELO CANO.
    O CARA TEM QUE SE MANCAR QUANDO A MULHER NÃO QUER,
    APELOU COM GROSSURA E VAI PAGAR CARO POR SUA BURRICE.
    JOÃO PEDRO

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  4. Também não concordo com a generalização colocada na carta de justificativa do Ator. Felizmente, novela na minha casa é coisa do passado. Sia uma e entra outra é sempre a mesma porcaria. Minha mulher e minha filha também não são de ver novelas. Concordo também com as colocações da Ana.

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  5. É isso aí Vandeco, novela no geral são umas drogas,mas mesmo assim sempre assisto dou ums olhadas.
    Você e família tomaram a atitude correta.
    Abcs

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  6. "Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista.
    Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi oprimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda a sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.
    Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentir medo de gritar e parecer loucas? Quantas vezes teremos que ouvir, inclusive de outras mulheres: “ai que exagero! Foi só uma piada”. Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas?
    Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?”
    A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de RH ou à ouvidoria pedir respeito?
    Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar no meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.
    Mas segui na engrenagem, no mecanismo subserviente.
    Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.
    Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei.
    “VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?

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