quinta-feira, 10 de maio de 2012

A DONA DO LIXO


A DONA DO LIXO



Quando mudamos para o Rio em meados de 1978, tivemos que aprender a andar olhando para o chão, não pelas más condições da calçadas, mas pelo excesso de cocô de cachorro.

Ou você andava de cabeça baixa, ou queimava os pés com a merdalhada canina, que realmente tomava conta dos passeios.

Era quase um jogo de pular “amarelina”, saltando de cá para lá, desviando dos montes infectos.

Merda de cachorro tem uma característica especial, intacta até que não fede muito, mais pisando nelas e quebrando a película invisível que confina o odor, é uma catinga desgraçada.

Quem já pisou e tentou limpar, sabe muito bem do que estou falando.

Antigamente era tanta a falta de educação dos donos de cães, que deixavam seus animais defecarem a vontade em qualquer lugar, que próximo ao local onde morava, na Av.Oswaldo Cruz, havia uma ruela ligando essa avenida a Rua Senador Vergueiro, conhecida como “Beco do Cocô”.

Atravessar aquele pequeno beco para cortar caminho era um risco calculado.

Qualquer distração custava caro, com chinelos e tênis de molho por uma semana, em água sanitária.

Somente depois que mudei para o Rio, em minhas idas a trabalho para São Paulo, pude notar como as ruas da capital paulista eram muito mais limpas, podendo andar normalmente, sem ter que olhar obrigatoriamente para o chão.

Custou um pouco mais as coisas melhoraram.

Campanhas maciças pelos meios de comunicação mudaram o jeito de ser do dono de cachorro carioca, que passou a coletar as fezes de seus animais em saquinhos plásticos, posteriormente depositados nas lixeiras espalhadas pelas ruas, praças e avenidas.

Dentro dessa campanha educativa, a prefeitura instalou pequenas lixeiras de cor alaranjada, em quase todos os postes da orla e da zona sul, estimulando os “cachorristas” a serem mais cuidadosos, mantendo a cidade limpa.

Eis que uma moradora do Edifício Lagoa Dourada e Prateada, prédio vizinho ao meu, segundo dizem minhas amigas “cachorristas” , diretora da CONLURB, Companhia Municipal do Lixo, resolveu determinar a retirada dessas lixeiras de praticamente todos os postes da Avenida Epitácio Pessoa, alegando que os pacotes de cocos depositados nessas lixeiras, exalavam mau cheiro.

Ora, sem a existência das lixeiras, os saquinhos de cocô estão sendo jogados nos vasos, canteiros e jardins, existente ao longo da Avenida, todos muito bem cuidados.

Os vasos foram colocados estrategicamente pelos edifícios ao longo da avenida, depois que foram obrigados pela prefeitura, a retirar os fradinhos das calçadas, que impediam o estacionamento irregular.

No lugar de cada fradinho retirado, foram colocados grandes vasos, com mesma finalidade anterior.

Justamente nesses vasos, estão sendo depositados a grande maioria dos saquinhos de merda dos cachorros, que se fediam dentro das lixeiras, expostos ao ar livre, alem de atraírem moscas, fedem muito mais.

Caso seja verdadeira a posição dessa “sábia” diretora da Conlurb, sugiro um mutirão dos donos de cachorro da área, até o apartamento da dita cuja, a fim de depositarmos em sua porta, a “safra” de apenas uma manhã.

Talvez, tocada por esse singelo presente, a diretora volte atrás e autorize a reinstalação das lixeiras, evitando que a merda canina tome conta da Epitácio Pessoa e cercanias.



José Roberto- 10/05/12










3 comentários:

  1. Ana Emilia - tb cachorrista10 de maio de 2012 às 09:42

    Concordo com tudo o que vc postou, como tb em fazermos um mutirão para depositarmos as fezes caninas na porta de sua cobertura no bloco B. Ela é realmente uma "anta" e o pior através da convivencia nas Assembléias a gente percebe que é uma "anta" que se julga o supra-sumo.

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  2. Essa diretora da Conlurb deve ter estudado muito, doutrada lixologia e merdalogia canina.
    Com tipos como essa diretora, como manter a cidade limpa.
    O Rio é a cidade maravilhosa, mas bem sujinha.

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  3. O cocô de cachorro sempre foi um problema no Rio, principalmente na zona sul.
    Essa mulher deve gostar da merdalhada, pois eliminando as lixeiras as ruas vão ficar um mar de bosta.

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