PARABENS A RIO FARMES

 

PARABENS A RIO FARMES

 

Brasileiro quando precisa recorrer a saúde pública está fodido.

Filas imensas, exames e cirurgias inadiáveis marcadas para meses e até anos a frente.

As emergências dos hospitais públicos são fotos do “Inferno de Dante”. Doentes no chão em colchoes improvisados, macas capengas com pacientes em péssimo estado, enfim um verdadeiro corredor da morte para os pobres coitados que anseiam por um atendimento digno, SEMELHANTE AO QUE APARECE NAS PEÇAS PUBLICIITÁRIAS BEM ELABORADAS, BEM PAGAS, QUE SUSTENTAM AS REDES DE TVS ACOSTUMADAS A MAMAR NAS VERBAS GOVERNAMENTAIS DE TODOS OS NÍVEIS.

De quebra, essas pessoas humildes ainda contam com a má vontade dos enfermeiros e auxiliares, sobrecarregados pela falta de pessoal, equipamentos e remédios, muitas vezes sendo ofendidos por pessoas impacientes, que esperam há muito tempo, o atendimento que lhes é negado.

Porem, para minha grata surpresa, as vezes, muito raras, existe uma exceção e eu testemunhei um desses casos excepcionais.

Minha filha mais velha nasceu com Púrpura Trombocitopênica Idiopática, com zero de Plaquetas, responsável por 50% da coagulação sanguínea. O demais cinquenta por cento são supridos pela Protombina, substância que falta aos hemofílicos.

Não vou entrar em detalhes de nossas atribulações até que aos dois anos de idade, após extração do baço, pouco a pouco o número de plaquetas foi aumentando, estabilizando-se entre 30 e 50 mil, bem abaixo das 200 mil normais, porem com seu organismo se adaptando e evitando os sangramentos que eram frequentes.

Fomos cuidadosos nos primeiros anos após a retirada o baço e as consultas e exames  passaram a ser mais espaçadas, pois aparentemente a coisas se ajustaram.

Minha filha, escolhida por Deus para seus desígnios, aos 16 anos começou a tropeçar e cair, sendo diagnostica outra terrível doença, a Distrofia Muscular, objeto de nossa nova preocupação e de nossos esforços em busca de um tratamento eficaz, que até hoje não existe.

Mas essa é outra história que cujos eventos não gostamos de recordar e com a qual convivemos com o coração apertado.

A Púrpura que aparentemente estava controlada, há uns três ou quatro meses, voltou a nos preocupar, com os constantes sangramentos no nariz de nossa filha, principalmente durante o período noturno.

Ela sempre teve fragilidade capilar, qualquer aperto maior nos braços tentando auxiliá-la transforma-se em manchas roxas, qualquer pequena batida, mais uma marca.

 Um sério problema que considerávamos adormecido,  nos retorna a rotina de consultas e exames de sangues semanais, que foram se intensificando , até alguns mais caros e complicados, da medula óssea e também exames genéticos.

Graças a Deus, uma conhecida de Regina nos indicou uma médica hematológica excepcional, humana, mãe, que apesar do momento difícil nos transmitiu uma firme esperança e tranquilidade, receitando um novo remédio, ainda um tanto experimental, disponível e já fabricado no Brasil.

O problema é o preço do REVOLADE 50 mg, R$ 5.200,00 por 14 comprimidos, que conforme indicado, deverão ser ingeridos 1 por dia, durante um período aproximado de 6 meses.

Uma despesa adicional de 11 mil mensais, que pesa no bolso, considerando outros encargos que declino de relacionar, para não constranger minha filhota, que galhardamente e com sorriso nos lábios, suporta o peso dessas enfermidades.

Por se tratar de um remédio especial, só disponível em poucas farmácias do país, mesmo assim tendo que ser encomendado com antecedência, tentei obtê-lo junto a Fundação Eletros, da qual somos associados e pagamos uma nota preta.

A resposta foi rápida, com os responsáveis alegando que não havia previsão para essa cobertura.

Pensei em recorrer a Justiça, como geralmente ocorre nesses casos, porem pesquisando, verifiquei que um órgão estadual ligado a Secretária da Saúde, a RIO FARMES, distribuía remédios especiais a população do estado.

Pela internet, obtive a relação dos requisitos, provas, exames e prescrições médicas, necessárias para conseguir os remédios gratuitamente.

Juntando o farto material comprobatório, desconfiado, procurei a Rio Farmes localizada próxima a Praça XI, no período da tarde, topando com uma grande fila, que surpreendentemente se movimentava com relativa rapidez.

Dentro do recinto após uma rápida triagem, fui orientado a aguardar a chamada pelo nome de minha filha, achando a custo, um lugar para sentar. Estimo que entre 150 a 200 pessoas estavam aguardando atendimento.

Depois de esperar aproximadamente uma 1 hora e meia, fui chamado para um box, onde fui muito bem atendido, e após exames da documentação, foram solicitados apresentação de alguns com datas mais recentes, para que o processo pudesse seguir adiante.

A informação que obtive foi, que após todos os requisitos cumpridos, o fornecimento dos remédios seriam iniciados em até 30 dias.

Nas duas semanas seguintes, fui ao menos umas quatro vezes a Farmes, retornando sempre com uma nova exigência, burocracia um tanto exagerada., tendo que refazer documentos por questões insignificantes.

Na ultima vez, terça feira passada, após ser atendida por uma farmacêutica responsável e por uma coordenadora geral, finalmente consegui aprovar o processo e saindo generosamente com 35 comprimidos, com data marcada(22/05) para retorno e recebimento de novo lote.

Que alívio!

QUERO RESSALTAR, QUE AS DUAS VEZES QUE RECORRI A CONSULTA POR TELEFONE E A CINCO VEZES QUE ESTIVE NA RIO FARMES, FUI ATENDIDO COM MUITA EDUCAÇÃO E CORTEZIA, DEMONSTRANDO A ÓTIMA QUALIDADE E TREINAMENTO DO PESSOAL QUE LIDA COM UM PUBLICO DIVERSO, MUITOS POBRE E VELHOS, QUE PACIENTEMENTE SÃO ORIENTADOS POR TODOS OS ATENDENTES.

UMA EXEMPLO, UM DOS RAROS ORGÃOS PÚBLICOS QUE PRESTAM UM SERVIÇO COMPETENTE E DIGNO AO POVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, EXEMPLO ESSE QUE DEVERIA SER SEGUIDO PELAS DEMAIS INSTITUÇOES PUBLICAS DO ESTADO E DO PAÍS.

PARABENS E AGRADECIMENTOS SINCEROS A RIO FARMES

 

José Robert