segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ASSÉDIO MORAL


ASSÉDIO MORAL

 

Desanimado, aguardando na sala de embarque de Cuiabá o vôo de retorno para o Rio, matutava comigo mesmo:

Será que é o excesso de preocupação ou reflexo da idade?

Na semana retrasada fiz a reserva com data errada, sofrendo horas no balcão da Azul, aguardando uma vaga, pois o vôo estava lotado.

Dessa vez o engano foi sobre a hora da partida, pois indevidamente, consultei a reserva do trecho Campinas/Rio, com saída prevista para as 16,43 horas.

Tomei ciência da burrada as 7,00 da matina em Lacerda. O vôo partiria as 13,30, me obrigando a voar na perigosa estrada, considerando que teria que parar em Cáceres, para uma conversa rápida e assinar uns papeis com meu advogado.

Felizmente, com a proteção do anjo da guarda, que jamais me deixou na mão, cheguei a tempo, sem sustos.

Cansado e com o firme propósito de ser mais cuidadoso, percebi numa cadeira ao lado, uma revista Isto É, esquecida ou deixada por algum passageiro.

Apanhando a revista, notei que era um exemplar velho, de setembro, porem para matar o tempo resolvi dar uma espiada, pois no geral, os principais artigos abordavam a eleição paulista em plena ebulição.

Eis que topo com uma nota que alem de despertar minha atenção, por ser hilária, melhora meu ânimo: “Assédio Moral- Ambev indenizará funcionário forçado a se reunir com prostitutas”.

No pequeno texto, estão relatadas a penúrias de Elcio Milczwzki, durante os anos que trabalhou na Ambev em Curitiba.

Segundo suas declarações, “Era obrigado a ver garotas de programa tirarem a roupa, a esfregar óleo bronzeador no corpo delas e assistir a filmes pornográficos em reuniões de motivação da equipe de vendas.”

Indignado continuava, “ninguém foi avisado de que isso iria acontecer e uma vez lá dentro, não podia sair da sala. Eles prometiam um vale programa para quem conseguisse atingir as metas”.

Condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a companhia terá de pagar 50 mil por danos morais ao puritano trabalhador.

A Ambev limitou-se a declarar, que “Casos antigos e pontuais não refletem o dia a dia da empresa”.

Esse tal de Elcio, alem de ser um “pé no saco” deve ser um boiola enrustido(nada contra ou a favor, com todo o respeito), pois sua atitude intempestiva, deve ter acabado com a farra do pessoal do Paraná, que doravante, será obrigado a ouvir palestras motivacionais e outras xaropadas similares.

Faltou ao pessoal da Ambev de Curitiba, sensibilidade para dividir a turma, “espadas” numa sala e os mais sensíveis(a turma GLBT, também com respeito)em outra.

Loiras semi-nuas e apetitosas de um lado e rapagões sarados no outro. Cada um na sua.

Aproveitando a deixa, vou consultar meu advogado, mesmo considerando o tempo transcorrido, se não existe um brecha legal para entrar com ações reparatórias junto a CESP e ELETROBRAS,  por danos morais e psíquicos, pois fiquei morrendo de inveja dessa turma da Ambev.

Durante todo o tempo que labutei nessas empresas, fui privado desses incentivos que levantam a moral e outras coisas.

Em todas as reuniões que participei, principalmente nas motivacionais, tive sérios problemas para evitar que meu “saco” estourasse, dada a tentativa de ser emprenhado com baboseiras e conversas para boi dormir, repetidas incansavelmente por espertalhões bem remunerados, obviamente compartilhando seus lucros super-faturados, com o pessoal responsável por sua contratação.

Pô, e tem gente que ainda reclama de sujar as mãos passando óleo nas gostosas!!”!

Vade retro!!!

 

José Roberto- 17/12/12

 

2 comentários:


  1. Estava com saudades desses temas picantes, pois ultimamente você só tem tratado de temas políticos.
    Um tema apimentado é bom para desopilar.
    Abraços,
    Pedro Paulo

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  2. Lamento que na empresa em que trabalhei durante tantos anos não tinha esse tipo de estímulo.
    Fiquei com água na boca, com um sede só possível de ser saciada com uma cerva da Ambev.

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