quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ONDE CHINELOS DE DEDO NÃO TEM VEZ

ONDE CHINELOS DE DEDO NÃO TEM VEZ

Tomando café no domingo pela manhã, passei rapidamente os olhos pelo longo artigo de Dorrit Harazim e já me concentrava em outra leitura, quando inexplicavelmente voltei ao texto anterior.
Texto interessantíssimo e surreal, retratando uma situação absurda que somente poderia ocorrer numa republica de bananas, onde políticos escrevem torto, por linhas ainda mais tortas.
Dorrit, numa linguagem simples e ilustrativa, conta que no Hospital Geral da Posse, em Nova Iguaçu-RJ, não é permitida a entrada de qualquer pessoa com “chinelo de dedo”, exceto do doentes e feridos que chegarem de maca.
O Hospital da Posse é um dos principais da baixada fluminense, mantido pela prefeitura com ajuda de aporte de verbas do Ministério da Saúde. Ameaçou fechar no início do ano, pois o prefeito alegava que os repasses do SUS estavam chegando com atraso e com valores menores que os orçados.
Parece que o impasse sobre o atraso na envio das verbas federais foi parcialmente solucionado, pois o Hospital continua funcionando e fazendo valer a regra, “de chinelos de dedo não entra”.
Alguns médicos arguidos a respeito, não tendo como justificar esse absurdo, pois “chinelos de dedo” é praticamente uniforme nacional, alegaram que talvez essa proibição sirva para proteger os próprios pacientes, pois pés feridos e machucados “podem aumentar ainda mais a população de bactérias que assombram os hospitais.
Justificativa ridícula, pois ninguém com os pés feridos, iria ao hospital de sapatos.
Por incrível que pareça, essa proibição absurda tornou-se o ganha pão de um camelô, que na porta do Hospital aluga sapato para as centenas de visitantes “chineleiros”.
Com um estoque de 24 pares, de cores e tamanhos variados, cobra 10 pratas de aluguel, pagando 5 reais no ato da devolução, pois muitas vezes casos o locatário aprova o pisante e se manda sem devolvê-lo.
Ao menos esse camelô nada tem a reclamar da medida esdrúxula adotada pelo Hospital, pois é devido a ela que tira seu sustento.
Seria muito oportuno que o Hospital  da Posse , tivesse esse mesmo cuidado fiscalizatório na compra dos materiais e insumos impedindo superfaturamentos, na frequência dos funcionários em especial dos médicos, que usam o serviço público como bico, não cumprindo suas jornadas de trabalho através dos mais variados artifícios, enfim, que tivesse uma gestão saudável, o que provavelmente não acontece, pois vive a beira da falência.
Por essa aberração tida como norma, percebe-se o desvario e  a falta de foco dos nossos políticos e gestores, que se preocupam com um acessório ridículo, deixando o principal entregue a própria sorte, ou melhor, na mão dos aproveitadores e corruptos.
Mais um faceta desse nosso incrível e fodido país.

José Roberto- 30/08/17


4 comentários:

  1. Este é o nosso país. Ao invés de se preocupar com o essencial, desviam a atenção das pessoas para um periférico sem importância. Já pensou se a moda pega? e eles resolvem estipular o esporte fino para o carioca aposentado que nem salário recebe???

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    1. OPORTUNO SEU COMENTÁRIO, QUE AJUDA A ILUSTRAR A QUE PONTO CHEGOU NOSSO ESTADO FALIDO E FODIDO.
      ABCS

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  2. Este é o país das injustiças. Tanto é que o judiciário usa e abusa da população necessitada, que é exatamente a população que não "vê a cara, não sente o cheiro e não tem acesso à justiça". Era para a justiça determinar prisão perpétua, coisa que deveria existir no Brasil, a todos aqueles que estiveram envolvidos na realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.

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    1. VANDECO, SOMOS UM PAÍS SEM VERGONHA. NÃO TEMOS CONSERTO.
      ABCS.
      GIMA

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