ONDE CHINELOS DE DEDO NÃO TEM VEZ
Tomando café no domingo pela manhã, passei rapidamente os
olhos pelo longo artigo de Dorrit Harazim e já me concentrava em outra leitura,
quando inexplicavelmente voltei ao texto anterior.
Texto interessantíssimo e surreal, retratando uma situação
absurda que somente poderia ocorrer numa republica de bananas, onde políticos escrevem
torto, por linhas ainda mais tortas.
Dorrit, numa linguagem simples e ilustrativa, conta que no
Hospital Geral da Posse, em Nova Iguaçu-RJ, não é permitida a entrada de
qualquer pessoa com “chinelo de dedo”, exceto do doentes e feridos que chegarem
de maca.
O Hospital da Posse é um dos principais da baixada
fluminense, mantido pela prefeitura com ajuda de aporte de verbas do Ministério
da Saúde. Ameaçou fechar no início do ano, pois o prefeito alegava que os
repasses do SUS estavam chegando com atraso e com valores menores que os
orçados.
Parece que o impasse sobre o atraso na envio das verbas
federais foi parcialmente solucionado, pois o Hospital continua funcionando e
fazendo valer a regra, “de chinelos de dedo não entra”.
Alguns médicos arguidos a respeito, não tendo como
justificar esse absurdo, pois “chinelos de dedo” é praticamente uniforme
nacional, alegaram que talvez essa proibição sirva para proteger os próprios pacientes,
pois pés feridos e machucados “podem aumentar ainda mais a população de
bactérias que assombram os hospitais.
Justificativa ridícula, pois ninguém com os pés feridos,
iria ao hospital de sapatos.
Por incrível que pareça, essa proibição absurda tornou-se o
ganha pão de um camelô, que na porta do Hospital aluga sapato para as centenas
de visitantes “chineleiros”.
Com um estoque de 24 pares, de cores e tamanhos variados,
cobra 10 pratas de aluguel, pagando 5 reais no ato da devolução, pois muitas
vezes casos o locatário aprova o pisante e se manda sem devolvê-lo.
Ao menos esse camelô nada tem a reclamar da medida esdrúxula
adotada pelo Hospital, pois é devido a ela que tira seu sustento.
Seria muito oportuno que o Hospital da Posse , tivesse esse mesmo cuidado
fiscalizatório na compra dos materiais e insumos impedindo superfaturamentos,
na frequência dos funcionários em especial dos médicos, que usam o serviço
público como bico, não cumprindo suas jornadas de trabalho através dos mais
variados artifícios, enfim, que tivesse uma gestão saudável, o que provavelmente
não acontece, pois vive a beira da falência.
Por essa aberração tida como norma, percebe-se o desvario e a falta de foco dos nossos políticos e
gestores, que se preocupam com um acessório ridículo, deixando o principal
entregue a própria sorte, ou melhor, na mão dos aproveitadores e corruptos.
Mais um faceta desse nosso incrível e fodido país.
José Roberto- 30/08/17
Este é o nosso país. Ao invés de se preocupar com o essencial, desviam a atenção das pessoas para um periférico sem importância. Já pensou se a moda pega? e eles resolvem estipular o esporte fino para o carioca aposentado que nem salário recebe???
ResponderExcluirOPORTUNO SEU COMENTÁRIO, QUE AJUDA A ILUSTRAR A QUE PONTO CHEGOU NOSSO ESTADO FALIDO E FODIDO.
ExcluirABCS
ZÉ
Este é o país das injustiças. Tanto é que o judiciário usa e abusa da população necessitada, que é exatamente a população que não "vê a cara, não sente o cheiro e não tem acesso à justiça". Era para a justiça determinar prisão perpétua, coisa que deveria existir no Brasil, a todos aqueles que estiveram envolvidos na realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.
ResponderExcluirVANDECO, SOMOS UM PAÍS SEM VERGONHA. NÃO TEMOS CONSERTO.
ExcluirABCS.
GIMA