HONORÁVEIS BANDIDOS
“Se existe alguém com um rico histórico de
contribuições a consolidação dos valores democráticos é o senador José Sarney.
No registro de sua vida não há atos que o desabonem, e desafio que provem o
contrário. Inverdades são publicadas e os esclarecimentos ignorados, como se a
liberdade de imprensa valesse apenas para quem ataca e condena sem provas”
O despautério acima foi escrito por Fernando César Mesquita,
um baixinho pegajoso(desculpem meus amigos não altos) que foi porta voz do desastroso
governo Sarney, lambe-cu da mais requintada espécie e que hoje ocupa o cargo de
Secretário de Comunicação Social do Senado, logicamente, indicado e pendurado
no saco do donatário do Maranhão e Amapá.
O chupa-sangue publicou um extenso artigo no Globo de
sexta-feira passada, exaltando as qualidades de seu mantenedor, esquecendo que
os alfabetizados conhecem as peripécias e tramóias do velho marimbondo de fogo,
que quase conseguiu quebrar o país em sua desastrada gestão, tarefa na qual
teve pleno êxito, em seu estado, o pobre e sofrido Maranhão.
Só nesse primeiro parágrafo há pelo menos duas grandes
contradições, quando o puxa-saco afirma que não existem provas que desabonem o
velho bigode tingido e também quando
menciona a liberdade de imprensa, justamente um dos quesitos mais detestáveis
da democracia segundo o clã Sarney, conforme pode sentir na carne o Estadão,
impedido de publicar noticias sobre a operação Boi Barrica, que investiga os
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro,
cometidos pelo primeiro filho do rei do Maranhão.
Terminei de ler recentemente o livro, cujo titulo tomei
emprestado ao texto de hoje, escrito por Palmério Dória(Honoráveis Bandidos), segundo o autor, um retrato do Brasil na era
Sarney.
Um livro muito interessante, que conta em detalhe as peripécias
do velho oligarca que sobreviveu a todos os regimes, dando sempre a volta por
cima, e que junto com a família, privatizou o Maranhão em proveito próprio,
tornando-se um dos homens mais ricos do país, levando em contra-partida seu
estado, a petição de miséria.
Relatos interessantes e pitorescos enriquecem a leitura,
como a conversa de dois compadres no centro de São Luiz. Um pergunta ao outro: “Qual a pior coisa do Maranhão? Resposta
imediata: A família Sarney. Em seguida: Qual a melhor coisa do Maranhão?
Resposta: Ser da família Sarney”.
Outra passagem interessante e hilária, é sobre o mausoléu
que Sarney já deixou pronto num prédio histórico de São Luiz, o Convento das
Mercês, desapropriado por decreto estadual, onde funciona a Fundação José
Sarney, mantida com dinheiro público.
O escritor Carlos Castelo, que publicou “O Livro dos
Epitáfios”, atendendo ao pedido do autor de”Honoráveis Bandidos”, já deixou
pronto o epitáfio para o velho coronel: “Aqui
jaz o dono do mar, do bar, da venda, da televisão, do jornal, do mausoléu, da
rua, da avenida, do Estado...”
Aproveitando a deixa, o cartunista Paulo Caruso emendou: “Aqui jaz Sarney, o presidente que queria
ser Dercy Gonçalves”.
Duvido que esse livro esteja disponível nas livrarias do
Maranhão, pois é notório o costume da família de seqüestrar todas as revistas,
livros e folhetins que desabonem a
honrada família, que inclusive nada publica sobre o assunto em seus jornais, censurando
até as noticias nas TVs locais.
Recomendo a todos a leitura do livro, que alem do velho
safado bigodudo, aborda outras personagens famosas que ainda atuam na política
nacional, alguns ocupando até postos de destaque no atual governo.
Estou ansioso para ler o livro do Jornalista José Nêumanne,
“O Que Sei de Lula”, que não encontrei na livraria do aeroporto de Brasília,
quando de minha escala, viajando para Cuiabá.
Vou tentar pelo reembolso.
José Roberto- 04/11/11
NOTA: TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE. ESSE FOI
UM DOS TEXTOS QUE PRECEDERAM O CANCELAMENTO MISTERIOSO DE MEU EMAIL E O MEU
BLOG NO SITE TERRA.COM.BR.
José Roberto- 05/07/16
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