sexta-feira, 28 de junho de 2024

SAUDADES DAS QUADRILHAS

 

SAUDADES DAS QUADRILHAS

 

Com os dedos coçando, pronto para gozar do Gilmarpalooza, que foi um redundante fracasso de participantes, obviamente não para o Beiçudo e ministros convidados a palestrar, pois as grandes empresas enroladas no STF que patrocinam o evento, garantem bons lucros à todos,  independente da plateia, mesmo que seja apenas  meia dúzia de seus representantes e os seguranças dos ministros, por sinal, recebendo gordas diárias.

Atendendo determinações da alta instância doméstica, decisão que cumpro com satisfação, pois desde menino sempre adorei a festas juninas, as fogueiras e principalmente os fogos de artifício, que mesmo não sendo muito sofisticados, para eu eram o máximo.

Mencionei no título as quadrilhas que obrigatoriamente faziam partes das festividades, porem as considerava apenas como um adereço, sem qualquer preferência, dando total prioridade ao foguetório.

Fora do contesto, observo que atualmente, temos quadrilhas festejando e roubando o ano inteiro.

Com a grana curta me virava para juntar uns trocados, vendendo garrafas, pois qualquer botequim as comprovam, vendendo gibis, papeis e metais ao ferro velho, que ficava quase na esquina da Voluntários da Pátria, com a Governador.

Meu preferido era o buscapé, que com a vareta direcional cortada virava um azougue, ziguezagueando sem destino, ameaçando até mesmo quem os soltavam, levando pânico aos transeuntes. Era um arranjador crônico de problemas, pois sempre topava com um passante mais exaltado, muitas vezes, nos obrigando a céleres carreiras.

Gostava também dos pequenos foguetes de 1 tiro, menos perigosos que os tradicionais, pois os fogos costumavam dar chabu, explodindo em nossas mãos sem sair dos tubos, daí a segurança em preferir os pequenos.

Outro que não posso deixar de mencionar é o salta-moleque, um bomba dobrada, que estourava fracamente e saltava umas 4 vezes, para terminar com um belo estouro. Somente os com mais de setenta devem se lembrar desse artefato relativamente perigoso.

Conhecia todos na redondeza que comemoravam o dia de seus patronos, Santo Antônio (dia 13), São João(24) e São Pedro(29). Ficava na espreita , aguardando e apreciando a queima de fogos.

Muitos anos depois, casado e morando em Atibaia, nas minhas constantes viagens a trabalho pela CESP, descobri na via Dutra, uma loja que vendia fogos o ano inteiro, e que mesmo proibidos, tinha sempre um estoque razoável de busca-pés.

Tornei-me freguês dessa loja, e junto com Molina, colega de trabalho, do fundo de seu quintal que dava para um descampado, fazíamos nossa festa, independente da ocasião.

Em Itanhaém, num dia de um dos três santos, meu cunhados Reinaldo/Vilma, organizavam na casa onde moravam com um grande terreno, uma bela fogueira e os quitutes típicos da ocasião. Eu ficava encarregado de levar os fogos, que comprava na loja mencionada.

Era um festa memorável, com os sobrinhos na pré-juventude, os filhos pequenos e as noites frias de junho, aquecidas com um saboroso quentão, milho verde e batatas doce assadas ao pé da fogueira.

Saudades desses bons tempos, lamentando que meus netos não tenham tido a oportunidade de usufruir desses momentos agradáveis, de confraternização e amizade.

Saudosismo é mesmo coisa de velho, mas é um sensação gostosa, mesmo com algo de perda, pois o mundo mudou, nossas crianças mudaram, as preferências são outras, mais individuais e egocêntricas.

Outra opinião de velho. Fazer o quê?

Um foguete na traseira do Mula.

 

José Roberto-28/06/24

 

 

 

 

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